
Mais do que mais um filme sobre histórias inspiradoras, Fome de Poder é um relato de criação de uma das marcas mais importantes do mundo.
Lançado no Brasil em 2017 e dirigido por John Lee Hancock, o filme conta a história da ascensão do McDonald’s, uma das franquias de fast-food mais populares e a terceira maior do mundo.
Logicamente existem alterações para tornar a trama mais adequada para o cinema. Mas ainda assim a produção é um pote de ouro para empreendedores.
Afinal, qual o melhor meio para obter lições de empreendedorismo, se não observando os exemplos de grandes negócios de sucesso?
Sobre o que é o filme Fome de Poder?
Neste filme Michael Keaton interpreta o vendedor de Illinois Ray Kroc, que na vida real foi o comprador da rede McDonald’s em 1955. Na trama, ele nota uma movimentação de consumidores fora do normal em uma lanchonete pequena.
Se tratava da lanchonete dos irmãos Richard e Maurice Mac McDonald, que ficava no sul da Califórnia.
Kroc se interessa pelo modelo inusitado e inovador de produção dos lanches. Percebendo a oportunidade, o empresário adquire uma participação nos negócios.
É neste ponto que começa a história do surgimento da rede de fast-food e de todo o conceito por trás dela. Aos poucos, as estratégias de negócios de Kroc transformam a marca no gigantesco império alimentício que conhecemos.
A produção pode ser assistida online na HBO Brasil, nos canais de televisão Telecine ou alugada por R$11,90 no Youtube.

Lições sobre empreendedorismo do filme Fome de Poder
1 Seja um solucionador de problemas
Quem empreende ou já estudou a respeito, sabe que um dos primeiros passos para obter um negócio de sucesso é solucionar um problema do consumidor. Em Fome de Poder isso fica muito claro logo no início.
Afinal, é justamente a solução de um dos principais problemas dos clientes que leva a pequena lanchonete McDonald ao sucesso na região: economia de tempo.
Enquanto na concorrências as pessoas estavam acostumadas a pegar filas e esperar vários minutos para comer um lanche, McDonald se mostrava como o lugar ideal para quem tinha pressa.
Os irmãos McDonald fecharam uma lanchonete altamente rentável por meses apostando todas as fichas nesta ideia. Investiram em uma grande reforma para adequar a cozinha e a equipe de funcionários aos novos processos, o que nos leva à próxima lição.
2 Processos são tão importantes quanto resultados
Até hoje um dos grandes diferenciais do McDonald’s — que depois inspirou os modelos de outros fast-foods ao redor do mundo — é o processo de produção dos lanches.
Com o objetivo de oferecer comida com rapidez, todas as etapas de produção foram pensadas com foco nisso. Ainda assim, o controle de qualidade se manteve rígido, para que se mantivesse o padrão no produto oferecido.
A postura dos irmãos McDonald, que investiram pesado na adoção desses rígidos processos, foram o que levaram a lanchonete ao sucesso. Não apenas pela rapidez, mas pela qualidade do lanche.
O sistema revolucionário mostrado em Fome de Poder, em que se aplicam os princípios da linha de produção na preparação de lanches fast-food, foi chamado de ‘Speedee Service System‘.
Apesar de retratar o funcionamento de um restaurante, esse princípio pode ser adotado em qualquer negócio. Muitas vezes empreendedores ficam tão ansiosos pelos resultados, que esquecem que antes dele vêm os processos.
Você já parou para avaliar os processos do seu empreendimento? Conhece todo o passo a passo do seu produto ou serviço até que ele chegue ao cliente? Sabe como pode fazer para otimizá-lo, seja para torná-lo mais rápido, rentável ou eficaz? Pense nisso!

3 Fome de poder significa fome por inovação
“A vida inteira seguimos ideias de outras pessoas. Queríamos uma coisa que não fosse só diferente, tinha que ser melhor. E precisava ser nossa. E isso nos levou ao maior corte de todos: a espera. Pedidos prontos em 30 segundos, não 30 minutos.”
O conceito de servir lanches com rapidez não só é uma lição de como reavaliar e otimizar processos, mas também de inovação. Afinal, McDonald’s foi a primeira lanchonete a oferecer o serviço tão rapidamente.
Mas inovação não é algo que fica somente no campo das ideias. Richard e Maurice precisam usar a criatividade para tornar a inovação viável.
Isso envolveu desde toda a reforma na cozinha da lanchonete, até a criação de utensílios de cozinha próprios. Um dos mais icônicos, que podem ser vistos até hoje nas cozinhas de fast-foods, são os dispersores de molhos.
Mas essas são apenas algumas das inovações da marca. Não é à toa que dizem que o que Henry Ford fez pelos carros, os irmãos McDonald fizeram pelos hambúrgueres e batatas fritas.
4 Confie no potencial do seu negócio
Quando os irmãos McDonald já haviam decidido diminuir o ritmo do negócio por conta de problemas de saúde, o ambicioso Ray Kroc se mostra um dos maiores fãs da ideia criada pelos irmãos.
O empresário não só aposta suas últimas fichas adquirindo uma parte nos negócios, como propõe a abertura de franquias. Isso porque ele soube reconhecer o potencial daquele processo inovador assim que bateu os olhos.
“Franquia! Uma franquia dessa coisa! É muito bom para ter uma loja só. Deviam haver McDonald’s para todo lado, de costa a costa, de um oceano a outro!”
Talvez o fato de que Kroc acreditava tanto no modelo de negócio foi o que levou a marca ao seu sucesso estrondoso nos anos seguintes.
E isso também o levou a não medir esforços para conquistar os recursos necessários para abrir as tais franquias, mesmo após receber negativa de crédito de vários bancos, como mostra Fome de Poder.
5 Busque parcerias alinhadas com seu propósito
Assim como acontece com qualquer empreendimento, a história do McDonald’s também tem altos e baixos. E o filme Fome de Poder mostra que muitos dos “baixos” foram enfrentados logo no início da expansão.
Depois de autorizarem a abertura de franquias, os irmãos McDonald e o empresário Kroc tiveram que lidar com um dos primeiros grandes problemas: franqueados que não estavam obedecendo os padrões de oferta do produto e serviço da lanchonete.
Enquanto a proposta inicial era oferecer um ambiente familiar, limpo, barato e rápido, algumas unidades começaram a se tornar símbolo de desleixo. Então o empresário Kroc começa uma intervenção.
Ele resolve romper com esses franqueados e começa ele mesmo a procurar pessoas com os perfis ideias para tocar as franquias.
Nesta busca ele aposta no modelo de fechar acordos com famílias, casais que trabalham em equipe, e nota que esse tipo de parceria tem o potencial que ele precisa.
“Estou procurando alguns bons homens e mulheres que não tenham medo de trabalhar duro, de arregaçar as mangas. Sei que é um clichê, mas procuro lutadores, guerreiros, caras dispostos a arregaçar as mangas. Gente motivada, com uma chama interna, com muita coragem. Estou aqui diante de vocês para oferecer algo tão precioso quanto ouro. Alguém sabe o que é? Oportunidade! (…) Tem outro para pegar no final dos arcos dourados!”
Segundo conta o filme Fome de Poder, a ideia dá certo e logo não somente são abertas mais franquias McDonald’s, como também as unidades começam a dar mais certo.
Afinal, agora os franqueados estão muito mais alinhados com a proposta da marca.
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