
A Receita Federal já começou a pagar o primeiro lote da restituição do Imposto de Renda. Então, quem tem prioridade legal ou foi um dos primeiros a declarar, já está recebendo o valor.
A consulta está liberada desde o dia 24 de maio e pode ser feita pelo site Meu Imposto de Renda.
Na lista de serviços, basta clicar em “Consultar Restituição”. Os pagamentos serão feitos em cinco lotes, de maio a setembro.
Mas uma dúvida muito comum entre contribuintes, quando chega esse momento é: o que fazer com o valor dessa restituição? Gastar, investir ou pagar dívidas? O que é melhor?
Se quiser saber, continue lendo o artigo!
Restituição do Imposto de Renda: pagar as dívidas ou investir?
Quem dá as dicas é o educador financeiro do C6 Bank, Liao Yu Chieh. De acordo com ele, se o contribuinte estiver inadimplente, quitar uma dívida com a restituição do Imposto de Renda é sempre a melhor opção.
O primeiro motivo é que, com o dinheiro da mão, aumentam as chances da pessoa conseguir um desconto no pagamento do débito. Além disso, quanto antes se paga a dívida, menos juros se paga.
A visão de Chieh está de acordo com algo que a maioria dos especialistas em finanças concordam: pague as dívidas logo para não ser derrubado pelos juros. Apenas alguns casos são exceções e vamos falar sobre isso a seguir.
“Ainda que a pessoa não tenha o valor total que está devendo, quando surge um dinheiro extra, vale a pena negociar com o credor para saber se ele aceita fazer a quitação do débito. Os descontos concedidos em circunstâncias como essa podem surpreender positivamente”, afirma Chieh.
Porém, nem toda dívida vale a pena ser antecipada! No caso de um financiamento imobiliário, por exemplo, antecipar uma prestação talvez não seja tão vantajoso.
“Se você tiver pagando um financiamento com juros baixos e em dia, o valor da restituição pode não ter um grande impacto na redução do montante. Talvez você consiga encontrar uma aplicação segura que renda mais do que os juros pagos, ainda mais agora que a Selic está alta”, diz Liao.
Entenda que é uma questão de comprar ganhos e perdas: se quitar a dívida vai evitar juros muito altos, vale a pena priorizar isso e destinar a restituição para obter descontos.
Mas quando os juros de alguma prestação não superam o rendimento de uma aplicação, é melhor investir.
Onde vale a pena investir a restituição do Imposto de Renda?
A restituição do Imposto de Renda pode ser investida naquilo que fizer mais sentido para o contribuinte, dependendo de sua estratégia financeira e necessidade.
Para quem ainda não tem uma reserva de emergência, por exemplo, o valor pode ser o pontapé inicial para construir uma.
Porém, Liao lembra que é preciso conhecer o próprio perfil de risco antes de fazer uma aplicação.
“Existem incontáveis opções de investimento disponíveis no mercado, então é preciso descobrir qual faz sentido para você”, ele diz.
A orientação do educador financeiro, no geral, é: se for a primeira vez que você irá investir, aplique em produtos de renda fixa com liquidez diária, como títulos públicos do Tesouro Direto e algumas opções de CDB, para formar a reserva de emergência.
Ele ainda destaca que, mais importante do que dar um bom destino para o dinheiro extra, é criar o hábito de investir e começar cedo.
Um dinheiro extra pode ser a oportunidade para conhecer o mundo dos investimentos, mas o mais recomendado é que a pessoa reserve uma quantia para investir todo mês, ainda que seja um valor bem pequeno. Com o tempo, o investidor verá os resultados aparecendo e encontrará formas de fazer aportes maiores. O importante é não perder tempo e começar logo, porque isso fará uma grande diferença no final.
Vale a pena gastar a restituição?
Se você prefere gastar a restituição, Liao afirma: nem todo gasto é ruim! Se o contribuinte decidir que, para a sua situação, é melhor gastar o dinheiro da restituição do Imposto de Renda, o ponto é fazer boas escolhas.
Gastar o dinheiro com itens supérfluos, apenas para realizar um desejo de consumo, certamente não é a melhor opção. Já comprar um curso que pode se reverter em ganhos maiores lá na frente é um uso mais recomendado para o dinheiro.
Porém, para uma boa saúde financeira, é fundamental ser sincero consigo mesmo e avaliar se esse gasto vale a pena.
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