
O Banco Central inicia, em fevereiro, a primeira fase do open banking. Ela consiste no compartilhamento de dados bancários para melhorar a oferta de serviços financeiros.
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Essa fase começaria a vigorar no fim de novembro de 2020, mas foi adiada para este mês a pedido das instituições financeiras. Com isso, apenas o Pix entrou em uso.
Consequentemente, o cronograma do open banking que tem quatro etapas também sofreu ajustes.
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A segunda fase passou de 31 de maio para 15 de julho. A terceira foi mantida para 30 de agosto. A quarta e última fase foi transferida de 25 de outubro para 15 de dezembro.
Na etapa final, as instituições financeiras poderão trocar informações entre si para oferecer produtos personalizados a cada cliente.
Mudanças com a chegada do Open Banking
A chegada do Open Banking abre um horizonte de crescimento para o setor financeiro. É o que diz o product manager da fintech Juno, especializada em desburocratização de serviços financeiros, Gabriel Falk.
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Ele ressalta que o modelo vai incluir ainda mais fintechs no sistema bancário. O que, segundo o especialista, aumentará o campo de atuação dessas empresas e tornará o mercado bancário/financeiro ainda mais digital.
Isso porque, no Brasil, cerca de cinco bancos concentram 85% dos ativos do segmento. De 2019 para 2020, houve aumento de 34% de fintechs, saltando de 553 para 742, conforme o Distrito Fintech Report do ano passado.
Gabriel Falk afirma ainda que uma das grandes novidades é que haverá visibilidade entre as instituições. Na sua percepção, isso permitirá a comparação de taxas, algo mais complexo atualmente.
“Essa transparência vai impedir a manutenção de preços muito elevados. Como haverá uma competitividade entre os preços, são grandes as possibilidades de que os preços de produtos caiam”, explica.
O que vem por aí?
No ano passado, de acordo com números do Banco Central, o maior volume de uso do Pix foi na modalidade entre pessoas físicas – 85% em novembro e dezembro.
Para Gabriel Falk, há duas novidades do Pix que devem fazer com que o sistema seja mais usado também entre empresas, aumentando o seu potencial de aplicações ao longo do ano.

A partir de março, será possível incluir juros, multas, desconto e data de vencimento – a exemplo dos boletos bancários. Será o chamado “Pix Cobrança”.
“Por enquanto, o Pix tem sido usado mais como transferência bancária. Até março, espera-se que essas melhorias façam com que o Pix Cobrança se torne mais aplicado por empresas”, explica Falk.
A segunda inovação do Open Banking está relacionada ao que se convém chamar de “Pix Garantido”, que visa simular o funcionamento de um cartão de crédito. Trata-se de uma compra que será paga em parcelas e cuja projeção é para entrar em vigor ainda no primeiro semestre.
“A ideia é pegar este recurso disponível e congelá-lo em algumas parcelas, como se fosse uma transação parcelada”, ressalta o especialista.
A diferença está no fato de que, com o Pix, é preciso ter o dinheiro disponível, enquanto com o cartão de crédito se trabalha com a possibilidade de receber aquele recurso no futuro. “Será um formato seguro, considerando que se faz uma reserva do recurso”, acrescenta.
Não é segredo que o pagamento em parcelas é do gosto do brasileiro. “A expectativa é que o Pix ganhe mais este método de uso, com a possibilidade de transações à vista ou a prazo”, diz Falk.
Em 2019, mais da metade dos brasileiros adultos – 53% – realizou compras parceladas, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil.
O país contava com 122 milhões de cartões de créditos ativos – mais de 221 milhões emitidos – no fim de 2019, segundo o último dado disponibilizado pelo BC.
Você tem dúvida em distinguir o Open Banking dos bancos digitais? O FinanceOne traz as principais diferenças entre eles. Confira!