O Banco Central decidiu manter a taxa Selic a 13,75% ao ano, por unanimidade do Comitê de Política Monetária (Copom), pela sétima vez consecutiva. A informação foi divulgada na última quarta-feira, 21, após reuniões.
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A Selic é a taxa básica de juros da economia e influencia todo o mercado, dos preços até a rentabilidade dos investimentos, e serve também como um mecanismo de regulação do mercado. Regularmente, o Copom se reúne para revisá-la.
Mais uma vez o Banco Central não cedeu às pressões de parte do governo e não mexeu nos juros.
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Embora surpreenda, a decisão de manter os juros inalterados, era esperada por alguns analistas do mercado financeiro.
Em comunicado, o Copom cita um ambiente adverso e de incertezas, principalmente por conta dos recentes episódios envolvendo bancos. O comitê enfatiza sobre a inflação, que se mantém “resiliente” lá fora e argumenta que “os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas”, disse.
Na economia doméstica, a desaceleração continua, com a inflação acima do teto da meta. O texto novamente menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo governo, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol.
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Pela sétima vez seguida, Copom mantém Selic em 13,75%
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a sétima vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado.
“Por um lado, a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, destacou o comunicado do Copom.
Ainda na nota, o Comitê apontou que “nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas.”
Veja o histórico de altas da taxa Selic nos últimos anos
A taxa Selic vem sendo mantida em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, sendo este o maior patamar desde 2017. Anteriormente, o Copom tinha elevado os juros por 12 vezes consecutivas entre 2020 e 2021.
Veja:
- 21 de junho de 2023, mantida em 13,75% ao ano;
- 3 de maio de 2023, mantida em 13,75% ao ano;
- 22 demarço de 2023, mantida em 13,75% ao ano;
- 1º de fevereiro de 2023, mantida em 13,75% ao ano;
- 7 de dezembro de 2022, mantida em 13,75% ao ano;
- 26 de outubro de 2022 foi mantida em 13,75% ao ano;
- 21 de setembro de 2022 foi mantida em 13,75% ao ano;
- 03 de agosto de 2022 elevada em 13,75% ao ano;
- 15 de junho de 2022 elevada em 13,25% ao ano;
- 04 de abril de 2022 elevada em 12,75% ao ano;
- 16 de março de 2022 elevada em 11,75% ao ano;
- 2 de fevereiro de 2022 elevada em 10,75% ao ano;
- 8 de dezembro de 2021 elevada em 9,25% ao ano;
- 27 de outubro de 2021 elevada em 7,75% ao ano;
- 22 de setembro de 2021 elevada em 6,25% ao ano;
- 4 de agosto de 2021 elevada em 5,25% ao ano ;
- 16 de junho de 2021 elevada em 4,25% ao ano;
- 5 de maio de 2021 elevada em 3,5% ao ano;
- 17 de março de 2021 elevada em 2,75% ao ano;
- Agosto a março de 2020, 2% ao ano.
O ciclo de altas consecutivas iniciou-se em janeiro de 2021. Antes, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986.
Na época, devido à contração econômica gerada pela pandemia, o Banco Central derrubou a taxa Selic para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Quando serão as próximas reuniões do Copom?
Para quem gosta de ficar atento à taxa Selic, já foi divulgado pelo Copom o calendário de reuniões para 2023. Veja abaixo quando ocorrerão os oito encontros previstos:
31 de janeiro e 1º de fevereiro21 e 22 de março2 e 3 de maio20 e 21 de junho- 1º e 2 de agosto
- 19 e 20 de setembro
- 31 de outubro e 1º de novembro
- 12 e 13 de dezembro
Alta da Selic tem como objetivo combater a inflação
Nos últimos meses, o Banco Central elevou a taxa Selic com o intuito de combater a inflação do Brasil. Isso porque os juros básicos são a principal forma que o órgão tem de tentar frear a alta de preços.
Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2022 a inflação oficial do país fechou em 5,79%.
O ano de 2021 terminou com a inflação em 10,06%, que já foi o maior índice desde 2015.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) havia fixado meta de inflação de 3,5% para o ano passado, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Portanto, o índice não deveria ter superado 5%.
Para 2023, a meta de inflação está em 3,25%, também com margem de 1,5 ponto percentual, o que garantiria um intervalo entre 1,75% e 4,75%.
Você já esperava pela manutenção da taxa Selic? Acredita que agora a inflação poderá começar a ser freada? Deixe o seu comentário aqui embaixo!