Em primeiro lugar, a inflação oficial no país é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou 2021 a 10,06%. Esse é o maior nível desde 2016, quando foi de 6,29%.
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O que preocupa o bolso do brasileiro neste momento é que: até junho de 2021, o IPCA já registrava o valor de 3,77%. Ou seja, no meio do ano o valor já estava bem próximo do acumulado em 2020 – que era de 4,52%. Faça cálculo do IPCA!
Mas você sabe o que é inflação e quais os impactos na economia brasileira?
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Algumas pessoas pensam, de maneira equivocada, que a inflação é apenas o aumento dos preços dos produtos e serviços de uma economia.
Na verdade, o aumento de preços pode ser uma das consequências da inflação, mas não a única e não está necessariamente vinculado a ela.
A inflação, na verdade, tem mais relação com a quantidade de dinheiro que está circulando em uma economia. Com o aumento anormal e descontrolado do acesso ao crédito ou crescimento desordenado dos meios de pagamento.
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O Brasil tem um histórico traumático com relação à inflação. O índice já bateu 764% entre os anos de 1990 e 1994.
Por isso, desde o ano de 1999 foi criado o regime de metas do índice. Ele tem por objetivo estabelecer um limite máximo para a inflação medida no ano, chamado de teto da meta inflacionária.
Como é calculada a inflação?
No Brasil, oficialmente, o governo federal tem como base o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Mensalmente, o IBGE faz uma pesquisa que leva em consideração os preços de mais de 400 itens com base na última análise.
São levadas em conta 10 regiões metropolitanas do país e o custo de vida médio das famílias que recebem de um a 40 salários mínimos por mês. Por aí, define-se um aumento no custo dos produtos que irá impactar na inflação.
Outro índice importante nesse cálculo é o do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que leva em consideração o custo médio das pessoas que recebem de um a cinco salários mínimos.
Ele também aponta a oscilação de preços desse grupo. Levando em conta assim, a inflação para essas famílias.
+ O que significa furar teto de gastos?
+ Quais são os principais vilões da inflação
Por que devemos medir a inflação?
A inflação impacta a economia do país e o poder de compra das pessoas. Ela tem uma influência direta no mercado econômico.
Com o índice em alta, produtos e serviços ficam mais caros e a população terá que gastar mais para adquirir algo. Apesar de parecer algo ruim, os economistas dizem que todos os países devem ter o mínimo de inflação.
A oscilação no valor dos produtos é algo comum no mundo. Contudo, existem diversas medidas que o governo pode tomar para controlar a inflação no país. Conheça as principais:
- Juros mais altos;
- Elevar a produção;
- Diminuição de gastos por parte do governo;
- Controle do câmbio;
- Facilidade nas linhas de financiamento.
Quais os impactos da inflação na economia?
1 – Incerteza econômica no mercado
Com as mudanças constantes nos preços, existe uma incerteza em investimentos, produção e compra.
2 – Desvalorização da moeda
A consequência do pouco investimento internacional impacta em uma desvalorização da moeda. Isto é, se eleva a exportação e há uma queda de importações.
Redução de investimentos por parte das empresas: a inflação alta gera medo pelos custos e a demanda de compra.
3 – Queda de investimentos internacionais
Quanto maior a inflação, mais elevado é o receio por parte dos investidores internacionais em apostar nesse país. Isso porque uma inflação muito elevada é uma sinalização de que há uma fragilidade econômica ali.
4 – Alta dos preços dos produtos e serviços
O consumidor vai perceber nas prateleiras a variação no preço dos produtos assim que a inflação aumenta.
5 – Redução do poder de compra da população
Se o índice cresce mais do que o aumento de salário, é comum que as pessoas tenham menos dinheiro para gastar.
Deflação também é um problema
A queda de preços generalizada e contínua também pode ser um problema. Ela desestimula o consumo, pois poupar passa a ser mais vantajoso.
Afinal, os preços vão cair no futuro, e as aplicações financeiras enriquecem o poupador.
A redução do consumo resulta em queda na produção e na geração de empregos, reduzindo o crescimento. As deflações geralmente sucedem crises e estouros de bolhas, tornando a recuperação econômica ainda mais difícil.
Inflação hoje
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) emite, mensalmente, uma Carta de Conjuntura com Análise e Projeção de Inflação. Em fevereiro de 2022, temos as seguintes considerações:
- A previsão para inflação brasileira em 2022 está marcada por uma forte desaceleração dos principais índices de preço;
- No entanto, o aumento dos preços de alimentos e bens de consumo (que se manterá nos próximos meses) pode ser um impasse considerável para essa desaceleração;
- A alta nos preços do petróleo e o déficit nas empresas do setor elétrico podem indicar aumento nas tarifas de energia e de combustível;
- A previsão da inflação para alimentos e bens de produto passaram de 4,5% e 3,7% para 6,1% e 5,0%, respectivamente;
- Além disso, no caso de preços monitorados, a inflação passou de 5,4% para 6,0%;
- Para serviços livres e da educação, as estimativas foram de 5,2% e 7,9% e se mantiveram nesse mês;
- Sendo assim, a projeção final da inflação do ano de 2022 passou de 4,9% para 5,6%.
Ainda assim existem outros fatores que podem limitar a desinflação no ano, tais como: tensões entre Rússia e Ucrânia (previsão de alta das commodities de petróleo e gás) e incertezas relacionadas à política fiscal (que podem aumentar devido ao processo eleitoral e impactar negativamente as taxas de câmbio.
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