Paulo Guedes volta a defender o fim do IPI. Entenda o que isso significa

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Na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender o fim do IPI — Imposto sobre Produtos Industrializados. Mas muitos ainda não sabem o que é esse tributo e o que significa cortá-lo. 

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Guedes deu a declaração durante uma palestra organizada pela Associação da Classe Média (Aclame), em Porto Alegre, do qual era convidado. O ministro defendeu que a cobrança do tributo desestimula os investimentos produtivos, contribuindo para a “desindustrialização” do país.

Ao defender o corte total do IPI, ele ainda destacou que o governo federal já conseguiu reduzir em até 35% o valor do imposto cobrado da maioria dos produtos fabricados no país. 

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A única exceção são os fabricados na Zona Franca de Manaus, que deve ser impactada pelo possível corte. Pelo que Guedes disse, a ideia é seguir fazendo cortes graduais até zerar todas as alíquotas.

“E assim a gente segue e vê o que vai acontecer ali na frente. (Cortando) mais 35%, faltarão apenas 30% (para o zerarmos). E, aí sim, dá para abaixar mais a tarifa do Mercosul e outras”, disse o ministro.

O que é IPI?

IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados. Trata-se de um imposto cobrado sobre todos os produtos industrializados, indo desde os aparelhos eletrônicos (celular, computador), passando por carros, até a caneta que você usa para escrever.

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A alíquota desse imposto incide sobre itens nacionais e também sobre os importados, basta que tenham passado por algum processo de industrialização. 

O IPI é um tributo de competência federal, ou seja, somente a União (o Governo Federal) pode cobrá-lo. Um dos objetivos deste imposto é arrecadar fundos para o tesouro nacional.

Mas existe ainda uma característica importante sobre o tributo, que tem muito a ver com a proposta de colocar fim no IPI: ele tem caráter extrafiscal. 

Ou seja, ele também é usado para  estimular ou desestimular determinados comportamentos sociais ou econômicos. Por exemplo: diminuir ou aumentar o consumo de determinado produto.

Existem apenas algumas exceções a esse imposto, uma lista de produtos que são isentos do IPI, que inclui:

  • Livros (físicos e digitais) e o papel destinado à sua impressão
  • Industrializados destinados à exportação (para deixar o produto nacional mais barato e mais competitivo no exterior)
  • Ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial
  • Energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais

Nos demais produtos, a alíquota do IPI varia de acordo com cada tipo de mercadoria. Todas, entretanto, estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Imagem em close do ministro da Economia, Paulo Guedes, em seu discurso defendendo o fim do IPI
Ministro Paulo Guedes defende o fim do IPI para “reindustrialização” do país (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O que significa o fim do IPI?

O fim do IPI é uma proposta que vem sendo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com o objetivo de fomentar a industrialização no país. 

O governo federal já decretou algumas reduções no imposto este ano e agora Guedes volta a defender cortes graduais até que a alíquota seja zerada. Na visão dele, o imposto desestimula os investimentos produtivos e contribui para a “desindustrialização” do país.

O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, disse que a equipe econômica considera o IPI prejudicial para a indústria brasileira. Além disso, afirmou que o governo estudou uma redução de até 50% das alíquotas. 

Porém, as regras fiscais atuais obrigam que os cortes de arrecadação sejam complementados de outra forma. Por isso, se o IPI realmente for zerado, ele teria que ser compensado para fins de arrecadação fiscal. 

Mesmo assim, segundo Guaranys, o governo pretende zerar o Imposto sobre Produtos Industrializados. No momento, a medida depende da aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional.

Na prática, o fim do IPI poderia deixar alguns produtos mais baratos. Mas isso não necessariamente seria sentido pelo consumidor final, se a inflação subir demais, por exemplo.

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