
Você já pensou em ter uma carreira no mercado financeiro? Para isso, é necessário se empenhar e estudar bastante para conseguir entender as principais oscilações do mercado. E é claro que uma graduação no setor pode te ajudar a ingressar nessa área.
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Porém, mais do que uma graduação específica, o mercado financeiro valoriza outros requisitos dos candidatos a vagas e profissionais que trabalham em bancos, corretoras, cooperativas, gestoras, entre outras instituições financeiras que atendem a área de investimentos.
As certificações financeiras ganham força como pré-requisito e, dependendo do cargo, são até mesmo obrigatórias para o exercício profissional. Por isso, tê-las pode ser essencial para que você tenha uma carreira no mercado financeiro.
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E junto com o know-how prático e o domínio de habilidades comerciais e de comportamento, as certificações são um selo de distinção que abre portas para oportunidades em cargos estratégicos dentro das instituições.
Esse pode ser considerado um trunfo em tempos em que a tecnologia leva à extinção inúmeras vagas que são consideradas operacionais.
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Carreira no mercado financeiro: quais são as principais certificações?
Bom, você já sabe que é necessário ter diversas certificações para começar a sua carreira no mercado financeiro. E para te ajudar a explicar mais sobre as principais certificações financeiras e para quais carreiras cada uma é indicada, chamamos Ronaldo Cerqueira.
Ele é consultor especialista em carreiras do mercado financeiro e sócio do grupo de educação Eu Me Banco.
“Construir uma carreira no mercado financeiro passa necessariamente pelas certificações. Mais do que qualificações obrigatórias, elas validam o profissional como alguém que entende o mercado, as regulamentações, produtos e suas especificidades”, explica.
Ronaldo Cerqueira ainda comentou sobre a relevância das certificações dentro do plano de carreira. O especialista frisou que o mercado financeiro tem espaço para todos. Porém, a certificação se torna importante para impulsionar a sua carreira.
Ele separou as principais certificações necessárias para você alavancar ou começar a carreira no mercado financeiro. Confira!
CPA-10 e CPA-20
Para quem quer ter uma carreira em banco, a indicação é de que o você busque as certificações CPA-10 e CPA-20, que são emitidas pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), de acordo com Ronaldo Cerqueira.
A CPA-10 é ideal para quem atua no atendimento ao cliente em algum nível dentro do banco, ofertando produtos em geral. Porém, devido ao baixo nível de complexidade do exame e ao alto número de profissionais certificados, são mais de 438 mil, segundo a Anbima, é tida como uma certificação obsoleta frente a realidade do mercado.

Já a CPA-20 está um degrau acima, tem aplicabilidade igual à da CPA-10, com o bônus de habilitar o profissional para a distribuição de investimentos a clientes do segmento de alta renda. Hoje, cerca de 166 mil pessoas possuem essa certificação.
CEA
Segundo o especialista, a certificação CEA dá aporte para elevar o status dos gerentes de relacionamento de vendedores para especialistas em investimentos. Ela também é emitida pela Bambina.
Cerqueira explica que o profissional CEA é mais estratégico do que os certificados CPA-10 ou CPA-20, que ficam restritos à explicação de produtos. Além disso, não são habilitados para fazer recomendações personalizadas de investimentos aos clientes.
“A certificação CEA tem peso maior na atualidade. Há uma aceleração inédita dos bancos em busca de profissionais para trabalharem com investimentos. Para se ter uma ideia, só em 2021 a expectativa é de que quase 10 mil vagas sejam preenchidas em instituições como Itaú-Unibanco, Safra, Santander, Bradesco, Modal, XP, Banco Inter, PagBank, Easynvest e BTG Pactual em áreas ligadas à atendimento e gestão de relacionamento com o cliente investidor”.
Certificações para gestores de fundo de investimento
Também emitida pela Ambina, é preciso conhecer que existem três certificações necessárias para quem deseja trabalhar com a gestão de recursos de terceiros. Isso nos seguintes fundos: CFG, CGE e CGA.
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De acordo com o especialista, a demanda crescente de gestores certificados tem como consequência o aumento no número de fundos existentes atualmente no país.
“Atualmente há 21 mil fundos de investimento no país, ante 8 mil que existiam em 2009. O profissional deve escolher a certificação de acordo com a sua finalidade de atuação. A CGA é voltada para gestão de fundos de renda fixa, ações, multimercados e cambiais. A CGE habilita profissionais para a gestão de fundos imobiliários (FII), fundos de investimento em participações (FIP) e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC). Já a CFG é pré-requisito para obter as certificações CGA e CGE e um diferencial para quem está iniciando a carreira no mercado de gestão de recursos. No entanto, não habilita o profissional para ser gestor”.
CFP®
É um certificado internacional que é emitido no Brasil pela Planejar, uma Associação Brasileira dos Planejadores Financeiros. Ele é destinado a planejadores financeiros.
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Além disso, o CFP também pode ser considerado uma certificação de alta patente. Isso porque ela distingue profissionais especializados em seis áreas fundamentais da vida financeira, sendo:
- planejamento financeiro;
- gestão de ativos e de investimentos;
- planejamento de aposentadoria;
- gestão de riscos pessoais e patrimoniais/seguros;
- planejamento fiscal; e
- planejamento sucessório.
“Ao total, 27 países adotam esta certificação. No mundo existem 190 mil profissionais com CFP®, 90 mil somente nos EUA. No Brasil ainda temos poucos profissionais certificados (pouco mais de 5 mil) tendo em vista o potencial do nosso mercado. Segundo a Planejar, 36% dos profissionais CFP® atuam de forma independente, os demais são vinculados a bancos, com enorme concentração em SP e RJ. O CFP® agrega valor ao consumidor e enriquece o currículo de um profissional que atua ou deseja trabalhar no mercado financeiro”.
Ancord AAI
Esta, é emitida pela Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias. Vale destacar que ela é obrigatória para o exercício dos agentes autônomos de investimentos (AAI).
O especialista comenta que a função de assessor de investimentos é vista, por muitos, como a profissão do futuro. Isso porque ela tem um campo imenso de atuação em corretoras e escritórios de investimentos.
“É uma atividade com grande potencial de crescimento. Os escritórios de investimentos ligados às corretoras proporcionam enormes possibilidades de ganho para o AAI, mas para ser bem-sucedido é preciso amplo conhecimento técnico e domínio sobre os cenários econômico e político para estruturar um planejamento de investimento aderente ao investidor. Ainda sobre a Ancord, é importante citar que os bancos também estão abrindo operações específicas para combater o crescimento das corretoras, o que pode abrir um leque de oportunidades para quem tiver essa certificação”.
CNPI
É aplicado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Também é importante pontuar que o CNPI certifica profissionais para atuação como analistas de investimento de valores mobiliários.
“A certificação CNPI permite a indicação de investimentos e abre portas para profissionais em gestoras de investimentos, casas de research, corretoras de valores, consultorias de investimentos e bancos de investimentos”.
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