Desde o anúncio do rombo bilionário nas contas da maior varejista nacional, as ações da Americanas (AMER3) já acumulam queda de mais de 84%. Neste momento, uma das principais perguntas que os investidores fazem é: será que ainda vale a pena manter?
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Existem pessoas que especial em cima dos papéis, o que inclusive os levou a registrar certo aumento logo após ao escândalo. No entanto, ao investidor de longo prazo cabe ter uma postura mais cautelosa.
Cabe lembrar que a varejista chegou a registrar uma queda histórica (-77%) na semana passada, sendo a maior de uma empresa na bolsa brasileira desde 2008.
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Isso fez com que a Americanas perdesse mais de R$8 bilhões em valor de mercado. Além disso, ainda existe muito que pode acontecer nas próximas semanas.
Ainda vale a pena investir em ações da Americanas?
De acordo com especialistas do mercado financeiro,o momento é de cautela com as ações da Americanas.
Isso porque a forma como a empresa vai lidar com o escândalo e reequilibrar suas contas definirá qual será seu desempenho na Bolsa e sua recuperação ou não.
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“Precisamos entender se a empresa vai transformar a dívida em ações, transformando quem era credor em acionista, por exemplo, ou se a companhia vai acabar dando calote e entrando em recuperação judicial. Além disso, eles já mencionaram que devem fazer um aumento de capital, então precisamos ver como se dará esse aumento e se será suficiente. Tudo ainda é muito arriscado”, analisou o responsável de renda variável da SVN Investimentos, André Luzbel, em entrevista ao G1.
As informações que se têm até o momento sobre a resolução do caso ainda são nebulosas e não dão pistas concretas de como a varejista recuperará seu desempenho.
Por isso, a maioria dos especialistas concorda que não é hora de investir na Americanas.
A opinião mais popular é que os investidor que já possuem papéis da varejista, reduzam os investimentos.
Ou seja, que vendam pelo menos uma parte de suas ações, diminuindo o impacto na carteira de investimentos.
Outro ponto destacado por especialistas é que a saída do presidente Sérgio Ridal reforça a insegurança em relação ao futuro da empresa.
Afinal, ele era considerado uma peça fundamental na estratégia de impulsionar os resultados financeiros da marca.
É o que pensa Thomaz Bianchi, sócio da M7 Investimentos:
“Você tem a saída do CEO, que era importante no processo de transformação da companhia, já que ele estava focado em reduzir custos, trazer credibilidade frente ao mercado, mas essa movimentação traz um alerta para os investidores. Temos ainda o impacto sobre a contabilidade, pois não sabemos o tamanho dele, mas isso vai implicar em questões de alavancagem financeira, custo de dívida e deterioração de capital de giro”, disse Bianchi ao Diário do Nordeste.
No início da semana, o conselho de administração Americanas aprovou a contratação do banco de investimento Rothschild & Co para atuar como interlocutor na renegociação da dívida no Brasil e no exterior.
Os papéis da Americanas ainda podem subir?
Como mencionado, as ações da Americanas até já registraram alta após o escândalo, mas no quadro geral já acumulam perdas de mais de 84%.
Considerando o cenário atual, é difícil apostar em cenários futuros, seja positivo ou negativo. Em outras palavras, o mercado ainda não sabe como o desempenho da varejista vai reagir.
Na semana passada, a queda histórica e recordista foi um grande sinal de alerta para que investidores dessem um passo atrás.
“Os números ainda não estão tão claros assim e a Americanas é uma empresa com patrimônio negativo”, explicou André Luzbel ao G1.
Portanto, como dito, ainda é cedo. A maioria dos especialistas tem sido cautelosa em relação a projeções, pois há muito que ser resolvido na situação da varejista.
Quer saber mais sobre a situação da Americanas? Então leia também: o que são covenants financeiros e o que eles têm a ver com o endividamento da empresa?