A não realização do Carnaval de 2021 por conta da pandemia da Covid-19 trouxe graves prejuízos para o setor do entretenimento e para os cofres públicos de todo o país.
Afinal, a folia movimenta boa parte da receita de diversas cidades do Brasil. Para se ter ideia, em 2020, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou que a festa movimentou R$ 8 bilhões em todo o país.
Aliado a isso, a ocasião gerou empregos. A CNC estimou a geração de 25,4 mil postos temporários entre janeiro e fevereiro do ano passado.
O setor de alimentação foi o que mais criou oportunidades com aproximadamente 18,2 mil vagas oferecidas, gerando sete em cada 10 oportunidades de emprego.
O total de vagas ofertadas, também, foi o maior dos últimos anos, só perdendo para 2014, ano da realização da Copa do Mundo no Brasil.
Ou seja, o cancelamento do festejo deixa um buraco nos cofres de muitos municípios. Isso porque o Carnaval é responsável por movimentar boa parte da economia em setores como turismo e negócios, influenciando positivamente no cenário econômico geral do país pelo resto do ano.
Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador acumulam perdas
Os dias de carnaval deste ano, como nos anos anteriores, deveriam gerar bilhões de reais para toda a economia das cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo.
No Rio de Janeiro, por exemplo, uma das cidades mais procuradas nesta época do ano, o carnaval de 2019 movimentou R$ 3,78 bilhões, de acordo com a CNC. E, segundo a prefeitura, a receita dos setores de comércio e serviços cresceu 26%.
Cálculos feitos pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) apontam que o Rio de Janeiro irá perder cerca de R$ 5,5 bilhões em 2021, com o cancelamento do carnaval.
Segundo estudo dos pesquisadores Claudio Considera e Juliana Trece, o montante equivale a 1,4% do PIB carioca.

Já em São Paulo, a estimativa é que a cidade contabilize perdas de R$ 2,9 bilhões em movimentação na economia.
A cidade ainda está apreensiva em relação a dois outros eventos que movimentam grandes cifras: a Parada Gay e o Grande Prêmio de Fórmula 1.
Se eles também tiverem que ser suspensos, o município deve perder outros R$ 3,7 bilhões, considerado o valor movimentado por esses eventos.
Salvador, palco de um dos mais famosos festejos do mundo, também teve prejuízo. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), a ausência da festa impediu a circulação de cerca de R$ 1,7 bilhão na economia da cidade.
Setor do Turismo é um dos mais prejudicados
O cancelamento do feriado de Carnaval foi um duro golpe para o setor do Turismo. De acordo com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), para 76% das operadoras, o Carnaval, que costuma ser uma das épocas mais fortes do ano, representou menos de 10% das vendas do mês de janeiro.
Os números da Braztoa mostram ainda que, para 97% das operadoras, o agravamento da crise gerado pela segunda onda de contágio da pandemia foi fator primordial de impacto nas vendas.
O que fazer com o dinheiro que iria gastar no Carnaval? Confira aqui algumas dicas!