Copom eleva Selic para 4,25% ao ano. Entenda o que muda

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na noite de quarta, 16, elevar a taxa básica de juros da economia, conhecida como Selic. O aumento foi de 0,75 ponto percentual, passando de de 3,50% para 4,25% ao ano. Este é o maior patamar registrado desde o início de fevereiro do ano passando, quando a Selic estava em 4,50% ao ano.

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Para a tomada de decisão, o Banco Central considerou que a pressão inflacionária “revela-se maior que o esperado”, principalmente entre os bens industriais.

Além disso, a piora do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribui para manter os preços em alta no curto prazo, apesar da recente valorização do real frente ao dólar.

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O Copom ainda deixou em aberto a possibilidade de um novo aumento na próxima reunião, marcada para daqui a 45 dias. Se a previsão se cumprir, os juros saltarão para 5% ao ano, mesmo percentual vigente em dezembro de 2019.

A decisão já era esperada pela maior parte dos analistas do mercado financeiro, que previa aumento de 0,75 ponto percentual da Selic. Uma outra parte, no entanto, chegou a estimar elevação maior, de 1 ponto, para 4,5%.

Selic tem terceira alta seguida no ano

Esta é a terceira reunião consecutiva em que o BC decide pela alta.

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Antes disso, os juros passaram sete meses — de agosto de 2020 a março de 2021 — em seu patamar mínimo histórico de 2% ao ano, ainda na direção das preocupações sobre os efeitos da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo.

Foram quatro reuniões do Copom sem alterações na Selic até o aumento anunciado em março para 2,75%.

Aumento da Selic nas últimas quatro reuniões

  • 20 de janeiro de 2021: 2% ao ano;
  • 17 de março de 2021: 2,75% ao ano;
  • 5 de maio de 2021: 3,50% ao ano;
  • 16 de junho de 2021: 4,25% ao ano.
tela do gráfico Selic
Aumento da Taxa Selic para 4,25% ao ano já era esperado por analistas financeiros

Qual a relação entre a taxa de juros e inflação?

Os juros são usados pelo Banco Central como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou estimular a economia.

Por isso, quando a inflação está alta, o BC eleva os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Contudo, quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

A meta para este ano é que a inflação seja de 3,75%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, pode variar entre 2,25% e 5,25%.

Em 2020, por exemplo, a inflação fechou em 4,52%, a maior desde 2016, a qual apresentou 6,29%, e acima do centro da meta do governo para 2020, de 4% ao ano.

Quais são as consequências com a alta da Selic?

O processo de aumento dos juros, que teve início em março e deve prosseguir nos próximos meses, segundo especialistas financeiros, gera algumas consequências para a economia, entre as quais:

  • Reflete nos juros cobrados pelos bancos, os quais já vêm sendo pressionados pelos “riscos fiscais” – aumento de gastos públicos. E, além disso, tem a previsão de alta da inadimplência dos clientes;
  • A alta dos juros aumentam a remuneração das aplicações financeiras no Brasil, estimulando o ingresso de recursos na economia e reduzindo as pressões de valorização do dólar;
  • O aumento na taxa Selic gera elevação de despesas com juros da dívida pública;
  • O crescimento da Selic também influencia, de forma negativa, o consumo da população e os investimentos produtivos. Ou seja, pode impactar, diretamente, o emprego e a renda dos brasileiros.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 3 e 4 de agosto, quando é esperado um novo aumento da Selic em 0,75 ponto percentual.

“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude”, escreveu o comitê. O Copom, no entanto, não descartou uma alta maior, caso a inflação continue subindo.

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