
Cada vez mais os brasileiros mudam os hábitos na hora de comprar no supermercado por causa da inflação. É o que aponta uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
De acordo com o levantamento, os itens mais buscados têm sido os de marca própria, em média 15% mais baratos que os de marcas líderes. Nas redes, os produtos representam entre 20% e 30% do consumo.
Aliado a isso, a alta dos preços dos alimentos, em decorrência da inflação, faz com que 7 em cada 10 brasileiros cortem itens da compra do mercado, aponta pesquisa realizada pelo C6 Bank/Ipec.
Dentre os principais produtos cortados, estão a muçarela, iogurte, leite, óleo de soja e a carne. Segundo o estudo, 72% das pessoas deixaram de comprar cortes considerados de primeira e 28% interromperam as compras de carne de segunda.
A inflação foi a razão apontada por 82% dos entrevistados para o baixo consumo destes produtos.
Para se ter ideia, no caso da carne bovina, o consumo aparente em 2013 foi de praticamente 32 quilos por pessoa.
No ano passado, em um cenário de inflação disparada, caiu para 24,3 quilos. O dado faz parte do levantamento feito pelo especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar Castro Alves.
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Por que ficou mais caro comprar no mercado?
Ficou mais caro comprar no mercado porque o Real sofreu uma desvalorização de quase 50% em dez anos, diz o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Ou seja, se em 2002 o cidadão possuísse R$200, hoje ele teria a metade desse valor.
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Em paralelo, a inflação vive um processo de aceleração. De janeiro de 2012 a maio de 2022 a inflação acumulada chegou a 88,41%. Isso significa que se há dez anos uma pessoa possuía R$100, hoje ela teria apenas R$53,07 em valor real.
Os principais produtos que impactam o aumento da inflação são gasolina, botijão de gás e energia elétrica, que geram efeito cascata em toda a cadeia produtiva da economia.
O que dá para comprar no supermercado com R$100 hoje e o que se comprava há 10 anos?
Uma matéria do jornal Diário do Nordeste fez a pesquisa do que dava para comprar no supermercado com R$100 hoje e o que se comprava há 10 anos.
Segundo a pesquisa do periódico, em 2011, com R$ 100, era possível comprar: 3l de leite, 2kg de feijão, 2,5kg de arroz, 2kg de farinha, 2kg de tomate, 3kg de pão, 0,3 kg de café, 3 dúzias de banana, 1kg de açúcar, 0,9 litro de óleo, 0,75 kg de manteiga e 2kg de carne.
Em 2021, com os mesmos R$ 100, foi possível comprar: 1l de leite, 1kg de feijão, 1kg de arroz, 1kg de farinha, 0,5kg de tomate, 0,9 kg de pão, 0,3 kg de café, 1 dúzia de banana, 1kg de açúcar, 0,9 litro de óleo, 0,75 kg de manteiga e nada de carne.
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Dicas de como driblar a alta de preços e economizar
Comprar no supermercado compromete cada vez mais parte do orçamento doméstico mensal. Portanto, preparamos algumas dicas de como economizar quando estiver no supermercado:
- Compre apenas o que está faltando, não faça estoque: Em tempos de crise, fazer estoque não é a prioridade. Ou seja, compre apenas o que você está precisando no momento, nada mais.
- Não tenha preguiça e compare preços: Não coloque o primeiro produto que você ver na prateleira no carrinho, principalmente daqueles stands que ficam no meio do mercado. Nem sempre ali tem o melhor preço, então pesquise.
- Reduza o consumo de alimentos mais caros: Ou experimente novas marcas, pois muitas vezes você encontra os mesmos alimentos a preços menores.
- Não faça compras grandes em mercados de bairro: Os preços costumam ser mais altos nos mercadinhos, sendo ideal para compras de emergência. Então opte sempre pelos grandes mercados nas compras do mês.
- Tente ir ao mercado mais vezes durante o mês: Não faça compras grandes, assim você pode aproveitar as promoções ao longo do mês. Muitos produtos entram em oferta por estarem próximos à data de validade – mas tenha cuidado ao optar por eles, principalmente alimentos perecíveis.
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