
A taxa DI é uma referência importante para o mercado financeiro brasileiro, tendo impacto direto em diversas operações financeiras e na economia como um todo. Acompanhando de perto a Selic, esse índice tem grande relevância para investidores.
Além de ser uma referência de rentabilidade para algumas aplicações, ela é uma das formas de identificar como andam as movimentações do mercado. Isso é fundamental para quem tem uma carteira de investimentos.
A sigla DI vem de Depósito Interbancário e entender como ele funciona é o primeiro passo para compreender o que é a taxa.
O que é Depósito Interbancário?
Depósito interbancário é uma operação financeira realizada entre duas instituições financeiras diferentes. Ou seja, uma instituição deposita dinheiro na conta da outra.
Esse tipo de operação é comum entre bancos para obter recursos em momentos de escassez de liquidez e manter a reserva compulsória estabelecida pelo Banco Central.
Acontece que a autoridade monetária tem uma regra que define que o banco não pode fechar o dia com o caixa negativo, esse é um mecanismo para evitar crises no mercado financeiro.
Logo, se em determinado dia o banco registra mais saídas (saques e transferências) do que entradas de dinheiro (depósitos e investimentos), ele pode pegar uma quantia emprestada com outro banco para obedecer a regra do BC.
Esses empréstimos costumam ser de curtíssimo prazo, de um dia na maioria dos casos.
Na operação, o banco que está tomando o empréstimo emite o CDI, Certificado de Depósito Interbancário, para o banco que empresta. Logicamente, o tomador paga uma taxa de juros por isso.
O que é a taxa DI?
A taxa DI nada mais é que a média de juros praticados nas operações interbancárias. O valor corresponde, literalmente, à média ponderada dos juros cobrados nos CDIs dos depósitos interbancários que aconteceram em um determinado dia.
Portanto, esse percentual é calculado diariamente com base nas operações de empréstimos realizadas entre os bancos. Quem calcula e divulga é a própria B3, a bolsa de valores brasileira.
Geralmente, o percentual é muito próximo da Selic, sendo apenas ligeiramente inferior.
Como é calculada?
Quem calcula a taxa DI é a Central de Custódia de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip), instituição que antes era separada, mas desde 2017 uniu-se à antiga BM&FBovespa dando origem à B3.
Para calcular o índice, a entidade não considera absolutamente todas as transações interbancárias realizadas em um dia. Na verdade, ela utiliza alguns critérios para definir quais operações serão consideradas no cálculo:
- o depósito interbancário precisa ser prefixado com prazo de um dia útil;
- a negociação precisa ser entre instituições de conglomerados diferentes;
Considerados esses requisitos, ainda há duas regras: as negociações elegíveis precisam ser, no mínimo, 100 e ainda devem somar pelo menos R$30 bilhões em volume negociado.
Se esses números não forem alcançados, a taxa DI do dia não é calculada e será considerada igual à Selic Over ou a Selic Over do dia anterior.

Como a taxa DI afeta os investimentos?
A taxa DI é muito utilizada no mercado financeiro para o cálculo de diversas operações, mas é principalmente uma referência para investimentos de renda fixa.
Muitos títulos privados de renda fixa remuneram um percentual da taxa DI quando são pós-fixados. Sabe as contas digitais de bancos que pagam 100% do CDI? Exatamente.
Há também diversos fundos de investimento que têm como objetivo acompanhar a variação dessa taxa.
Além disso, a taxa é muito utilizada para o chamado benchmark da renda variável. Ou seja, como um indicador para comparar a rentabilidade entre investimentos de renda variável.
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