
Sim, o PicPay virou banco. Quem usa o serviço há bastante tempo sabe que a plataforma costumava ser apenas uma carteira digital ou aplicativo de pagamentos. Mas isso mudou.
O PicPay pertence ao grupo J&F, que também é dono do Banco Original. E em junho deste ano o grupo recebeu autorização do Banco Central para mudar o nome do Banco Original do Agronegócio para PicPay Bank.
Com a aprovação do BC, a plataforma passa a ser considerada um banco múltiplo. O Banco Original do Agronegócio passou de instituição controlada direta para indiretamente controlada, ficando abaixo da holding do PicPay.
O que mudou na administração foi uma reorganização societária do conglomerado Original. Na prática, a fintech passou a ter uma instituição financeira, além de sua própria instituição de pagamentos, sob sua estrutura.
O que mudou depois que o PicPay virou banco?
Antes o aplicativo já oferecia pagamentos e serviços financeiros básicos, como conta digital com rendimento diário, cartão de crédito e até um marketplace de produtos de terceiros.
Depois que o PicPay virou banco, a principal mudança anunciada para os clientes até aqui foi a nova regra de rendimento da conta. Agora, ao invés de títulos públicos, o dinheiro é aplicado em CDBs do PicPay Bank.
Perto da mudança, no final de junho, a fintech também passou a oferecer compra e venda de moeda estrangeira e transferências internacionais, mas isso não tem a ver com a o fato de ter se tornado banco, necessariamente.
As transações internacionais no app são fruto de uma parceria com a Câmbio Online, que faz parte da Frente Corretora de Câmbio.
Para o futuro, segundo o site Fintechs Brasil, o verdinho deverá ter sua própria exchange, uma corretora de criptomoedas. A criação de uma stablecoin própria também está nos planos.
“Nada muda em sua proposta de valor, de ser uma plataforma de distribuição de produtos e serviços financeiros de instituições parceiras”, destacou a empresa.

Como funciona o novo rendimento da conta digital?
Depois que o PicPay virou banco, a principal mudança para os clientes, em termos de serviços, foi o rendimento da conta. Agora, o dinheiro dos clientes não fica mais aplicado em títulos públicos.
A conta digital ainda rende diariamente a 102% do CDI. Inclusive, não existe mais limite de saldo para esse rendimento, como era antes.
Isso será possível porque agora o dinheiro da conta fica atrelado a um CDB — Certificado de Depósito Bancário — emitido pelo PicPay Bank. CDBs são mais arriscados que títulos públicos, mas ainda assim possibilitam um bom nível de segurança.
O que acontece é que, se o banco que emite o CDB vier a quebrar, o investidor pode perder. Mas é importante também levar em conta que esses papéis possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Portanto, qualquer investimento de até R$250 mil é seguro, garantido caso a empresa quebre.
Como o CDI acompanha a taxa Selic, é uma aplicação que rende acima da inflação. Mas sofrerá os descontos do IOF — Imposto Sobre Operações Financeiras — e também do Imposto de Renda, ambos com alíquota regressiva.
Ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar na conta, maior será o retorno. Mas a maioria das pessoas usa a conta digital como uma conta corrente, realizando saques frequentes, ou como uma reserva de emergência.
Se o cliente quiser, pode optar por não aplicar no CDB e deixar o dinheiro na conta ainda atrelado a títulos públicos.
Mas, neste caso, a fintech disse que os recursos terão liquidez diária, mas sem rendimento. Esta é uma informação que ainda cabe esclarecimento por parte do banco, pois desencontra com dados compartilhados por alguns portais.
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