Embora não seja uma novidade tão recente, faz alguns meses que as discussões sobre o ChatGPT começaram a se intensificar no Brasil. Agora um dos principais questionamentos que circula é: como isso afetará o mercado de trabalho?
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Será mesmo que esta Inteligência Artificial será capaz de ocupar o lugar dos seres humanos? Quais são os limites e cuidados éticos que giram em torno disso?
Já podemos começar esta conversa afirmando que, sim, com o avanço tecnológico é esperado que máquinas ocupem funções outrora humanas, como já ocorreu antes. Mas isso não necessariamente significa um caos completo, como muitos pensam.
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O mercado está em constante mudança e já é fato conhecido que só sobrevive a ele quem consegue se adaptar às mudanças. No entanto, não será de uma hora para a outra que uma nova ferramenta da AI tomará o lugar de todos.
Até porque, como veremos ao longo deste artigo, ainda há muitas limitações que a ferramenta precisa superar.
O que é e como funciona o ChatGPT?
O ChatGPT funciona como se fosse um chatbot, ou seja, um chat (conversa por troca de mensagens) com um robô (inteligência artificial) respondendo do outro lado.
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O que chamou atenção desta vez é que as respostas possuem um nível altíssimo de complexidade, chegando a parecer um humano em alguns casos. Além disso, é possível encontrar respostas para praticamente tudo na plataforma.
Não é à toa que muitos já sugerem que estamos diante do concorrente que, pela primeira vez, tem potencial para superar o maior mecanismo de buscas até então: o Google. Isso não é um pensamento unânime, mas há quem acredite.
Toda essa eficiência da ferramenta vem de um backup enorme de textos disponíveis online. São mais de 570 GB de informações armazenadas, vindas de notícias, fóruns, livros, artigos etc.
A ferramenta traduz cerca de 40 milhões de palavras, combina e estrutura para oferecer qualquer resposta solicitada pelo usuário.
Essa Inteligência Artificial não nasceu ontem. O modelo de comunicação foi criado pela OpenAI em 2018, mas está agora em sua terceira atualização, que foi a que mais chamou atenção, por ser mais eficiente.
Saiba mais sobre o surgimento e funcionalidade do ChatGPT aqui.
Como a ferramenta pode afetar o mercado de trabalho?
O que faz muitos questionarem qual será o impacto do ChatGPT no mercado de trabalho é a variedade de aplicações para a ferramenta.
Ela é de produzir textos elaborados, relatórios, tabelas. Há internautas pedindo até elaboração de dietas para a Inteligência Artificial.
Mas ainda existe uma série de barreiras a serem vencidas. Um dos principais questionamentos é em relação à validade e veracidade das informações fornecidas pelo chat.
Dado o enorme volume de notícias falsas que circulam online, até onde vai a capacidade da ferramenta para identificá-las e não replicá-las?
Além disso, a fonte de conteúdo é o próprio conteúdo já foi produzido por uma pessoa. A Inteligência Artificial não cria, ela retém e redistribui informações que já foram produzidas.
Neste ponto, entra uma série de preocupações éticas, como a questão do plágio, se a ferramenta é capaz de evitar isso ou não. Ou seja, existem limites intelectuais.
A proteção de dados também é fonte de discussão, fora outros pormenores, como erros gramaticais.
Dito isto, o melhor uso que se pode fazer hoje do ChatGPT é de um recurso de suporte. Como sugere Christian Perrone, jurista e pesquisador em Fulbright na Universidade Georgetown, pode ser uma ferramenta para “dar um start em um texto que se quer escrever”.
O especialista é dos que acredita que o chat ainda não entrega o nível de revolução que alguns parecem esperar. Mas a evolução é positiva e, na opinião do pesquisador, até o jornalismo pode se beneficiar das suas funcionalidades.
O mesmo vale para outras aplicações. De forma alguma uma prescrição dietética entregue pelo chat, por exemplo, já é capaz de superar uma avaliação profissional verdadeira.
“Por um lado tem pessoas que acham que isso é a grande revolução do futuro, mas por outro, temos que entender que ela é um pequeno degrau numa escada muito grande”, disse Perrone, à TV Cultura.
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