
Bernard Jean Étienne Arnault, apontado como o homem mais rico do mundo pela Forbes, é um empresário francês, presidente e diretor geral do grupo LVMH, uma empresa líder mundial no setor de luxo.
Nascido em Roubaix, em 5 de março de 1949, ele é considerado o responsável pela reconstrução do status e do prestígio das marcas tradicionais da alta costura francesa.
Segundo o levantamento mais recente da Forbes, divulgado na semana passada, Arnault tem uma fortuna de US$211 bilhões. No último ano, a receita da LVMH atingiu recorde de faturamento, adicionando US$53 bilhões ao montante.
Talvez você escute chamarem Arnault por aí de Lobo de Cashmere, Maquiavel das Finanças, Sun Tzu do Luxo ou até Exterminador do Futuro. Os apelidos são uma boa pista de sua reputação como empresário.
A francês é muito respeitado por sua visão de negócios, especialmente depois que ele alavancou a reputação de várias marcas. Mas sua fama também é um empreendedor “osso duro de roes”, com uma trajetória marcada por disputas públicas por empresas e polêmicas.
A veia empreendedora vem de berço, já que Arnault é de uma família de empresários. Seu pai, Jean Arnault, era dono da empreiteira Ferret-Savinel. Sua mãe, Marie-Josèphe Savinel, também vinha de família de empresários (a empreiteira era de seu pai).
A partir dessa base, Bernard Arnault cresceu cercado pelo mundo dos negócios e, desde jovem, já mostrava interesse em empreendedorismo.
Como Bernard Arnault se tornou Bernard Arnault?
Ao longo dos anos, Bernard Arnault se consolidou como um dos principais nomes da indústria do luxo.
Mas sua trajetória começa em 1971, quando se formou em engenharia pela Escola Politécnica de Paris e foi trabalhar na Ferret-Sauvinel. Em 1978, foi promovido a presidente da empreiteira da família.
No início dos anos 80, mais especificamente em 1981, Arnault decidiu expandir os negócios da família e se mudou para os Estados Unidos. Mas três anos depois, em 1984, retornou à França e começou a segunda parte de sua trajetória empreendedora no país.
Naquele ano, o empresário adquiriu uma parte do grupo Agache-Willot-Boussac, conglomerado que possuía marcas de varejo, moda e indústria, incluindo a famosa marca Christian Dior e o supermercado Bon Marché.
Nos anos seguintes, vendeu a maior parte dos ativos do grupo, mas manteve a Dior. Não por acaso e também não somente porque aprendeu a admirar a marca graças à sua mãe, mas porque Arnault viu potencial na grife que até então considerava ter valor abaixo do que deveria.
Esse provavelmente foi o início da sua fama de Sun Tzu do Luxo, já que alguns anos depois a Dior se tornaria sua porta de entrada para o sucesso na indústria do luxo. Arnault reconstruiu a grife e ela se tornou uma das principais marcas de luxo do mundo.
Além da Dior, Arnault também investiu em outras marcas da indústria de moda e luxo, como Louis Vuitton, Fendi, Givenchy e Céline, entre outras. Ele se tornou conhecido por sua visão estratégica e sua habilidade em identificar marcas com potencial de crescimento.
Em 1987, financiou a criação da Maison do estilista Christian Lacroix, o que o consolidou na posição de um dos principais players da indústria do luxo na França e no mundo.

A criação do império LVMH
Bernard Arnault se tornou o homem mais rico do mundo graças à criação do império LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SE, grupo resultado da fusão das marcas Louis Vuitton e Moët Hennessy, em 1987.
Mas o envolvimento de Arnault começa em 1988, quando foi convidado a investir pelo ex-presidente da Louis Vuitton, Henry Racamier.
Arnault assumiu a liderança do conglomerado no ano seguinte, 1989, após uma disputa pública na qual venceu o próprio Henry Racamier e Alain Chevalier.
A partir disso, o empresário começou a incorporar outras marcas ao grupo, expandindo seu portfólio e diversificando seus negócios. Entre as marcas estavam Givenchy, Kenzo, Lowe, Céline, Berluti, Fred Joaillier, DFS e Sephora.
Com isso, ao longo dos anos 1990, Arnault reacendeu o interesse internacional na alta costura francesa e marcas tradicionais. Foi ele quem contratou nomes que depois se consagraram na moda, como John Galliano, Alexander McQueen, Mark Jacobs e Michael Kors.
Arnault continuou a comprar marcas não só na França, mas em toda a Europa, como a joalheria Bulgari e a Loro Piana, de moda.
Ao longo dos anos se envolveu em várias batalhas públicas pelo controle de empresas, nem sempre vencendo, mas sempre lucrando.
Um exemplo é o caso da tentativa de aquisição da Gucci na virada dos anos 90 para os anos 2000. O francês não levou essa, mas lucrou 760 milhões de euros, segundo The Guardian.
Em novembro de 2020 ele fez o maior negócio da história da indústria do luxo, ao comprar a joalheria norte-americana Tiffany & Co. por US$15,8 bilhões.
Atualmente, Bernard Arnault controla mais de 75 marcas de alto padrão, incluindo Christian Dior, Givenchy, Dom Pérignon, Veuve Clicquot, Tag Heuer e outras.
O conteúdo foi interessante? Então compartilhe e leia também: as 10 marcas mais valiosas do varejo no mundo.