A crise sanitária brasileira e a lentidão da vacinação afetam diretamente a economia brasileira e consequentemente os investimentos para abril. A situação é de juros maiores e deterioração fiscal.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) as projeções são que o índice fique na casa dos 3%. Contudo, analistas mais pessimistas preveem crescimento na casa dos 2%.
O Itaú Unibanco, que estava entre os mais otimistas, por exemplo, revisou de 4% para 3,8% a estimativa de alta do PIB este ano e passou a prever apenas 1,8% de crescimento em 2022.
Enquanto isso, as apostas para a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não param de subir. O indicador, no entanto, não mede a alta do custo de vida efetivo para a população de baixa renda, que, na maioria dos casos, está em patamares muito mais elevados.
E não à toa, as apostas do mercado são de que o Banco Central, que tem como principal missão preservar o valor da moeda, deve começar a elevar a taxa básica de juros (Selic). As apostas são de alta de 0,50 ponto percentual na Selic com os juros básicos podendo encerrar o ano em até 6%.
Ainda por aqui, os investidores observaram com alguma desconfiança a aprovação no Congresso da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021.
Quais setores se destacam nesse cenário?
Ainda que haja volatilidade no curto prazo, a retomada gradual das economias, somada aos juros baixos, são alguns dos fatores que podem contribuir para um movimento de valorização dos ativos no médio e longo prazos.
Sendo assim, é importante ter um portfólio de investimentos equilibrado e bem diversificado, de acordo com o perfil do investidor. O objetivo é buscar aproveitar as oportunidades que podem surgir, mas combinando com estratégias de proteção para os eventuais momentos mais voláteis.
Um relatório do Banco Santander aponta um norte para os investimentos para abril. Segundo a instituição, as ações ligadas à tecnologia e ao comércio eletrônico que se valorizaram muito anteriormente agora vivem uma queda, o que pode ser visto como um ajuste de realização de lucros.
Por outro lado, as companhias de commodities e os bancos vão experimentando melhor dinâmica, assim como as empresas voltadas para o mercado local e que dependem mais da interação física com seus clientes.
Essas começam a navegar a expectativa de reabertura dos negócios alguns meses à frente, na medida em que a vacinação ganhe mais tração.
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Já o setor de construção civil pode se favorecer em um cenário de desinclinação da curva de juros, com expectativa de taxas reduzindo para 2025 e 2026, diz a Toro Investimentos.
Todavia é necessário monitorar as futuras reações do mercado diante das novas altas anunciadas pelo Copom para então analisar o efeito que pode ser provocado na ponta de longo prazo na curva de juros.
Carteira recomendada pelas corretoras
Corretoras divulgaram suas carteiras de ações para investimentos para abril com base na análise técnica, e trouxeram empresas em comum. Entre as principais recomendações estão:
- Bradesco (BBDC4),
- BTG Pactual (BPAC11),
- B3 (B3SA3)
- Itaú (ITUB4).
Para abril, a XP retirou os papéis da Rede D’Or (RDOR3) para incluir outro nome do setor de saúde, a NotreDame Intermédica (GNDI3). Saíram também as ações do Pão de Açúcar (PCAR3), cujo peso no portfólio foi repassado para a rede de atacarejo Assaí (ASAI3).
A Ágora realizou apenas uma troca em sua carteira. Saem os papéis da Ômega Geração (OMGE3) e entram as ações da Cesp (CESP6). Já a a Toro trocou quase todas ações da sua carteira, mantendo apenas as ações de Gerdau (GOAU4) e Weg (WEGE3).
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