Se você investe em ações, já deve ter ouvido falar em circuit breaker. Esta pode ser considerada mais uma camada de segurança na B3 para proteger seus investidores.
Imagine que você é um investidor experiente e cauteloso. Sempre faz análises bem fundamentadas para escolher onde aplicará o seu dinheiro, de modo a diminuir os riscos.
Com isso, você escolhe uma ação promissora de uma empresa, que tem tudo para trazer ótima rentabilidade. No entanto, um escândalo acaba com essa possibilidade, tornando esse outros papéis a representação de um grande prejuízo.
Isso poderia acabar rapidamente não só com sua carteira de investimentos, mas de milhares de outros investidores. É aí que entra a necessidade da Bolsa de Valores de adotar mecanismos para tentar conter uma perda generalizada.
Um circuit breaker foi acionado pela B3 em março de 2020, por exemplo. A Bolsa, já negativamente impactada pela ameaça da Covid-19, ainda precisou enfrentar a queda no preço do petróleo, que caiu mais de 30%, afetando mercados no mundo todo.
O resultado foi uma queda na bolsa brasileira, de forma significativa. Para que isso não tivesse maiores impactos para investidores, as negociações foram paralisadas.
Quer entender melhor como esse mecanismo funciona? Então continue lendo o artigo.
O que é um circuit breaker na Bolsa de Valores?
Um circuit breaker é uma paralisação temporária nas negociações na Bolsa de Valores. Trata-se de um mecanismo de segurança adotado quando o Ibovespa – o principal indicador do desempenho médio das ações – cai mais que 10%.
Seja qual for o motivo da queda brusca no desempenho dos papéis, por escândalos, crises políticas ou sanitárias, a paralisação é uma forma de dar aos investidores mais tempo para se planejarem diante do comportamento do mercado. Um respiro.
Esse mecanismo pode ser acionado uma vez ou até mais de uma vez em curto período de tempo, dependendo do quão crítica é a situação do mercado. Enquanto ele está acionado, as negociações ficam suspensas por, pelo menos, 30 minutos.
Se as ações estão em queda vertiginosa e atípica, o circuit breaker é acionado. O principal objetivo disso é proteger e abrandar a volatilidade excessiva do mercado financeiro nesses momentos.
A expectativa é que, após a paralisação temporária, haja um balanceamento e o mercado volte a se equilibrar em número de ordens de venda e ordens de compra. Isso fará com que a queda seja amenizada e os investidores, menos prejudicados.
Quem decide o momento de acionar o mecanismo é a própria B3. Mas existem regras para isso, como explicamos a seguir.
Como funciona a paralisação da B3?
O circuit breaker é acionado pela B3 quando o Ibovespa tem uma queda de 10% ou mais (no fechamento do dia anterior), o que significa que as ações estão tendo um desempenho ruim.
Ao ser acionado, todas as negociações na Bolsa de Valores do Brasil ficam interrompidas por 30 minutos. Depois de meia hora, as negociações são normalmente retomadas e, se tudo der certo, o mercado se equilibra.
Se mesmo assim o Ibovespa continuar em queda e acumular 15% de desvalorização, o circuit breaker é acionado pela segunda vez. Esta nova paralisação terá um prazo ainda maior: uma hora inteira.
Depois de uma hora, as negociações são reabertas e, mais uma vez, espera-se que o desempenho do Ibovespa melhore. Porém, se isso não acontecer e acumular desvalorização de 20%, ocorre a terceira suspensão das negociações.
Esta terceira suspensão não tem um período preestabelecido, cabe à B3 estipular um prazo para reabertura das negociações.
As regras para suspender as operações da Bolsa de Valores são simples de compreender. No entanto, existem apenas dois pontos de atenção:
- O circuit breaker não pode ser acionado nos últimos 30 minutos de funcionamento do pregão
- Se acontecer uma paralisação na última hora do pregão, o horário de encerramento poderá ser prorrogado em até 30 minutos
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