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Desafios da comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho

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No dia 28 de junho, celebra-se em todo o mundo o Dia do Orgulho LGBTQIA+. A princípio, a data remonta a Revolta de Stonewall e marca o início de uma revolução nos Estados Unidos para o reconhecimento de direitos e libertação da comunidade.

Após o episódio de arbitrariedade policial no Bar Stonewall Inn no ano de 1969, a comunidade passou a se reunir para realizar marchas do orgulho LGBTQIA+ por todo os Estados Unidos.

Cidades como Nova York, Los Angeles, San Francisco e Chicago foram apenas algumas das que participaram ativamente em protestos e marchas.

Voltando para os dias de hoje, 53 anos após Stonewall, é possível perceber o quanto as coisas mudaram. Mas, também é fácil reconhecer que ainda falta muito pela frente para a comunidade LGBTQIA+, principalmente quanto ao mercado de trabalho.

Hoje o mercado de trabalho possui muito mais abertura para a contratação de pessoas LGBTQIA+. No entanto, ainda existem empresas que possuem resistência ao contratar pessoas que pertencem à comunidade.

E essa resistência é no mínimo irônica, já que a orientação sexual não interfere em nada na qualidade do serviço prestado à empresa.

Por isso, é comum ver pessoas da comunidade LGBTQIA+ viverem às margens da sociedade. Conforme pesquisa realizada pelo coletivo #VOTELGBT mostrou que, pessoas LGBTQIA+ passaram por mais dificuldades financeiras e problemas de saúde durante a pandemia.

Então, faz-se necessário lembrar quais são os motivos de tanta dificuldade para a comunidade em ingressar ao mercado de trabalho e o que você pode fazer para ajudar LGBTQIA+ nesse momento.

Mão com a sigla LGBTQIA+
LGBTQIA+ corresponde a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais e o + representa as demais expressões de gênero.

Empresas se negam a contratar LGBTQIA+

Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a enquadrar os atos de homofobia e transfobia na Lei do Racismo (7.716/1989). No entanto, a medida não foi suficiente para inibir o preconceito que essas pessoas sofrem diariamente.

De acordo com uma pesquisa elaborada pela Coqual (Center for Talent Innovation), 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTQIA+ para cargos de chefia.

Em contrapartida, 41% dos funcionários já sofreram discriminação no ambiente de trabalho por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Esse é um dado que reflete diretamente em o quanto o mercado de trabalho ainda é um ambiente que precisa evoluir em questões de diversidade: tanto para LGBTQIA+, quanto para negros.

Por isso, é muito comum trabalhar com pessoas que mantenham sua orientação sexual e identidade de gênero em segredo para não serem vítimas de preconceito por parte dos colegas de trabalho.

É muito ruim ter que esconder quem você é. E viver nesse dilema traz problemas sérios de saúde a quem sofre. Para se ter uma ideia, pessoas LGBTQIA+ possuem mais riscos de desenvolverem depressão.

Ou seja, essa dificuldade de ingressar no mercado de trabalho se alia a outros problemas como, por exemplo, uma não-aceitação de familiares e rejeição. O que torna essa comunidade muito mais propensa a casos de depressão severa.

Portanto, urge a necessidade de criar ambientes mais diversos e preparados para a recepção de pessoas LGBTQIA+ para integrarem seu quadro de funcionários. Além disso, há também a urgência de que as pessoas sejam menos preconceituosas e tenham uma mentalidade mais madura e respeitosa para pessoas que fujam dos padrões.

Melhores empresas para pessoas LGBTQIA+ trabalharem no Brasil

A Human Rights Campaing (HRC), em parceria ao Instituto Mais Diversidade e com o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, lançou a pesquisa “Fórum de empresas e direitos LGBTI+” que aponta as melhores empresas para o público LGBTQIA+.

A pesquisa surgiu nos Estados Unidos em 2002, mas apenas 20 anos depois foi aplicada aqui no Brasil. As análises foram feitas no período entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022.

“Trazer o índice para o Brasil é uma conquista importante. Sonhávamos com isso há um tempo e, finalmente, foi possível concretizá-lo”, disse Reinaldo Bulgarelli, secretário-executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+.

A pesquisa avaliou diferentes aspectos das empresas, como:

  • Visão demográfica e setorial;
  • Políticas e documentações formais;
  • Governança em Diversidade e Inclusão;
  • Protagonismo das pessoas LGBTI+ empregadas;
  • Educação para a diversidade LGBTI+;
  • Compromissos Públicos; e
  • Monitoramento da Inclusão LGBTI+.

Foram certificadas 38 empresas, das 60 avaliadas. Entre elas: 3M, Accenture, Adidas, Alcoa, Atento, Bain & Company, BASF AS, Becton Dickinson S.A, C6 Bank, Carrefour, Chubb, CI&T, Corteva Agriscience do Brasil, Cummins, Demarest Advogados, Flex, GE e Gerdau.

Também foram reconhecidas por suas boas práticas as empresas: J.P. Morgan, Kearney, Lexmark International, Localiza, Mondelez, NielsenIQ, Novo Nordisk Produção Farmacêutica, Oracle e Philip Morris.

E ainda: Pricewaterhousecoopers Auditores Independentes, Renaissance São Paulo Hotel.SAP, Symrise Aromas e Fragrâncias Ltda, TE Connectivity Brasil, Thomson Reuters, TozziniFreire Advogados, Trench Rossi Watanabe, Veirano Advogados, Via e Yara Brasil Fertilizantes.

Como tornar sua empresa um ambiente mais inclusivo?

Ser inclusivo vai muito além de contratar LGBTQIA+. Se esse for um ambiente tóxico, ou seja, um ambiente nocivo para pessoas da comunidade, você só vai piorar o que essa pessoa sente. Você precisa proporcionar um ambiente mais acolhedor e livre de preconceitos!

Por isso, tente realizar palestras que levem especialistas para conversar com seus colaboradores e incentive uma mudança de mentalidade.

Muitas pessoas pessoas com uma perspectiva mais conservadora possuem dificuldade para aceitar orientações sexuais e expressões de gênero. Então o primeiro passo é fazer com que essas pessoas respeitem os demais no ambiente de trabalho.

Um outro passo muito importante é a punição no caso de preconceito. Muitos episódios de preconceito contra LGBTQIA+ no ambiente de trabalho são relatados por pessoas da comunidade, mas as denúncias nunca avançam e as pessoas continuam a praticar esse ato.

Ao advertir essas pessoas, você cria um ambiente mais sério e favorável para que LGBTQIA+ sintam-se livres para ser quem são, sem medo do preconceito.

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Colaboração: Letícia de Jesus

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