
O mercado financeiro no Brasil está passando por um momento de surgimento de novas tecnologias. Você já deve ter falado em Open Banking e Open Finance, agora é a vez do Open Insurance.
O sistema vai reunir diversas instituições do mercado de seguros em um ambiente padronizado de serviços e dados. Claro, desde que sejam aprovados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), reguladora do segmento.
As empresas participantes poderão criar seus produtos e aplicativos e disponibilizar aos usuários, que terão uma melhor experiência e facilidade de acesso aos benefícios ofertados.
Tudo isso será possível a partir do uso das APIs (Application Programming Interfaces). Ou seja, protocolos padronizados de integração que permitem o compartilhamento de dados.
Com a tecnologia, as diferentes instituições financeiras, como corretoras e seguradoras, bancos, fintechs poderão se beneficiar da plataforma, com seguro e livre acesso aos produtos e serviços umas das outras.
Quanto será implementado?
A primeira fase do Open Insurance está marcada para ter início em 15 de dezembro deste ano. Ela terá um caráter mais burocrático, contemplando o compartilhamento de dados públicos das empresas referentes a produtos e canais de atendimento.
Na segunda fase, prevista para começar em 1º de setembro de 2022, os clientes poderão compartilhar seus dados pessoais.
Já a terceira fase, que prevê a execução de serviços por meio do ecossistema, terá início em 1º de dezembro de 2022, praticamente um ano após a largada da primeira fase.

Pilares do Open Insurance
O conceito de Open Insurance tem como base 3 fundamentos:
Inovação Aberta
Disponibilização de dados e serviços de forma padronizada e integrada. Permitindo a criação e o desenvolvimento de novas soluções para todas as instituições de seguros e previdência envolvidas.
Experiência Digital
Utilização de novas tecnologias e da transformação digital no mercado segurador, como o Big Data e Inteligência Artificial.
Portanto, trazendo uma melhor experiência digital para usuários e facilitando os processos das corretoras de seguros.
Sendo assim, proporcionando uma maior agilidade no uso de serviços e dados e na oferta de produtos customizados para atender as principais necessidades dos clientes.
“Os consumidores, por sua vez, vão encontrar um sistema mais simples e produtos mais acessíveis”, esclarece o diretor Executivo do Grupo FCamara, consultoria para transformação digital e soluções em tecnologia, Márcio da Mata.
Novos Modelos de Negócios
Com a Inovação Aberta e as Experiências Digitais, cada vez mais, novos modelos de negócios surgirão e beneficiarão o mercado segurador.
Dessa forma, podemos resumir que o Open Insurance, na prática, tende a ser um sistema que viabiliza que as instituições do setor de seguros trabalhem em conjunto.
Portanto, oferecendo melhores produtos e uma nova experiência aos seus clientes, a partir da inovação em aplicações, serviços e modelos de negócio.
Quais são as vantagens do Open Insurance para o consumidor?
De forma resumida, a premissa do Open Insurance é bem similar com a do Open Banking. Ou seja, é dar mais autonomia para o cliente, que com os seus dados em mãos e acesso facilitado a mais informações poderá tomar decisões mais assertivas.
Para Márcio da Mata, o modelo fará também com que não exista mais um padrão das seguradoras. “Elas terão que se adaptar e adequar suas propostas às necessidades de cada cliente e não da própria instituição”, explica o executivo.
Aliado a isso, o executivo reforça que a transferência de poder das instituições para as mãos do cliente vai gerar mais autonomia e transparência. Afinal, o consumidor acaba tendo a possibilidade de ajustar as condições oferecidas pelo plano sem qualquer custo.
Isso porque, com o passar do tempo, as necessidades das pessoas acabam mudando. Consequentemente, a previdência privada precisa ser reajustada para conseguir acompanhar essas transformações.
Outras vantagens que o Open Insurance pode trazer são:
- Incorporação de serviços que são ligados ao conceito de Open Finance;
- Simplificação na hora de contratar e cotar serviços de investimento e seguro;
- Possibilidade de fazer a portabilidade dos dados;
- Comunicação mais ágil na hora de fazer o aviso do sinistro.
Além disso, o poder das instituições será transferido para as mãos dos clientes, o que gera muito mais autonomia e transparência.
Segurança de dados
A segurança de informações pessoais pode ser preocupante para quem está conhecendo as novas soluções do Open Finance.
Contudo, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece meios para que as empresas que participarem do Open Insurance tenham um sistema seguro e eficiente para o compartilhamento de informações.
“Os consumidores poderão se beneficiar das vantagens que o compartilhamento de dados proporciona, com segurança”, enfatiza o diretor Executivo do Grupo FCamara, Márcio da Mata.
Gostou de conhecer o Open Insurance? A transformação digital veio para ficar e revolucionar de um jeito simples o nosso acesso aos produtos financeiros, não é mesmo? Continue acompanhando as novidades aqui no FinanceOne!