
Em seu último levantamento, a ANP — Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis — informou que o preço da gasolina já chega a R$8,990 o litro. No caso do diesel, o valor chega a R$8,630.
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Esses são os valores mais caros encontrados pela autarquia na pesquisa realizada entre 12 e 18 de junho. No entanto, ainda não refletem completamente o último reajuste anunciado pela Petrobras, no dia 17 de junho.
Mas você já parou para pensar do que é composto esse valor total? Quais são as taxas, impostos e o que interfere no preço dos combustíveis até chegar ao bolso do consumidor? É o que vamos explicar neste artigo!
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Como é formado o preço da gasolina e do diesel?
Até virar produto final e chegar aos postos, o combustível passa por um processo longo que interfere diretamente no seu custo.
A matéria-prima passa pelas refinarias e de lá é vendida para as distribuidoras, que repassam o produto já finalizado para os postos onde ele é comprado pelo motorista.
No meio desse processo, acontece ainda a adição de etanol anidro na gasolina e do biodiesel no caso do diesel, por determinação da lei.
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Tendo isso em mente, podemos dizer que o preço final da gasolina (e também o do diesel) é composto por quatro fatores:
- Preço do produtor/importador do combustível nas refinarias
- Impostos
- Custo do etanol (biodiesel no caso do diesel)
- Margens de lucro dos distribuidores e revendedores
Você já deve ter entendido que, aqui no Brasil, a Petrobras tem forte influência no preço desses combustíveis. Isso acontece porque ela está no topo dessa lista, sendo a empresa dominante nesse mercado.
Logo, se ela aumenta o preço do produto que sai de suas refinarias, a maior parte do produto final chega aos postos um pouco mais caro. Porém, a estatal não define o preço da gasolina sozinha, já que todos os outros três fatores interferem também.
De acordo com a empresa, um pouco mais de ⅓ do preço final da gasolina é parte da Petrobras. O restante é composto pelas margens de lucros e pelos impostos. Esses últimos compõem a maior parcela do preço da gasolina, como veremos a seguir.

Quais impostos incidem nos preços dos combustíveis?
Os impostos compõem a maior parte do preço da gasolina e a segunda maior parte do preço do diesel. Os tributos que incidem sobre esses produtos são:
- ICMS — Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
- PIS/Pasep — Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
- Cofins — Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
- Cide — Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
Desses quatro impostos, somente o ICMS é estadual e corresponde a cerca de 27% do preço da gasolina. É por isso que está tramitando uma proposta para limitar a incidência desse tributo no produto, de modo que se contenha um pouco o preço.
Os outros três impostos que incidem na gasolina são tributos federais. Ou seja, o valor arrecadado vai para a União, que destina-os para seus respectivos fins: abonos salariais, Seguridade Social e infraestrutura de transporte, projetos ambientais relacionados à indústria de petróleo e gás, entre outras finalidades.
No caso do ICMS, a incidência do imposto ocorre no preço cheio do combustível. Ou seja, ele vai direto na base de cálculo e incide sobre o preço final do produto.
Portanto, quando a Petrobras reajusta os preços, como aconteceu no último dia 17 de junho, há incremento do valor do ICMS não só sobre essa parcela, mas sobre todo o preço final de venda ao consumidor, ampliando seu efeito final.
Já o Cide, o PIS/Pasep e a Cofins, incidem sobre o preço comercializado pela Petrobras. Ou seja, aquele que sai das refinarias. Além disso, eles são cobrados em valores fixos por volume ou quantidade vendida.
Composição do preço da gasolina
Agora você já sabe como o preço da gasolina é composto. Mas qual é a parcela de cada um desses custos no valor final, que sai da carteira do motorista quando vai aos postos?
A maior parte é de impostos e da Petrobras, o preço das refinaria. Esse segundo corresponde a um pouco mais que um ⅓ do valor, enquanto o restante é referente às margens de distribuição e revenda, além da mistura de etanol.
Na prática, o preço da gasolina no posto é composto, aproximadamente, com os seguintes percentuais:

Preço do diesel
Assim como o preço da gasolina, o preço do diesel é impactado pelos mesmos quatro fatores, com a diferença que não há adição de etanol, mas sim de biodiesel.
No entanto, um detalhe importante é que o preço desse combustível tem mais influência da Petrobras que a gasolina, por conta do processo pelo qual passa até chegar ao consumidor.
Enquanto ⅓ do preço final da gasolina é da Petrobras, no diesel essa parcela é de mais da metade. Ou seja, se você paga R$8 no litro diesel, aproximadamente R$5,056 são da estatal.
A composição do preço final tem os seguintes percentuais:

Quem é responsável pelo aumento da gasolina?
Com tantas influências no preço da gasolina e do diesel, talvez você se pergunte: então quem é o verdadeiro responsável pelos aumentos? De quem é a culpa?
Não existe uma resposta simples para essa pergunta. De modo muito resumido, podemos dizer que o aumento da gasolina pode ser atribuído a um conjunto de: preço do petróleo, inflação, política de preços da Petrobras e legislação tributária.
Alguns especialistas explicam que a principal pressão vem dos preços internacionais do petróleo. Com a guerra na Rússia, por exemplo, o preço do barril foi diretamente impactado, com alta acima de 45% em 2022.
No entanto, os aumentos praticados pela Petrobras também impactam no bolso do consumidor de forma bastante significativa. Não à toa, existem muitos críticos à política de preços da estatal e tanta discussão em torno de seus reajustes.
Acontece que a empresa tem aumentado o preço da gasolina nas suas refinarias de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Logo, sendo a principal empresa do mercado e o preço externo alto, o resultado final é gasolina a R$8,99.
A questão tributária também é um ponto, já que os impostos, junto com a Petrobras, compõem a grande parcela do preço. Há quem defenda que a estatal é a principal culpada, enquanto outra linha de pensamento atribui maior responsabilidade aos estados, com a incidência do ICMS.
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