
A tabela do Imposto de Renda não terá correção em 2023. Isso porque a proposta de orçamento enviada pelo governo ao Congresso Nacional não estabelece correção.
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Vale lembrar que a tabela do Imposto de Renda não é corrigida desde 2015, o que obriga um número maior de brasileiros a pagar o imposto mensalmente.
Atualmente, está isento do recolhimento mensal quem recebe até R$1.903,98. O tributo é recolhido na fonte, ou seja, descontado do salário.
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Se a tabela fosse corrigida apenas pela defasagem acumulada desde 2019, a faixa de isenção passaria dos atuais R$1.903,98 para R$2.500,44. Se houvesse correção de toda a defasagem acumulada, a isenção seria aplicada a quem ganha até R$4.710,49 mensais.
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Promessa não cumprida de reajuste da tabela do Imposto de Renda
É importante lembrar que a correção da tabela do Imposto de Renda foi uma das promessas de campanha de Bolsonaro em 2018.
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O governo chegou a enviar no ano passado ao Congresso um projeto de lei para tributar lucros e dividendos, em troca correção da tabela do IR, mas para uma faixa menor de trabalhadores – aqueles que recebessem até R$2,5 mil por mês. O projeto foi aprovado na Câmara, mas não avançou no Senado.

A falta de ajuste na tabela do Imposto de Renda já reflete em uma desigualdade no pagamento dos tributos que, segundo pesquisa Sindifisco Nacional, sindicato que reúne os auditores da Receita Federal, revela que pessoas de renda média pagam mais do que os super-ricos.
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Tabela do Imposto de Renda
Hoje, quem ganha 1,5 salário mínimo (R$1.818 em 2022) é isento do Imposto de Renda. Confira a tabela abaixo:
Salário | Alíquota | Desconto |
R$ 1.903,98 | Isento | 0 |
R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65 | 7,5% | R$142,80 |
R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 | 15% | R$354,80 |
R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 | 22,5% | R$636,13 |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | R$869,36 |
Reflexo da não atualização
Nos cálculos do Sindifisco Nacional, a mudança proposta correção da tabela do Imposto de Renda traria uma perda de arrecadação de R$32,6 bilhões, considerando apenas a ampliação da faixa de isenção.
Porém, corrigiria a distorção da não atualização frequente da tabela, que obriga um número maior de brasileiros a pagar o imposto mensalmente.
De acordo com cálculos realizados pelo Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física chegou a uma defasagem em relação à inflação de 31,3% só no governo Bolsonaro.
O estudo leva em conta a inflação medida pelo IPCA no acumulado de janeiro de 2019 até junho deste ano.
Ou seja, a defasagem na correção da tabela do IR penaliza toda a classe trabalhadora, mas são os e as mais pobres que sentem mais no bolso, principalmente em meio à atual crise social e econômica no país, com o aumento da inflação, do desemprego e da carestia.
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