
O cenário econômico brasileiro caminha para uma estagflação, de acordo com alguns economistas. No entanto, você sabe o que isso significa?
Por definição básica é uma economia estagnada é uma economia em que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresce menos que o potencial que ele possui. Ou seja, produz menos do que poderia/deveria.
Outro fator que pode ocasionar a estagnação é a taxa de desemprego estando elevada. Isso quer dizer que existem muitas pessoas sem emprego e sem renda diminuindo a produção do país.
Portanto, o caso do Brasil! Que, atualmente, possui uma combinação de estagnação econômica e inflação em alta, que como consequência acelera o processo de empobrecimento dos brasileiros.
O Brasil está em um cenário de estagflação?
Agora que você já sabe o que é o cenário de estagflação, deve estar se perguntando se o Brasil está passando por isso, certo? Em entrevista ao G1, o professor Fábio Gallo, explicou que tecnicamente o nosso país não está passando por este cenário.
De acordo com o professor, os brasileiros têm sentido a inflação no bolso e, isso vem acontecendo desde 2015, quando o país também começou a acumular resultados negativos no PIB.
Mas, atualmente, apesar das recentes quedas na inflação o saldo deve ser positivo agora em 2022. Veja o que Fábio Gallo disse:
“Estamos crescendo consideravelmente, e em um ambiente que permite o combate à inflação. Vamos para o terceiro mês com queda de preços. Então, não estamos num ambiente de estagflação”, afirma.
Mas será que existem riscos de estagflação para 2023?
Agora quando o assunto é o ano de 2023, o professor aponta que existem receios ao citar um alerta da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento. Já foi divulgada uma projeção da organização no início deste mês em relação à economia brasileira.

Para a ONU, a economia do Brasil deve desacelerar já em 2022, e o PIB do país deve ter crescimento de “apenas 0,6% em 2023”.
O economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, André Galhardo, vai pela mesma linha e acredita que não é certo falar que neste momento o Brasil passa por uma estagflação.
“A economia brasileira não está em um quadro de estagflação justamente porque o PIB tem se comportado positivamente – respondendo a estímulos pontuais do governo, sobretudo em 2022. E a inflação, apesar de elevada, está, neste momento, com tendência de queda”, analisa.
Porém, existe uma possibilidade de um processo de estagflação para o próximo ano. O motivo disso seria o reflexo do alto patamar da Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano.
“Podemos ter um ritmo menor de atividade econômica. E não está totalmente descartada a possibilidade de um retorno da inflação por conta da piora da guerra na Ucrânia e novos desajustes na cadeia produtiva, como a estiagem na Europa”, diz. “Aí, sim, teríamos um quadro de estagflação.”
Termo estagflação foi criado em 1965
O primeiro a usar o termo estagflação foi o político britânico Iain Macleod, em 1965. Isso aconteceu em um discurso no Parlamento que alertava para as condições econômicas do período no Reino Unido.
Existem apenas alguns exemplos na história. O mais notável ocorreu na década de 1970 nos Estados Unidos. O embargo do petróleo da OPEP causou um choque do petróleo e indústrias em todo o país sofreram com os preços do petróleo excessivamente altos e alta nos preços do gás.
O Federal Reserve optou por combater o aspecto da inflação de forma mais agressiva, elevando as taxas de juros para até 20% até 1981 e agindo para manter o desemprego baixo.
No entanto, o desemprego anormalmente baixo durante a década desencadeou algo chamado espiral de salários e preços.
+ Por que o salário não acompanha a inflação? Como driblar esse prejuízo?
No Brasil, temos alguns exemplos também como no período entre 1960 e 1963 em que o país passou por um período de estagflação quando o PIB chegou a diminuir em 1964 e 1965 e a inflação ainda estava em patamares elevados.
A partir de 1981, a estagflação apareceu com força, permanecendo até o início de 1984. Contudo, com a criação do Plano Real tivemos uma trégua desse fenômeno com a inflação mais controlada e PIB com crescimento no país.
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*Colaboração: Juliana Favorito