E se você descobrisse que a sua música preferida ou seu artista preferido pode ser um investimento? Estamos falando de investir em royalties musicais.
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O interesse por esse tipo de aplicação já é uma realidade em outros países, mas têm aumentado no Brasil. Trata-se de uma modalidade de investimento que capitaliza direitos autorais de músicas.
Embora inicial no país, a rentabilidade das aplicações já supera outros investimentos tradicionais, como o Tesouro Direto. Segundo a revista Exame, dados da plataforma Brodr apontam que a rentabilidade variou entre 0,43% e 3,42% em 2022, dependendo da música.
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É importante frisar que a maioria das empresas vai disponibilizar esse tipo de aplicação somente para investidores qualificados. Mas há também aquelas que abrem mais possibilidades de acesso.
Pode ser uma boa opção para quem busca diversificar a carteira de investimentos com ativos além da renda fixa.
Sim, os royalties se enquadram como investimentos de renda variável e, portanto, há certos riscos implicados.
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Quer saber mais? Então continue lendo o artigo!
O que são royalties musicais?
Os royalties musicais são os direitos autorais de uma música. Ou, melhor dizendo, são a capitalização desses direitos, portanto se referem ao que se recebe pela reprodução da canção.
Existem royalties não só de música, mas de vários outros ativos, como o petróleo, por exemplo. Em todo caso, os royalties serão o direito de receber sobre a utilização do ativo.
No Brasil, investir em royalties musicais tem se tornado cada vez mais popular, embora ainda seja um tipo de aplicação mais restrita.
O setor foi aquecido com a chegada das primeiras plataformas de crowdfunding e a regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em outros países, como nos Estados Unidos, a modalidade de investimento já é bastante conhecida.
O mercado de direitos autorais movimenta bilhões por ano e a capitalização dos direitos de uma música ganhou ainda mais força na pandemia, quando shows se tornaram restritos e esses direitos se tornaram a principal fonte de renda para vários artistas.
Como funciona o investimento em royalties musicais?
É possível investir em royalties musicais comprando uma parte dos direitos autorais de uma música. Comparativamente, é como se a música fosse uma empresa com ações, que são fatias desse direito.
A tecnologia blockchain permitiu que esses direitos fossem tokenizados e tornados ativos digitais que podem ser comprados e vendidos.
Ao adquirir uma fatia, o investidor recebe uma parte equivalente de receita gerada a partir da reprodução da música.
Cada play no rádio, nos streamings, redes sociais, TV ou onde for, gera capitalização pelos direitos autorais e todo mundo que tem uma fatia ganha.
Quanto mais uma música toca, maior é a rentabilidade da aplicação dos direitos atribuídos a ela.
Esses royalties são reunidos em catálogos, cujo modo de organização varia. Algumas vezes, um catálogo vai reunir várias composições de um único artista, em outras haverá uma mescla de vários artistas e gêneros.
O investidor pode adquirir a totalidade ou uma parte do catálogo e obter rentabilidade em cima das reproduções das músicas ali. Outra possibilidade é licenciar o catálogo por um período.
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Onde investir em royalties musicais?
Não vai ser batendo na porta dos artistas que você conseguirá comprar os direitos de suas canções. Para investir em royalties musicais é necessário usar uma empresa intermediária.
Existem plataformas de investimentos e empresas do setor que atuam diretamente neste nicho, como é o caso da Hurst Capital, da Adaggio e da Brodr, entre outras. Algumas vão se identificar exatamente como um marketplace de royalties musicais.
Essas plataformas organizam e precificam os catálogos, possibilitando ao investidor aplicar neles. Mas antes de escolher uma, pesquise sobre sua reputação para investir com segurança.
Vale destacar que a maioria delas só permite a aplicação por investidores qualificados, ou seja, aqueles que já possuem pelo menos R$1 milhão em investimentos.
Os aportes iniciais giram em torno de R$10 mil.
Vale a pena investir nesse mercado?
Vale a pena investir em royalties musicais se você é um investidor experiente, qualificado e está buscando diversificar a carteira. Ou seja, não é uma aplicação recomendável para iniciantes (nem é acessível a este público na maioria das vezes).
Mas é importante ter em mente que, sendo uma aplicação de renda variável, os direitos musicais têm seus riscos.
Para que a música dê rentabilidade, ela precisa estar tocando. Se cair no esquecimento, não rende mais.
Por outro lado, uma vantagem deste mercado em relação a outras aplicações de renda variável é a baixa volatilidade. Sim, o risco existe, mas não existe aquela variação frequente de preços, como no mercado de ações ou criptomoedas, por exemplo.
Estima-se que o retorno médio dos royalties musicais, atualmente, seja de 15% a 18%. Mas fenômenos musicais podem representar ganhos atrativos.
Um exemplo recente que ilustra isso é Running Up That Hill, da cantora britânica Kate Bush. Anos depois de seu lançamento, os royalties geraram cerca de US$2,3 milhões em receita quando a música foi usada na 4º temporada de Stranger Things, da Netflix.
Mas é uma exceção. Também pode acontecer o contrário, como quando uma música recebe grande atenção do artista e promete ser o novo hit do verão, mas acaba caindo no esquecimento quase instantaneamente.
Outra característica do mercado é a baixa liquidez. A capacidade de conversão, de venda dos royalties, não é tão forte e o investidor pode ter trabalho para se desfazer do ativo, se precisar.
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*As plataformas listadas neste artigo são exemplos e não recomendações. FinanceOne não possui vínculo com as empresas.