Quando o assunto é alta dos juros no Brasil, um dos responsáveis – e até mesmo visto como vilão – desse efeito é o chamado spread bancário. Mas você sabe o que ele significa na prática?
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Considerado um dos principais fatores de influência da economia brasileira, o spread bancário nada mais é que a diferença entre os juros que os bancos pagam quando você investe seu dinheiro e os juros cobrados sobre um empréstimo. Não entendeu? Então calma, que a gente te explica.
Confira, em detalhes, como essa taxa é calculada e qual o seu impacto direto para empresas e profissionais do mercado.
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Como funciona o spread bancário?
Para entender esse conceito na prática, é preciso voltar as atenções para um cenário macro da economia. Mas, primeiro, vamos começar com um exemplo prático do dia a dia: as suas próprias finanças.
Vamos supor que você tenha uma quantidade de dinheiro aplicado na poupança, e esse montante renda 8% ao ano. Os empréstimos bancários oferecidos por essa mesma instituição têm juros de 30% ao mês. O spread bancário, nesse caso, seria de 22%.
As instituições financeiras buscam pelo maior spread bancário possível, e isso é feito pela junção de pagamento de juros baixos pelos bancos com a cobrança de juros altos dos clientes. A composição do spread, entretanto, é mais complexo de se entender.
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Como é composto o cálculo do spread bancário?
Os valores cobrados pelo banco que são levados em conta para a definição do spread bancário são:
- Custo administrativo: gastos com despesas em serviços e rendimentos dos funcionários das agências bancárias;
- Encargos fiscais: o Banco Central retém uma parte dos depósitos captados por instituições financeiras e o recurso apreendido é encaminhado para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
- Tributação brasileira: os elevados tributos também contribuem para o spread bancário, visto que a concentração bancária permite o repasse integral dos custos para os clientes.
- Inadimplência: como o número de devedores é alto no país, ele acaba contribuindo para um spread bancário de mesmo nível;
- Lucro: trata-se da remuneração dos acionistas do banco;
- Inflação e juros: a taxa básica de juros é o principal fator a ser calculado na hora de um investimento. Se a inflação estiver alta, ainda que os rendimentos sejam grandes, o poder de compra acaba sendo impactado.
Qual é o impacto do spread bancário na economia?
Quanto maiores são as taxas de juros na economia brasileiro, mais o cidadão sente no bolso na hora de fazer compras, investir e fazer empréstimos. Do ponto de vista dos bancos, entretanto, a alta é positiva, já que afeta diretamente o lucro e os ganhos com spread elevado.
Já com as taxas de juros sendo reduzidas, o movimento incentiva a economia, dando mais oportunidade para a tomada de crédito e o poder de compra do brasileiro.
Portanto, a regra é simples: quanto maior o spread bancário, menor o consumo e mais caros os serviços e produtos. Reduzir o spread é fundamental para equilibrar a economia e gerar maior tranquilidade entre os brasileiros – já que aumenta o acesso ao crédito e facilita a negociação de dívidas, por exemplo.
Gostou do conteúdo e quer se manter informado sobre outras variantes que impactam a economia brasileira? Confira a seção sobre Economia no blog da FinanceOne e mantenha-se atualizado sobre o setor!