
A análise fundamentalista de ações na Bolsa de Valores é uma das formas mais conhecidas de analisar papéis. Principalmente os investidores que têm foco em ganhos no longo prazo recorrem a essa metodologia.
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Ela também é muito utilizada por investidores que aplicam o Value Investing.
Além do fato de que pode ser usada para analisar ações do Brasil e do exterior, ela proporciona ao investidor uma visão mais ampla e uma forma sustentável de avaliar onde colocar seu dinheiro.
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Por isso tudo, a análise fundamentalista tem grande relevância no mercado. Quem a usou primeiro foi o famoso Benjamin Graham. Mas Warren Buffett foi um dos maiores estudiosos da metodologia.
Valor é o que se leva, preço é o que se paga.
Warren Buffett
O que é Análise Fundamentalista de Ações?
Existem várias formas de escolher uma ação ao investir na Bolsa de Valores. E a análise fundamentalista é uma dessas formas, se apresentando como uma metodologia que permite analisar vários aspectos para descobrir o valor de um papel.
Enquanto outras metodologias podem ser mais brandas ou focar apenas no curto prazo, a fundamentalista foca em mostrar uma análise mais profunda e com melhores resultados no longo prazo.
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Na escolha de uma ação, ela leva em consideração, por exemplo: a situação financeira da empresa, o cenário econômico no qual se encontra, o setorial. Ou seja, são considerados tanto aspectos internos quanto externos da empresa.
O objetivo da análise fundamentalista é determinar qual seria o preço justo de uma ação e as perspectivas para seu futuro. Ou seja, qual é o valor intrínseco de um papel, o quanto ele realmente vale considerando tudo o que tem a oferecer no longo prazo.
Muitas vezes o que acontece é que, ao fazer a análise fundamentalista, o investidor percebe que uma determinada ação tem muito potencial para o futuro. E muitas vezes o preço atual dela está abaixo desse valor.
É aí que o investidor identifica um potencial: uma ação que agora está barata, mas tende a se valorizar com o tempo. Este é o papel ideal para aplicar o dinheiro.
Por isso se costuma dizer que essa técnica estuda o valor de uma companhia e não o seu preço naquele momento.

Como funciona na prática?
Na prática, aplicar a análise fundamentalista de ações requer tempo e cuidado. É necessário fazer uma pesquisa, acompanhar o mercado, além de buscar ativamente por dados da empresa em vista.
Dados econômicos, indicadores financeiros, balanços e resultados da empresa são fundamentais para realizar esta análise. O histórico da companhia de interesse também deverá ser levado em conta para estipular seu potencial de geração de valor.
Não existe forma fácil de fazer isso, essa é a verdade. Mas depois que o investidor adquire experiência, a prática fica menos desafiadora.
Então não tem mistério: a análise fundamentalista é sobre encontrar dados e avaliá-los.
Como já mencionado, ela leva em consideração tanto fatores externos, quanto internos. Levantar e avaliar esses indicadores é a principal parte do processo para tomar conclusões.
Esses dados podem ser obtidos em documentos como:
- O balanço patrimonial, geralmente publicado trimestralmente ou anualmente, mostra a situação dos ativos e passivos da empresa
- Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), que mostra se a empresa teve lucro ou prejuízo naquele período
- Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), que mostra o dinheiro em caixa
No DFC, por exemplo, o investidor pode analisar qual foi o caixa da empresa entre um exercício. Isso o permitirá compreender como o dinheiro está entrando e saindo.
Mas não é só isso. Existem vários dados e indicadores obtidos em documentos como esses que permitirão realizar a análise, entender o comportamento da empresa, seus potenciais etc.
Indicadores
Entre os principais indicadores de uma análise fundamentalista estão:
- Índice Preço/Lucro (P/L) – resultado da relação entre preço da ação e o lucro obtido por ação. Isso permite avaliar o quão atrativo está o preço de um papel, se comparado a outras empresas do mesmo setor.
- Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) – relação entre o preço da ação e o valor patrimonial (VPA), que é encontrado com a fórmula “VPA = Patrimônio Líquido/Número total de ações”.
- Preço da Ação/Receita por Ação (P/V) – preço do papel dividido pelas vendas realizadas no mercado. Este cálculo mostra a relação capitalização x valor das vendas líquidas.
- Valor da empresa/Ebitda (VE/Ebitda) – Ebitida é um dos índices mais conhecidos e usados do mercado financeiro e você pode aprender mais sobre ele em nosso artigo a respeito.
Já o valor de mercado é resultado do preço das ações negociadas x número total de ações. Esse valor deve ser somado ao endividamento bancário líquido e assim se tem o Valor da Empresa (VE).
- Dividend Yield (DY) – demonstra o retorno que um determinado ativo gerou no ano, com base em cotações atuais (dividendos pagos nos últimos 12 meses/preço da ação).
- Return On Equity (ROE) – é o desempenho de uma empresa, se está gerando benefícios aos acionistas. Também avalia a capacidade de uma empresa agregar valor a si própria, usando recursos próprios.
O ROE é resultado da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido do período contábil anterior.
Já os indicadores econômicos que podem ser observados são, por exemplo, nas decisões de política monetária do FED, o livro Bege do FED, o relatório do Payroll, IBC-Br, preços de commodities.
Uma análise setorial também é importante, sendo as notícias um artifício complementar à análise (embora não devam ser tomadas como principal meio de análise).
Qual a diferença entre análise fundamentalista e análise técnica?
Se você está aprendendo como escolher ações na Bolsa de Valores, além de análise fundamentalista já deve ter ouvido falar na análise técnica. Trata-se de outra metodologia, mas que cumpre um propósito diferente.
Enquanto na análise fundamentalista de ações o investidor foca em descobrir o valor intrínseco de um papel no longo prazo, a análise técnica foca no curto prazo. Ela usa gráficos para apontar operações em janelas de semanas, dias ou até horas.
O investidor que faz o primeiro tipo de análise, precisa esperar mais tempo, já que avaliará uma série de resultados das empresas (que possuem períodos específicos para serem divulgados).
Ao contrário disso, a análise técnica é sobre análise gráfica. Ou seja, o investidor faz uso de gráficos em tempo real para tomar decisões mais rápidas.
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