Antes de explicarmos como a inflação influencia no seu dia a dia, vamos esclarecer o que é esse termo tão falado. Talvez, você até já saiba e sinta os efeitos no bolso, mas vamos te ajudar a compreender melhor.
A inflação é muito associada aos “produtos mais caros” e, basicamente, é isso que acontece. Com a desvalorização, os preços sobem porque o mesmo dinheiro de antes, agora, tem menos valor.
Na economia, o conjunto dessas categorias é chamado de “cesta de produtos”. Ela inclui despesas relacionadas à alimentação, moradia, vestuário, transporte, saúde, despesas pessoais, educação entre outros.
No Brasil, existem quatro tipos de índices para medir o índice. Isso porque a inflação não atinge todos os consumidores da mesma forma.
1 – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este índice considera os preços de bens adquiridos por famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas.
2 – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): semelhante ao IPCA, este índice considera a inflação para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos.
3 – Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M): medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), este índice considera preços do comércio atacadista, varejista e da construção civil. Os dados são recolhidos entre o dia 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
4 – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI): semelhante ao IGP-M, este índice mede a variação de preços desde as matérias-primas agrícolas e industriais até de bens e serviços para o consumidor final. A diferença está na data de recolhimento, que acontece entre o primeiro e último dia do mês.
Qual foi a inflação de 2020 e como será em 2021?
O IPCA fechou 2020 em 4,52%, de acordo com o IBGE. Um pouco acima do centro da meta para o ano, que era de 4%.
A principal vilã da inflação em 2020 foi a alimentação. Os preços do conjunto de alimentos e bebidas tiveram alta acumulada de 14,09% ao longo do ano, o maior aumento desde 2002 (19,47%).
O segundo maior impacto partiu da habitação, que acumulou alta de 5,25% no ano. Já o terceiro maior impacto partiu de artigos de residência, que acumularam alta de 6% no ano.
Para 2021, o mercado financeiro prevê uma subida de 3,32% para 3,34% de inflação. Contudo, alguns especialistas já esperaram números um pouco mais elevados.
Quais as causas para o aumento da inflação?
Existem diversos fatores que podem ocasionar a inflação de preços em um país. Uma das principais causas é a desvalorização da moeda, que ocorre principalmente quando o governo imprime mais dinheiro sem possuir o lastro necessário.
Porém existem diversos outros fatores. Uma delas decorre de uma diferença entre oferta e demanda.
Um exemplo é quando existe uma procura muito maior por produtos e serviços do que os produtores e prestadores podem atender. Ou até mesmo uma falta de produtos e serviços ou por falta de matéria prima.
Não apenas a falta da matéria prima, mas também outros motivos podem surgir que acabam dificultando a produção, como obstáculos fiscais ou físicos para os prestadores de serviços ou produtores.
Outro caso é quando a infraestrutura para as atividades econômicas não está correta. Por exemplo, a falta mão de obra especializada ou até mesmo por questões climáticas, como uma quebra de uma safra.
Esses problemas fazem com que a produção seja encarecida e essa alta nos custos deve ser repassada ao consumidor final.
Também podemos citar a alta do dólar como um fator que influência para a inflação. Afinal, sua variação pode elevar todos os preços dos produtos importados, ou até mesmo produtos nacionais que possuem algum derivado ou componente importado.
Por fim, podemos citar a elevação de tarifas públicas, a alta de impostos, aumento da luz e água, novas regulamentação tributárias e a correção monetária conhecida como indexação.
Por que a alta da inflação afeta o seu bolso?
Já vimos que a alta da inflação é sinônimo de elevação de preços. Ou seja, o resultado pode não ser positivo para quem vive de salário e não vê a sua renda aumentar.
Exemplo: se um profissional ganha hoje o mesmo que ganhava há três anos, ele perdeu poder de compra, porque as coisas estão mais caras.
Em outras palavras, a inflação faz com que o seu dinheiro perca valor, já que ele não acompanha as altas dos preços.
Vale destacar que o o reajuste do salário mínimo anunciado pelo governo federal não repõe a inflação do ano passado. O motivo é simples: o INPC acumulou alta de 5,45% no ano passado, já o aumento foi foi menor, de 5,26%.
Descubra ainda como a inflação pode influenciar seus investimentos!