
A política de dividendos da Petrobras tem gerado uma série de dúvidas e preocupações quanto ao futuro para investidores. Em março, a companhia anunciou que vai pagar um total de 35 bilhões de reais aos seus acionistas com base nos resultados do quarto trimestre de 2022.
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Isso equivale a um pagamento de R$2,7 por ação e representa um dividend yield — relação entre o preço da ação e o valor pago por ação em dividendos — de 10%, o que é semelhante ao que foi anunciado durante a era Bolsonaro.
A diretoria executiva da Petrobras, nomeada por Jean Paul Prates, indicado pelo presidente Lula, sugeriu que cerca de 20% desse montante seja reservado para cobrir possíveis aumentos do preço do petróleo no mercado internacional.
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A decisão final sobre o destino desses 20% será tomada na Assembleia Geral da Petrobras, que está prevista para o final de abril. Mas enquanto isso, investidores se perguntam o que esperar do médio e longo prazo.
Em 2022, a Petrobras se tornou a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, distribuindo um total de US$21,7 bilhões em proventos, impulsionada pela valorização do petróleo.
No entanto, a questão agora é se a empresa será capaz de manter essa performance em 2023.
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Como funciona a política de distribuição de dividendos da Petrobras?
A Petrobras possui uma Política de Remuneração aos Acionistas, aprovada em novembro de 2021, que define como será distribuído o valor em proventos. De acordo com essa política, os proventos são pagos trimestralmente.
A companhia pode distribuir dividendos mesmo que não tenha lucro líquido, desde que siga as regras da lei das estatais.
Essa política tem como objetivo garantir a previsibilidade dos pagamentos de dividendos e juros sobre o capital próprio, sem afetar a sustentabilidade financeira da empresa.
A política de dividendos segue algumas diretrizes, como uma remuneração mínima anual de US$4 bilhões quando o preço do petróleo tipo Brent estiver acima de US$4 bilhões, independentemente do nível de endividamento.
Caso a dívida bruta seja menor ou igual a US$65 bilhões no resultado trimestral, a Petrobras distribui 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos, conforme equação contábil pré-definida.
A empresa também pode pagar dividendos extraordinários que superem o mínimo legal obrigatório, desde que respeite a sustentabilidade financeira.

O que esperar de 2023?
A nova gestão da Petrobras deverá implementar mudanças em suas políticas de preços de combustíveis e distribuição de dividendos. Por isso, especialistas acreditam que haverá redução no valor dos dividendos pagos aos acionistas em 2023.
O presidente da petroleira, Jean Paul Prates, afirma que a política atual causou desequilíbrios ao distribuir dividendos recordes. Em 2022, o valor pago aos acionistas foi o maior da história e mais que o dobro de 2021, chegando a R$215,8 bilhões.
Além disso, a gestão considera ser um momento em que é necessário investir em suas operações e em projetos de energia limpa, além de diversificação do portfólio para promover a sustentabilidade a longo prazo.
Petrolíferas precisam realizar investimentos frequentes para manter sua capacidade produtiva.
Diante deste cenário e da iminência de uma nova política de dividendos, especialistas recomendam que os investidores sejam cautelosos ao investir na Petrobras. Afinal, uma redução nos dividendos afeta diretamente o retorno dos investidores.
E você? Qual a sua opinião sobre a política de dividendos da Petrobras? Se o artigo ajudou, leia também: Mudanças na política de preços da Petrobras: entenda o que pode mudar e como!