Há dois anos o Banco Central (BC) aprovou o lançamento da nota de R$200, que tem como personagem o lobo-guará. Por conta da inflação, a nota já perdeu R$39 em poder de compra e, atualmente, vale o mesmo que R$161 em 2020.
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Segundo o Banco Central, a circulação da nota de R$200 ocorre de forma gradual, conforme a demanda da sociedade. O montante das cédulas que não está nas mãos da população fica em poder do governo.
Veja o porquê o BC decidiu lançar uma nota de R$200
Uma das dúvidas que surgem é: mas por qual motivo o BC quis colocar em circulação uma nota de R$200?
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Segundo a diretora do banco, Carolina de Assis, o projeto de lançar a nota já era pré-existente. Além disso, o momento mostrou-se conveniente para o lançamento, visto que a pandemia do coronavírus apresentou um aumento de papel-moeda entre março e julho de 2020.
Ainda segundo o BC, o aumento foi de R$61 bilhões no entesouramento de moeda. Ou seja, as notas deixaram de circular porque a população sacou o dinheiro, mas o deixou em casa.
“Estamos vivendo neste momento um período de entesouramento, efeito derivado da pandemia. O Banco Central nesse momento não consegue precisar por quanto tempo os efeitos do entesouramento devem perdurar”, disse a diretora.
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Em resumo, alguns motivos para lançar a nota de R$200, segundo a diretora, foram:
- crescimento da demanda por dinheiro;
- aumento expressivo nas Casas impressoras;
- entesouramento (prática de guardar moedas e não utilizá-las);
- apesar do crescimento do digital, brasileiros utilizam mais o dinheiro físico.
A diretora do BC também afirmou que a instituição está atenta à demanda da população. “Se [a demanda] existe, a gente precisa atender. A gente não sabe por quanto tempo essa demanda adicional por dinheiro vai durar”.
Qual é o custo de produção da nota de R$200?
Segundo dados apresentados pelo Banco Central, o total gasto com a produção da cédula de R$200 foi de R$146,25 milhões em 2020.
Além disso, o BC também mostra que 25.183 notas de R$200 falsificadas foram retiradas de circulação no país este ano.
A cédula de R$200 só perde para a de R$100 em números de notas retiradas por falsificações (38.152). Em seguida vêm as notas de R$20 (12.720) e de R$50 (11.983). As notas de R$ 200 retiradas são 25% do total retirado no país até o momento (100.668).
Sobre a escolha do personagem lobo-guará para ilustrar a nota, Carolina informou que a decisão veio após uma pesquisa realizada em 2001 com a população.
Na época, o BC perguntou quais animais em extinção os brasileiros gostariam de ver estampados nas cédulas brasileiras.
“A tartaruga marinha ficou em primeiro lugar e está na nota de R$2, o mico-leão-dourado ficou em segundo e está na nota de R$20 e o lobo-guará, terceiro colocado, agora vai ilustrar a nova nota de R$ 200”, explicou a diretora.
Em julho de 2020, o BC também anunciou o PIX, sistema de pagamentos instantâneos.
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Questionada sobre a criação da nova cédula e se isso não vai contra o movimento de modernização dos meios de pagamento no Brasil, inclusive indo contra o lançamento do PIX, a diretora Carolina informou que a instituição atende apenas a demanda da população.
Além disso, Carolina assegurou que não há relação entre a nota de R$200 e um eventual aumento da inflação.
“Não há relação entre a colocação da nova cédula e o sistema de metas para controle da inflação. Nossa inflação está baixa e estável. O que temos é tão somente o Banco Central agindo preventivamente porque a população pode vir a demandar mais numerário [dinheiro em espécie]”, disse.
É a primeira vez em 18 anos que a moeda real ganha uma cédula com um novo valor.
Além do anúncio da nova nota, Carolina anunciou também que o BC irá imprimir mais notas de R$100. As novas impressões devem custar R$113,8 milhões aos cofres públicos.
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