Revisão FGTS: Barroso defende que tenha pelo menos a remuneração da poupança

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carteira de trabalho no bolso de uma calça
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Aconteceu na última quinta-feira, 20, o julgamento do STF a respeito da revisão do FGTS. O relator, ministro Luís Roberto Barroso, acompanhado pelo ministro André Mendonça, defendeu que a correção não pode ficar abaixo da poupança. 

Atualmente, o saldo dos trabalhadores no Fundo de Garantia são corrigidos pela Taxa Referencial (TR). Essa taxa, inclusive, faz parte também do cálculo da poupança, mas no caso do fundo o rendimento é ainda menor. 

Por isso, em 2014 o partido Solidariedade ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade pedindo alteração do cálculo. A ideia era que o FGTS passasse a ser corrigido conforme a inflação. 

Agora, caberá ao STF proferir um novo entendimento sobre o assunto. Apesar do julgamento ter começado na semana passada, a decisão ainda não foi tomada. A previsão é que o julgamento retorne na próxima quinta-feira, 27. 

Revisão do FGTS gera perda aos trabalhadores

Ao entrar com a ação, o Partido Solidariedade alegou que o atual cálculo do Fundo de Garantia gera perda aos trabalhadores. Afinal, se as quantias ali depositadas não são corrigidas de acordo com a inflação, perdem valor ao longo do tempo. 

Mas o embate sobre o tema existe, não há unanimidade. A Advocacia Geral da União (AGU), por exemplo, defendeu a extinção do processo na Justiça.

Para o órgão, não há necessidade de mudar a atual forma de correção do fundo, porque ela já foi alterada em 2017. O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que os custos de uma possível revisão do FGTS atingiriam todo setor produtivo. 

Mas o fato é que a decisão do STF, seja ela qual for, será importante tanto para os trabalhadores quanto para o Judiciário.

Para os trabalhadores, pode significar ganhos significativos para aqueles que possuem empregos formais (CLT). Para o Judiciário, uma redução drástica no volume de ações reivindicando a correção do saldo.

O esperado dos especialistas no assunto é que o julgamento do STF sobre a revisão do FGTS seja favorável aos trabalhadores. Se isso acontecer, em teoria, todos os que tiveram carteira assinada a partir de 1999 teriam o direito de revisar o saldo de suas contas.

celular aberto na tela do fgts
Revisão do FGTS entra na pauta do STF na próxima quinta, 27

Quanto os trabalhadores perdem sem a correção?

Segundo o Instituto Fundo de Garantia, a correção do saldo do FGTS pela TR, em vez do índice oficial de inflação INPC, pode ter resultado em uma perda de cerca de R$720 bilhões para os trabalhadores entre 1999 e março de 2023. 

A entidade oferece uma calculadora em seu site para os trabalhadores verificarem quanto dinheiro eles poderiam ter ganhado com a correção pela inflação.

Acontece que a TR tende a ser menor do que a inflação. Portanto, reduz o poder de compra do saldo do FGTS dos trabalhadores quando utilizada como referência. 

Além disso, a TR permaneceu em zero por vários anos, principalmente entre 1999 e 2013 e entre 2017 e 2019, tornando sua utilização para correção monetária do FGTS questionável.

O partido Solidariedade argumenta que a utilização da taxa para correção monetária do Fundo de Garantia  viola o direito de propriedade dos titulares das contas vinculadas, pois não é capaz de espelhar a inflação.

O conteúdo ajudou? Quer saber mais sobre o julgamento do FGTS? Então leia mais sobre a revisão do FGTS de 1999 a 2013 aqui!

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