Entenda o que é taxa de juros, como funciona e quais os impactos

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O Banco Central divulgou que a taxa média de juros cobrados pelas instituições financeiras nas operações com pessoas físicas registrou uma alta de 1,7 ponto percentual em outubro deste ano. Com isso, a taxa chegou a 42,4% ao ano.

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Este já é considerado o maior patamar da taxa média de juros desde novembro de 2017. Na época, a taxa bateu o valor de 42,6% ao ano.

Vale ressaltar que os juros médios foram calculados tendo como base os recursos livres. Mas o que isso significa? Que neste caso, não foram incluídos no cálculo os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Com tantas altas consecutivas nas taxas de juros, seja do cartão de crédito ou de empréstimo, é muito importante estar atento a elas. Porém, ainda é possível encontrar pessoas que não saibam o que é a taxa de juros e nem como ela funciona.

Segundo explica o Banco Central na cartilha “Juros e Spread Bancário”, juros significa uma remuneração paga a quem empresta recursos. Os recursos emprestados são deixados à disposição do tomador, chamado de mutuário, por um período.

Taxa média de juros é a no ano desde agosto de 2017

O Banco Central ainda revelou que a taxa média de juros cobrados nas operações com empresas cresceu de 23% ao ano, em setembro, para 23,5% em outubro. Para se ter uma ideia, este é o maior nível desde agosto de 2017, quando a taxa chegou a 24,4% ao ano.

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E engana-se quem pensa que parou por aí. As operações realizadas com pessoas físicas, os juros que eram de 54% ao ano em setembro, chegaram a 56,6% em outubro. Também sendo o maior patamar desde fevereiro de 2018, que na época a taxa de juros chegou a 56,9% ao ano.

Mas a boa notícia é que a taxa do cheque especial das pessoas físicas teve uma queda. Ela passou de 134,3% ao ano, em setembro, para 132,5% ao ano, em outubro.

Porém, a taxa média de juros rotativo do cartão de crédito cobrada pelos bancos avançou de 390,7% em setembro para 399,5% ao ano agora em outubro. Esta também é a maior taxa desde agosto deste ano, quando ela chegou a 399,6% ao ano.

O que é taxa de juros?

Entende-se, então, como juros, o “prêmio” pago ao emprestador por não ter usado esses recursos por um período, para que o tomador pudesse usar.

Ou seja, juros é a remuneração paga pelo capital que é emprestado. A taxa de juros, por sua vez, é a relação que existe entre os juros recebidos pelo emprestador e quanto de recurso foi emprestado.

A taxa de juros pode ser entendida da seguinte forma, segundo o BC:

  • Taxa de juros = [Juros / capital] x 100

Por juros, aplica-se a fórmula:

  • Juros = M (Montante emprestado acrescido de juros) – C (Capital originalmente emprestado)

No Brasil, as instituições de crédito podem livremente decidir a taxa de juros que será cobrada de seus clientes. Os critérios usados nessa decisão podem ser capacidade de pagamento e histórico de contratação de crédito de cada cliente.

Aqueles clientes da instituição que possuem uma relação mais longa com a empresa e sem atrasos nas operações anteriores, costumam conseguir empréstimos mais baratos. Mas, vamos entender os tipos de juros e como funcionam as taxas de juros no país.

O que é a Selic?

argeia a compra e a venda de títulos do Tesouro Nacional. Além disso, é a taxa básica de juros da economia do país. Por isso, a taxa básica de juros é conhecida como taxa Selic. A meta da Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária, o Copom.

O viés da taxa e sua meta são definidos em uma reunião da diretoria do Banco Central. E somente os diretores e o presidente podem votar e definir o percentual.

+ 5 razões para você ficar de olho na Selic

A Taxa Selic é usada no mercado bancário tanto nacional quanto internacional. E também para financiamento de operações com duração de um dia e tem, ainda, como garantia os títulos públicos federais.

Quais tipos de taxa de juros existem?

Existem seis tipos de taxa de juros. Cada modalidade exerce uma função distinta nos diferentes cenários onde são aplicadas.

E, embora muitos acreditem que só existem dois tipos principais, essa remuneração pode ser dividida em outras categorias. Confira quais são e onde são aplicadas:

1 – Simples

Os juros simples são a categoria mais popular e conhecida dessa remuneração. Inclusive, é um conceito ensinado ainda no ensino fundamental, e faz parte das operações

Em resumo, a taxa não se altera com o passar do tempo, sendo aplicada apenas no valor inicial. No entanto, é incomum no mercado financeiro.

2 – Compostos

Enquanto isso, os juros compostos são uma aplicação mais utilizada em operações financeiras, especialmente empréstimos e investimentos.

Isso porque a soma é realizada sobre o montante de cada mês, e não sobre o valor inicial. Essa categoria também é conhecida como “juros sobre juros”, pois incide sobre o juros anterior.

Essa taxa pode ser vista como positiva ou negativa, dependendo de sua aplicação. Para investimentos, vale a pena obter a aplicação dos juros compostos, que representam maior lucratividade.

Por outro lado, essa modalidade não é benéfica para pessoas endividadas, cujos débitos aumentam consideravelmente a cada mês.

+ Acesse a Calculadora de juros compostos

3 – Moratório

Essa taxa, também conhecida como juros de mora, é um valor que incide sobre o atraso de pagamentos.

A tarifa costuma ser calculada sobre a quantia em aberto. Além disso, é comum a cobrança diária deste juros.

Por isso, quanto mais tempo uma pessoa leva para pagar determinada conta, maior será o juros pagos ao final.

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Quem investe precisa estar atento às taxas de juros

4 – Nominais

Os juros nominais possuem a função de representar quanto uma aplicação rende, de forma bruta. Ou seja, também inclui as correções monetárias e os rendimentos a partir da inflação atual.

Essa categoria costuma estar presente em especulações de investimentos e outras aplicações financeiras.

5 – Reais

Enquanto isso, os juros reais calculam o rendimento de uma aplicação sem considerar a correção monetária e a inflação atual.

Dessa forma, um investidor pode avaliar seus recebimentos de maneira mais concreta.

6 – Rotativos

A taxa de juros dos rotativos também é bastante popular no mercado financeiro, por se tratar de uma cobrança relacionada ao uso do cartão de crédito.

Quais operações envolvem taxa de juros?

As operações que envolvem juros incluem cheque especial, crédito pessoal, cartão de crédito, capital de giro e aquisição de bens. Para essas operações, as instituições podem definir a taxa de juros livremente.

Existem também as operações com recursos direcionados, ou seja, de créditos rurais, imobiliários e com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesse caso do recurso direcionado, as taxas de juros estão sujeitas a limites.

Já no crédito habitacional, no âmbito do SFH (Sistema Financeiro Habitacional), a taxa de juros não pode exceder 12% ao ano + TR (taxa referencial). O crédito rural e os financiamentos do BNDES têm limites específicos para cada programa ou linha de crédito.

O crédito consignado concedido a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também pode ter limites, de acordo com as normas do Instituto Nacional do Seguro Social.

Para saber a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras, o Banco Central disponibiliza uma lista para as modalidades de crédito. Essa é uma lista apenas para o futuro tomador ter uma ideia.

Isso porque as instituições têm liberdade para cobrar taxas de juros de acordo com os clientes, conforme explicamos acima.

Para saber o seu caso e suas condições de pagamento, deve-se procurar diretamente uma instituição financeira.

Qual é a melhor taxa de juros para investimentos?

Quem investe sabe que a taxa de juros pode influenciar bastante no resultado das aplicações, tanto positivamente quanto negativamente. E por isso, é importante estar atento a esse índice que mexe tanto com a economia.

Mas qual é a melhor taxa de juros para investimentos? Não existe resposta certa, já que isso varia de ativos para ativos. Os de renda fixa, por exemplo, são os que mais sofrem com a taxa de juros, porque eles funcionam como se fossem empréstimos. 

Porém, existem três tipos de taxas de juros nos investimentos que você precisa ficar de olho, são elas: prefixados, pós-fixados e híbridos. Abaixo vamos falar um pouco sobre cada uma delas.

Juros prefixados

Os juros prefixados são os mais comuns de serem encontrados nos investimentos de renda fixa. E como eles funcionam? Você sabe antes mesmo de investir exatamente o valor que receberá daqui há alguns anos.

Isso é possível porque na hora que você aplica o seu dinheiro, já existe um juros pré-estabelecido que não sofre alteração com os anos. 

Esses juros são encontrados em títulos do Tesouro Direto, CDBs, CRIs e CRAs, por exemplo. 

Juros pós-fixados

Esse caso já é um pouco diferente do juros acima, isso porque a rentabilidade dele é ligada às variações das taxas de juros ou da inflação. Por esse motivo, os juros pós-fixados podem ser encontrados no Tesouro Selic e no Tesouro IPCA, além dos LCIs e LCAs.

Os juros pós-fixados tem a rentabilidade variada de acordo com o indexador pré-definido. Sendo assim, você não sabe o valor exato que vai receber já que as taxas sofrem variações, mas é possível estabelecer um parâmetro de rentabilidade.

Para ficar mais fácil de entender, vamos a um exemplo: digamos que você invista e use como parâmetro o IPCA. Com isso, a rentabilidade do que você vai receber vai variar, durante todos os anos, de acordo com o IPCA.

Juros híbridos

E por último, mas não menos importante, os juros híbridos são uma mistura dos prefixados e pós-fixados. E como isso funciona? Existe uma rentabilidade fixa e um valor que vai variar, características de ambos os juros.

Sendo assim, se você aplica o dinheiro em um investimento de título que paga 5% ao ano mais o IPCA nos próximos cinco anos, você terá a rentabilidade de ambos. O valor certo de 5% mais o que vai variar no IPCA.

Esse tipo de estratégia é utilizada por quem quer se proteger da variação da inflação, mas ainda assim deseja ter lucro nas aplicações.

Como as taxas de juros podem influenciar no seu dia a dia?

Se você acha que a variação nas taxas de juros não pode te afetar, está muito enganado. Isso porque ela está mais presente no seu dia a dia do que você imagina, elas estão relacionadas a empréstimos, cartão de crédito e alguns itens básicos que você consome na sua rotina.

Ainda não acredita? Se você tem ou já utilizou o cheque especial sabe que o banco cobra taxas todos os dias na sua conta até que você pague por completo o valor que pegou. E é justamente essa cobrança diária que faz com que muitas pessoas acabem se enrolando. 

As taxas também atuam nos investimentos que você faz. Tanto que é possível escolher entre a taxa prefixada e a pós-fixada, já que elas determinam a rentabilidade que você poderá receber dos seus títulos.

Por isso, é fundamental estar de olho nas mudanças que as taxas de juros sofrem durante o ano, porque ela pode tanto te prejudicar quanto beneficiar, dependendo do cenário.

Você gostou desse texto? Então continue a visita em nosso site e leia agora mesmo “como identificar juros abusivos e o que fazer” para se tornar um especialista no assunto!

*Colaboração: Juliana Favorito.

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