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Confira guia completo de como render seu dinheiro

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Saber lidar com o orçamento é o primeiro passo para render seu dinheiro
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Em tempos de coronavírus, muitos brasileiros estão com os orçamentos reduzidos. Uma vez que a orientação das autoridades é, sempre que possível, permanecer em casa e evitar aglomerações.

Diante disso, muitas empresas liberaram seus funcionários para o trabalho remoto. Os profissionais liberais, que dependem diretamente do atendimento ao público, também sofrem com a redução de seus rendimentos.

O governo federal ainda editou uma Medida Provisória (MP) que permite o corte nos salários e diminuição das jornadas de trabalho para trabalhadores com carteira assinada.

A partir desse contexto, a pergunta de muitos é: como faço para render meu dinheiro? De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 62% dos brasileiros aplicam seu dinheiro na poupança.

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Saber lidar com o orçamento é o primeiro passo para render seu dinheiro

De acordo com os especialistas, ao aplicar o dinheiro na poupança, o poder de compra fica ainda menor. Afinal, com a Selic a 3,75% e previsão de inflação de 3,04% neste ano, a rentabilidade real (descontados os efeitos da alta dos preços) chega a ser negativa.

O levantamento mostrou que, além da poupança, ainda há quem guarde dinheiro em casa (27,1% dos entrevistados) e quem mantém o montante na conta corrente (23,1%).

Os fundos de investimento foram citados por apenas 6,5%, seguidos por Tesouro Direto, ações da bolsa e CDBs, citados por 4,7% dos participantes.

Brasileiros apostam cada vez mais na Bolsa para render seu dinheiro

Os brasileiros estão mais confiantes na hora de render seu dinheiro. O número de pessoas com ações na Bolsa de Valores bateu recorde e passou de 1,4 milhão, em setembro de 2019.

Entre 2010 a 2017, o índice da Bolsa ficava entre 500 e 600 mil investidores. Em dezembro de 2018, com o aumento da confiança com o novo governo, o mercado chegou a 813 mil investidores.

Também é recorde o valor total do que foi investido por pessoas físicas em setembro: R$ 284,21 bilhões.

Contudo, ao considerar 1,4 milhão de investidores por aqui, o número fica abaixo de 1% da população. Nos Estados Unidos, segundo o instituto Gallup, 54% das pessoas investem em ações.

Em cada dez brasileiros, sete não conseguem poupar dinheiro

Com o desemprego ainda elevado e o poder de compra comprometido, o brasileiro não está conseguindo guardar dinheiro. Ou seja, muito menos render o seu dinheiro.

Dados apurados pela CNDL e pelo SPC Brasil revelam que 67% dos consumidores brasileiros não conseguiram guardar nenhuma parte de seus rendimentos no último mês de agosto.

Poupar é fundamental para render seu dinheiro

O percentual é ainda maior considerando as pessoas das classes C, D e E (71%). Já entre as pessoas de renda mais alta (classes A e B), o percentual de não-poupadores é de 54%.

Portanto, um dado expressivo e que revela que o hábito de poupança não é frequente mesmo entre pessoas que recebem um salário maior.

Em agosto passado, apenas 22% dos entrevistados foram capazes de poupar ao menos parte do salário, sendo que cada poupador guardou em média, R$ 546,61.

O baixo número de poupadores tem se mantido estável ao longo da série histórica, sendo que em agosto de 2018 girava em torno de 16%.

Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 40% justificam possuir uma renda muito baixa, o que inviabiliza ter sobras no fim do mês.

Outros 18% foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro, 15% fizeram gastos extras atípicos com reformas, tratamentos médicos e compras, por exemplo.

Já 13% reconhecem ter perdido o controle sobre os próprios gastos.

Gastos com cartão de crédito ainda pesam no bolso do brasileiro

O primeiro passo para fazer render seu dinheiro é ter uma educação financeira. Principalmente, com a gerência sobre os gastos pessoais.

É o que comprova um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a entidade, o endividamento dos brasileiros atingiu recorde em março de 2020.

 

Cartão de crédito ainda é o pesadelo para quem deseja render seu dinheiro

Após ter recuado a 65,1% em fevereiro, o porcentual de famílias com dívidas saltou para 66,2% em março. O maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em janeiro de 2010.

O cartão de crédito segue em primeiro lugar como o principal tipo de dívida dos brasileiros (78,4%). Ele é seguido por carnês (16,2%) e por financiamento de veículos (10,3%).

Contudo, a expectativa da CNC é que a inadimplência aumente ainda mais por causa do coronavírus.

5 passos para fazer seu dinheiro render

Antes de começar a falar em fazer render seu dinheiro é preciso seguir os seguintes passos:

1 – Estar com a contas em dia. Quem tem dívida, deve quitá-las primeiro. Nenhum investimento supera os juros cobrados no cartão de crédito ou cheque especial.

2 – Ter um orçamento organizado e controlado. Saber o quanto entra de dinheiro e qual do mês é fundamental para saber o valor a ser investido.

3 – Adquirir o hábito de poupar. Não importa a quantia, a longo prazo esse investimento valerá a pena.

4 – Estabeleça metas: uma viagem, a compra de um apartamento, juntar dinheiro para a faculdade do filho, etc. Isso ajuda a ter um objetivo.

5 – Reserve um valor para imprevistos e outro para o lazer.

Especialista explica como guardar dinheiro

O coordenador do MBA em gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, dá dicas de como conseguir guardar e fazer render seu dinheiro. Segundo ele, o primeiro passo para organizar as contas é listar todos os seus gastos, fazendo três blocos.

No primeiro, vale anotar as contas que você não pode deixar de pagar, como aluguel, escola e gastos com alimentação.

No segundo, a orientação é reunir os gastos que você gostaria de ter, mas podem ser adiados por um determinado período, como academia ou aula de balé.

Por fim, no terceiro bloco, devem ser colocadas as despesas das quais você pode abrir mão, como a visita a restaurantes.

Teixeira aconselha fazer um planejamento financeiro, criando uma planilha para o ano todo. Nela, será anotado tudo o que for comprado à vista e, também, as compras parceladas.

“Se for possível, tente fazer as compras no mesmo número de parcelas, para terminar todas as contas ainda neste ano”, orienta.

As despesas podem ser divididas entre fixas ou variáveis. As fixas são aquelas que têm basicamente o mesmo valor todo mês, como condomínio, prestação do carro e plano de saúde, por exemplo.

Já as despesas variáveis são as que acontecem mensalmente, mas que é possível tentar reduzir, como por exemplo, luz, água, telefone, compras de supermercado e cuidados pessoais.

Contudo, o especialista ressalta que é importante reservar uma quantia para uma poupança, outra para emergências. E, claro, também para o lazer, afinal, não dá para trabalhar só para pagar as contas.

Como não virar refém das contas?

Ricardo Teixeira, especialista em gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que o ideal é guardar 10% do salário todo o mês. De acordo com ele, quando for possível reservar um valor maior, melhor ainda.

“Se você conseguir guardar menos, tudo bem, o importante é manter essa prática mensalmente”, destaca o professor da FGV.

Contudo, Teixeira lembra que com os recentes cortes na taxa Selic, o investidor brasileiro vai precisar aprender a conviver com um risco maior e uma visão de mais longo prazo.

 

Ter um planejamento é de extrema importância para render seu dinheiro

Segundo ele, quem é mais conservador deve continuar apostando no Tesouro Direto e em Letras de Crédito Imobiliário (LCI).

“Esses investimentos, assim como a Caderneta de Poupança, não têm incidência de Imposto de Renda”, explica o professor da FGV.

E onde investir para render o dinheiro?

Para Ricardo Teixeira há uma possibilidade de investir em CDBs de grandes bancos. Outra opção, segundo ele, é o CDB de bancos menores.

“Nesse caso, desde que observado o limite do Fundo Garantidor de Crédito. Para investimentos de CDBs de longo prazo (quando o aplicador não pode sacar o dinheiro por um tempo determinado) as taxas são mais atraentes”, ressalta.

Ricardo Teixeira sugere a quem tiver um perfil mais arrojado, tentar uma maior rentabilidade em fundos de ações, multimercados e investimentos em moedas mais fortes, como o dólar.

“Contudo, é recomendável se informar bem e sempre ter uma carteira diversificada, incluindo investimentos em renda fixa e em renda varável, como fundos multimercados, e até mesmo em ouro”, diz Teixeira.

Além disso, Teixeira lembra que com a queda da Selic, há possibilidade de procurar aplicações com prazo de carência mais longos que normalmente tem taxas mais atraentes principalmente em bancos menores.

“Neste caso, deve-se ficar atento para que a aplicação não exceda o limite do Fundo Garantidor de Crédito”.

Por fim, Teixeira aconselha que é sempre bom saber que seu dinheiro fica indisponível por um período e, caso haja necessidade, não haverá como sacar.

“Outra opção é procurar corretoras que oferecerem operações estruturadas através da aplicação em papéis de grandes empresas. Nesses casos, o capital fica garantido e a rentabilidade pode ser mais alta, mas também é limitada por um teto e há prazo determinado para a aplicação (sem possibilidade de saque)”, observa Ricardo Teixeira.

Conheça os principais investimentos

Listamos abaixo alguns investimentos para fazer render seu dinheiro:

1 – Caderneta de Poupança:

O investimento mais popular e um dos mais seguros no Brasil. É simples e permite a aplicação de valores baixos, varia de acordo com a instituição financeira.

O rendimento é mensal, mas costuma ficar abaixo da inflação. Também cumpre um papel social e é utilizada pelos bancos para o financiamento da habitação.

Contudo, não há cobrança de impostos, nem taxas. Quem tem conta corrente, basta fazer a transferência. E quem não tem, também pode aplicar, basta ir a uma agência com CPF, RG, comprovante de residência e com comprovante de renda.

Saiba onde e como render seu dinheiro

2 – Tesouro Direto

É uma opção mais rentável à poupança. É uma parceria do Tesouro Nacional e da Bolsa de Valores brasileira (B3) para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas por meio da internet.

São instrumentos de renda fixa emitidos pelo Governo Federal para cobrir o déficit orçamentário e/ou antecipar receitas. Em outras palavras: você está emprestando o seu dinheiro ao governo federal em troca de uma remuneração que dependerá do tipo de título e o prazo do título adquirido.

Para investir, basta ter um CPF e escolher uma instituição financeira que poderá ser um banco ou corretora. Esta instituição será o seu agente de custódia e vai intermediar suas compras e vendas com o Tesouro Nacional.

3 – CDB

Certificado de Depósito Bancário, abreviado como CDB, essa aplicação financeira remunera o investidor que efetua um empréstimo de dinheiro para o banco.

O banco faz uso dos recursos que foram captados com o intuito de emprestá-los para outros clientes. Nesse caso, o banco pode pegar o seu dinheiro e fazer um empréstimo para outra, o que resulta em taxa menor.

4 – Fundo DI

Os Fundos DI ou Fundos de Renda Fixa Referenciados DI são fundos atrelados à Selic (taxa básica de juros). São fundos que devem investir no mínimo 95% do seu patrimônio em títulos do tesouro.

5 – Câmbio

De um jeito simples, no mercado financeiro, o câmbio se trata primeiramente da conversão de uma moeda em outra. Porém, esse de tipo de transação também está entre os tipos de investimentos.

Ainda assim, o mercado de câmbio é considerado de alto risco, uma vez que, via de regra, há relação entre duas moedas. Logo, enquanto uma sobe, outra quase sempre cai.

Por esse motivo, é comum os investidores sofisticados usarem tal aplicação para proteger a carteira de ativos (mecanismo de hedge) de determinadas oscilações bruscas em outros investimentos.

Geralmente, se investe em câmbio por meio de contratos negociados na bolsa de valores, no caso do dólar, ou também por meio de fundos de investimentos específicos de moedas.

Existe ainda as transações de Forex, de alto risco, que são oficialmente proibidas no Brasil.

5 – Ouro

O ouro, principalmente em épocas de crise, também é utilizado por investidores como um mecanismo de defesa do patrimônio.

Por ser um metal precioso e, portanto, um bem físico, ele transmite a ideia de maior segurança para os poupadores, afinal, por muitos anos foi utilizado internacionalmente como meio de troca.

Ainda assim, não se pode negar que ele é uma aplicação de renda variável, que sofre bastante influência do valor do dólar.

No mercado financeiro, o investidor pode negociar tanto quantidades de ouro físico, sob a forma de lingotes, os quais ficam custodiados (guardados) em uma instituição financeira, quanto os chamados contratos de ouro, que fazem parte do mercado futuro.

6 – Ações

Entre os tipos de investimentos de renda variável, o mercado de ações é um dos mais conhecidos. Nessa categoria, o poupador aplica recursos em ações de empresas de capital aberto e, com isso, torna-se sócio delas.

Os rendimentos, nesse caso, vêm da valorização do preço da ação ou, ainda, por meio da distribuição de dividendos (espécie de participação nos lucros do negócio).

Embora tenha grande potencial de retorno, o mercado acionário também pode ter quedas nos preços, afinal, faz parte da renda variável.

Por isso, o investidor que escolhe esse tipo de aplicação deve ter um gerenciamento de risco eficiente, para não perder grandes quantias do capital inicialmente aplicado.

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