Confira onde investir com a Selic a 7,75%, segundo especialistas

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Moedas empilhadas em cima de um gráfico
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O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 7,75% a.a. E agora, onde investir?

Antes de responder essa pergunta, vale destacar que a forte elevação da taxa foi feita para tentar controlar a inflação, que tem subido a despeito das cinco altas decididas nas reuniões anteriores do Copom.

Se de um lado, com juros maiores, o crédito fica mais caro para o consumidor; de outro, a Selic maior fortalece investimentos mais conservadores, da renda fixa. Contudo, a poupança ainda não é a melhor opção.

Entretanto, apostar no Tesouro Selic, através do Tesouro IPCA+ ou então nos títulos prefixados podem ser boas oportunidades para alocar seus recursos e aproveitar a retomada da atratividade da classe de investimento.

Dito isso, para o coordenador do MBA em Gestão Financeira FGV, Ricardo Teixeira, a renda fixa pode ser uma alternativa para pessoas que pensam no longo prazo, com investimentos para a aposentadoria, em especial os títulos públicos.

Mas, segundo ele, o cenário de Selic em alta exige cautela na hora de investir. “Existe uma grande diversidade de aplicações no mundo da renda fixa. Portanto, a dica é avaliar o seu perfil de investidor e objetivo, bem como analisar o produto financeiro antes de colocar o seu dinheiro”, ressalta Teixeira.

Com base na fala do especialista, confira abaixo onde investir agora.

Alta na Selic: quanto a poupança passa a render?

A poupança, principal investimento dos brasileiros, está atrelada à taxa Selic. Se a Selic sobe, a poupança passa a render mais. Caso a Selic seja reduzida, o rendimento fica menor.

Agora, com a mudança da taxa Selic, a poupança passa a render 0,44% ao mês e 5,43% ao ano. Com R$1.000 investidos, por exemplo, a pessoa teria R$1.054,30 em 12 meses.

Considerando que a inflação implícita apurada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para os próximos 12 meses é de 6,10%, o rendimento real da poupança fica negativo em 0,64% ao ano.

“Ou seja, mesmo com o dinheiro na poupança, o poder de compra está sendo reduzido. Portanto, ao pensar em renda fixa, a modalidade não é o local onde investir neste momento”, explica Ricardo Teixeira.

Entretanto, mesmo que a poupança continue perdendo para outros investimentos, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) destaca que a modalidade mais tradicional do país seguirá se destacando em relação aos fundos de Renda Fixa.

De acordo com a Anefac, isso acontece principalmente sobre os que têm taxas de administração acima de 1% ao ano. Como são isentos do pagamento de IR, os rendimentos da poupança podem ser melhores do que CDBs de grandes bancos.

Então onde investir na renda fixa?

Agora, com a alta da Selic, investimentos pós-fixados tendem a ser os principais beneficiados pela alta de juros. Isso inclui os títulos atrelados à Selic e ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Na prática, quando a Selic sobe, os investimentos de renda fixa indexados à Selic e ao CDI passam a oferecer uma remuneração maior.

Nesta modalidade, a taxa de rentabilidade é atrelada a um indexador da economia, como a Selic ou o CDI. É exatamente por isso que esses investimentos se chamam pós-fixados.

Porque, no ato da contratação, você será informado sobre a previsão de lucros, e não sobre o valor exato que o investimento vai render.

Entre os investimentos pós-fixados entram:

  • Tesouro Selic;
  • CDBs pós-fixados (atrelados ao CDI);
  • Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) emitidos por bancos atrelados ao CDI.
imagem de uma pessoa apontando para uma tela com gráficos de investimentos

E a Bolsa de Valores?

Com o Ibovespa operando abaixo de 110 mil pontos, surgem os primeiros questionamentos de onde investir e de migração de portfólio.

Contudo, é interessante escolher títulos de empresas menores. Eles geralmente pagam taxas mais altas por apresentarem mais risco, investindo só até o limite que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) cobre em caso de insolvência da instituição financeira: R$ 250 mil por investidor por instituição.

“Mesmo com a perspectiva de que a Selic continue subindo e permaneça em um patamar mais elevado ao menos até o final de 2022, quando o Brasil conhecerá seu líder pelos quatro anos seguintes, não é hora de sair da Bolsa de Valores”, opina a sócia-fundadora da casa de análise de investimentos Nord Research, Marilia Fontes.

Ainda segundo a especialista, “as ações caíram bastante recentemente, vender agora significaria absorver o prejuízo”, afirma.

Previsão da Selic

O Boletim Focus do Banco Central aponta que a inflação prevista para 2021 é de 8,96%, enquanto a Selic deve fechar o ano em 8,75%.

Já para 2022, a estimativa é de um IPCA de 4,40% e uma Selic de 9,50%. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é estimado em 4,97% neste ano e apenas 1,40% no ano que vem.

Mesmo assim, já há instituições financeiras que esperam uma Selic na casa dos 11% em 2022 e um crescimento econômico pífio ou até negativo no ano que vem.

Seja como for, do ponto de vista do investidor, um retorno aos juros de dois dígitos volta a deixar a renda fixa mais conservadora atrativa.

É o caso do Tesouro Selic (LFT), da caderneta de poupança, dos fundos DI e de títulos bancários, como os CDB, LCI e LCA pós-fixados.

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