A rede de cafés Starbucks entrou com tudo no Brasil na última década. Toda crítica à rede é bem-vinda, os preços são altos, nada de especial no café, mas não se pode negar o poder da marca da rede norte-americana.
Ao pensar em Starbucks, pensamos primeiro em um negócio de rede de cafeterias, certo?
Sim, este é o negócio da empresa e para qual a mesma foi fundada. O que acontece é que o Starbucks possui mais de 1.5 bilhão de dólares em caixa, um volume de dinheiro de dar inveja em muitos bancos pelo mundo.
Porém possuir dinheiro em caixa por si só não classifica uma empresa como banco.
Como o Starbucks acumulou tanto dinheiro?
O crescimento da rede de cafés cresceu rapidamente no mundo todo, quem já andou por Nova Iorque sabe que em Manhattan é praticamente impossível andar mais de dois quarteirões sem passar por uma loja da rede.
Esta presença estabelecida e o crescimento constante da rede de lojas trouxeram ao Starbucks uma base extremamente sólida de clientes fiéis. Tendo em mente esta forte base de clientes, a rede lançou o cartão fidelidade da empresa e com a chegada dos Smartphones, o aplicativo da rede.
Com o passar dos anos os clientes vem utilizando cada vez mais o aplicativo da rede e aproveitando as vantagens entregues a clientes que pagam através da ferramenta. Com isso, o Starbucks vai mantendo o dinheiro colocado pelos clientes no app no caixa da empresa.
Os clientes não têm pressa em retirar o dinheiro da conta do aplicativo, pois sabem que cedo ou tarde vão acabar consumindo algum produto nas lojas.
Quanto dinheiro o Starbucks faz com toda essa grana?
Difícil acertar em cheio sobre os valores de renda gerados ao Starbucks com este dinheiro em caixa. Podemos fazer uma estimativa, neste momento de juros altos em todo o mundo, os mais de 1.5 bilhão podem gerar uma bela renda passiva à rede de cafés.
Supondo que o Starbucks invista esta grana no Brasil, teríamos:
- 1.5 bilhão de dólares = 7.80 bilhões de reais;
- Taxa Selic atual (13.25% a.a.);
- R$ 7.800.000.000 x 13.25% = R$ 1.033.500.000
O resultado final é assustador. O Starbucks conseguiria fazer 1 bilhão de reais na renda fixa, lucro que pouquíssimas empresas no mundo conseguem fazer.
Além de investir passivamente esta grana, o Starbucks pode prover serviços financeiros que hoje são populares nas fintechs como o Nubank. O arcabouço de produtos e serviços é enorme, como exemplo: serviços de câmbio, empréstimo, cartão pré-pago, cashback, entre outros.
Ao final, nem toda empresa que possui valores acima de 1 bilhão em caixa são bancos ou operam este dinheiro em forma de banco. Porém, num cenário de juros altos e mercados em queda, cash is king (possuir caixa é importante) e o Starbucks vem fazendo isto muito bem.
Conheça Renato Carvalho, colunista do FinanceOne
Com vasto conhecimento sobre o mercado de moedas digitais, Renato Carvalho é colunista do FinanceOne. Semanalmente, ele traz informações importantes sobre criptomoedas. Fique de olho!
Renato é administrador com experiência como executivo do setor de educação internacional e empresas de consultoria empresarial e auditoria “BIG 4”.
Investidor de renda variável desde sua adolescência, produz conteúdo de educação financeira, mostrando o que faz com o seu próprio dinheiro “skin in the game”. Especialista em criptoativos e negócios disruptivos.
É Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Université Libre de Bruxelles (Bélgica) e mestre em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Confira outros textos de Renato Carvalho, colunista do FinanceOne:
- Como o Blockchain pode transformar o agronegócio e por que isso importa?
- Bitcoin a 20 mil dólares: barganha ou o há espaço para mais quedas?
- Quais os impactos no preço do Bitcoin após a SEC negar o ETF do criptoativo?
- Por que o ‘dollar cost averaging’ é a melhor estratégia para acumular Bitcoins?
- Você conhece o índice Big Mac?
