O mercado financeiro em 2021 continua sofrendo as consequências da pandemia do coronavírus. No Brasil, os últimos indicadores divulgados apontam para o aprofundamento da recessão que deve perdurar no ano que vem.
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O principal destaque negativo é o aumento da inflação. O índice sofreu altas constantes durante o ano. Principalmente, pelo aumento desenfreado do preço da gasolina.
Aliado a isso, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) foi abaixo do esperado. E o desemprego está elevado, o que leva ao endividamento e a uma queda da renda real das famílias brasileiras.
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Por isso, muitos, certamente, gostariam de esquecer o que aconteceu neste ano: coronavírus, perdas, economia em recessão. No entanto, alguns problemas seguem conosco em 2022 e muitos efeitos do que se passou ainda serão sentidos por algum tempo.
Além disso, existem também algumas mudanças que vieram para ficar. Ou seja, olhar para a retrospectiva 2021 é muito importante, pois ela também nos traz bastante aprendizado.
Retrospectiva: fatos que marcaram o mercado financeiro em 2021
1 – Covid-19
O ciclo de vacinação mesmo que lento permitiu a redução nas restrições de circulação. Algo que foi positivo para as empresas e para o consumo.
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A expectativa se tornou tão positiva que, em junho deste ano, o Ibovespa atingiu a máxima histórica, cotado acima dos 130 mil pontos.
No entanto, uma série de notícias políticas reverteram o cenário e trouxeram uma desvalorização acima de 20% para o índice desde junho.
Para piorar, os mercados financeiros reagiram com nervosismo após o anúncio de uma nova cepa do coronavírus, chamada de ômicron.
Classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma “variante de preocupação”, lança incertezas sobre a trajetória da economia mundial.
2 – Inflação
A protagonista da economia brasileira em 2021 é a inflação. Diversos fatores ajudam a explicar a elevação do custo dos produtos e serviços, medido oficialmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A começar pela redução do ritmo de produção em função da pandemia. Algo que fez com que a oferta não fosse suficiente para cobrir a demanda — uma relação clássica na definição de preços.
O aumento do dólar é outro problema. Muitas commodities são precificadas na moeda americana.
É o caso da gasolina, por exemplo, que além de ser utilizada como combustível, também é matéria-prima para outros mercados. O mercado de alimentos é outro que sofre nesse ambiente de dólar elevado.
Por fim, a injeção de liquidez na economia promovida pelo governo por meio do Auxílio Emergencial é outro fator que contribui para o efeito inflacionário.
Tudo isso, em conjunto, sinaliza que a inflação brasileira em 2021 deve fechar acima de 10%, bem acima da meta oficial do governo.
3 – Selic e Juros
O principal instrumento do governo para tentar controlar a inflação é aumentar a taxa de juros, tornando o custo da dívida maior e reduzindo o incentivo ao consumo.
Diante do aumento dos preços em 2021, o Banco Central optou pela reversão do ciclo de baixa dos juros no país.
Vale lembrar que, pouco antes da pandemia explodir, a Taxa Selic foi fixada no menor percentual histórico: 4,0% ao ano. Pouco depois, em razão da necessidade de estimular a economia diante do isolamento social, ela foi reduzida ainda mais.
No entanto, como sabemos, essa ainda não é a realidade do nosso país e, diante do desafio inflacionário, o aumento das taxas de juros foi necessário e segue em andamento. Em dezembro, devemos ter uma nova elevação definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Hoje, ela encontra-se em 9,25%.
Ou seja, o ciclo de alta prejudica a recuperação das empresas, pois torna o endividamento mais caro.
Por outro lado, pensando no mercado financeiro em 2021, favorece os ativos de renda fixa atrelados à Taxa Selic ou ao CDI, que se tornam mais atrativos.
4 – PIB em baixa
O Banco Central (BC) revisou para baixo a previsão de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2021 e 2022.
A estimativa de crescimento do PIB de 2021, em relação ao verificado em 2020, está em 4,65%. A previsão ficou 0,06 ponto percentual abaixo do número divulgado no final de novembro (4,71%).
Antes, a variação do PIB neste ano chegou a ser prevista em 4,78%, em meados de novembro, e em 4,88%, no final de outubro.
Para 2022, a previsão de variação do PIB também sofreu ligeira revisão para baixo, e está projetada em 0,5%. No final de novembro, esse número era estimado pelo BC em 0,51.
5 – Política
O ambiente político se manteve agitado com a anulação da condenação do ex-presidente Lula. Com isso, ele voltou a se tornar elegível e é, inclusive, um dos possíveis candidatos para a eleição de 2022.
Uma consequência da elegibilidade do Lula foi uma aproximação do atual presidente, Jair Bolsonaro, com os candidatos de centro.
Aliado a isso, desde então, a preocupação com os gastos públicos ganhou destaque no noticiário econômico. Afinal, com queda na popularidade, Bolsonaro começou a abrir mão do teto de gastos para tentar ganhar votos que poderiam ser perdidos no meio do caminho.
O que aconteceu nos caso da votação da PEC dos Precatórios visando a manutenção do Auxílio Emergencial.
6 – Crise Hídrica
Se não bastassem os episódios políticos para conturbar a economia brasileira, quis o destino que fatores naturais também não colaborassem. Com a escassez de chuvas no país, diversos reservatórios de água passaram a ter níveis preocupantes.
A crise hídrica retomou discussões sobre um possível racionamento de energia. Cenário que, pelo menos até a última revisão deste artigo, não se confirmou.
Entretanto, esse fato já foi suficiente para trazer nova instabilidade econômica. Em primeiro lugar, visando evitar o desperdício, a cobrança de energia sofreu reajustes consideráveis.
O custo da conta de luz, para o consumidor final, ficou elevado. Além disso, o segundo semestre foi desafiador para as companhias de geração de energia, com impacto direto nos seus resultados.
7 – Preço dos combustíveis
O preço da gasolina sempre foi uma preocupação do brasileiro, mas os aumentos frequentes de 2021 deixou os trabalhadores ainda mais preocupados. Afinal, o combustível teve aumentos frequentes.
Contudo, iso acontece porque o Brasil alinhou esse preço ao valor internacional em dólar em 2016 com o Preço de Paridade de Importação (PPI). E graças a crise econômica que o país passa atualmente, o real está extremamente desvalorizado. Essa já é a justificativa da frequência dos aumentos.
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