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Vai cair? Mercado financeiro projeta inflação para 5,62% este ano

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Uma nova projeção da inflação para 2022 foi divulgada na última segunda-feira, 17. A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é que ele deve subir para 5,62%.

A estimativa está no Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

O percentual já é bem acima do previsto em agosto, quando a projeção apontava para 5,71% este ano. Além disso, está acima da meta que deve ser perseguida pelo BC.

Essa meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 2 a 5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2023, a estimativa de inflação é de 4,97%. Para 2023, as previsões são de 3,43%.

Deflação é artificial é gera risco para 2023, afirmam analistas

A queda na inflação é invariavelmente positiva no curto prazo: pode fazer outros preços ficarem menos pressionados e aumenta o valor real dos salários.

No entanto, de acordo com o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, “É uma deflação ‘artificial’ que foi causada muito por essa queda em combustíveis e energia”.

Opinião parecida com a do economista do Ibre/FGV, Matheus Peçanha. Segundo ele, as projeções para 2023 têm subido justamente porque essa conta vai ter de ser paga. Além do fato de que a redução do ICMS tem prazo para acabar, há muita incerteza para o ano que vem.

“Com esse processo de deflação via combustíveis e energia, quem se beneficia mais são as camadas de mais alta renda, que consomem mais gasolina e mais energia elétrica”, diz Matheus Peçanha. “A alimentação, a frente que continua subindo, penaliza mais as pessoas mais pobres.”

Em recente relatório, analistas do banco Goldman Sachs afirmaram que as pressões seguem “altamente disseminadas” sobre frentes como serviços e outros bens de consumo, além de “um cenário de mercado de trabalho apertado e grandes estímulos fiscais adicionais para o segundo semestre de 2022”.

Os analistas avaliam ainda que a fixação de preços e reajuste retroativo de salários podem tornar a inflação brasileira “cada vez mais inercial”. “Tem um efeito eleitoral neste ano, que é o que o governo queria”, diz o banco Goldman Sachs. “Mas atrapalha muito a vida do Banco Central no médio prazo.”

Dados podem estar forjados, aponta economista

Em seu canal no YouTube, Edu Moreira, Moreira diz que o ministro Paulo Guedes manipulou os números.

Para este ano, o FMI projeta crescimento de 2,80% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, enquanto as projeções do mercado financeiro, registradas no último Boletim Focus do Banco Central, preveem alta de 2,71%.

Ainda assim, conforme observou Moreira, o crescimento da economia brasileira ficará atrás de muitos países na região. “O Brasil só está na frente (nas projeções) do Peru, El Salvador, México, Chile e Paraguai”, ressaltou.

Para 2023, o crescimento esperado é de apenas 1,0%, segundo prevê o FMI, enquanto o mercado financeiro brasileiro prevê crescimento de 0,59%. Enquanto a China, a projeção de crescimento é de 3,2% para este ano e, para o próximo, de 4,4%.

“Para forjar uma inflação menor, ele (Bolsonaro) deu uma canelada nos preços dos combustíveis, fazendo com que os preços caíssem para que a classe média, que tem um impacto muito grande no resultado da eleição, tivesse uma percepção de que as coisas estão melhorando”, apontou Moreira.

gráfico com uma nota de cinquenta reais
A deflação vista no Brasil foi puxada pelos cortes de impostos em combustíveis e energia, mas esconde problemas para o ano que vem, dizem economistas

A alta da Selic é boa para os investimentos?

A alta da Taxa Selic é reflexo da elevação da inflação. Portanto, não representa um bom sinal para a economia brasileira de modo geral.

No entanto, investidores podem se valer dessa elevação no IPCA. Isso porque o aumento da Selic tende a melhorar a rentabilidade de aplicações financeiras em renda fixa.

Como, por exemplo, investimentos em títulos públicos vendidos por meio do Tesouro Direto, além de Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

Mas atenção: lembre-se sempre de investir em aplicações que possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege investidores caso a instituição financeira seja liquidada.

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*Colaboração: Rafael Massadar

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