
O euro em queda é resultado do temor de recessão na Europa. E isso foi visto em julho, quando sua cotação ficou abaixo do dólar pela primeira vez desde dezembro de 2002. Para se ter uma ideia, a moeda teve uma perda de 0,96%.
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Além disso, teve valor abaixo de US$1, ficando a US$0,9941.
A moeda europeia manteve sua cotação a cerca de 10% a 30% a mais do que a do dólar. Contudo, desde o início do ano, o euro já acumula baixa de cerca de 11% frente à moeda norte-americana.
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Entre os motivos para a desvalorização do euro, estão a instabilidade no fornecimento de gás, causada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, o que vem colocando dúvidas sobre o abastecimento da região durante o inverno.
Outro ponto-chave é sobre a capacidade do Banco Central Europeu (BCE) em apertar a política monetária, mas sem acentuar a desaceleração econômica.
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Crise energética: fator motivacional para queda do euro
O euro em queda tem como principal motivo a guerra da Ucrânia, dizem especialistas. De acordo com eles, se o conflito se estender, a crise energética na região pode se intensificar.
Como resultado, a região vive uma onda de alta recorde dos preços. Diante deste cenário, o Banco Central Europeu (BCE) tem pouca margem, já que uma elevação das taxas pode ameaçar o fraco crescimento da região.
O que consequentemente faz com que participantes do mercado fujam dos ativos de risco europeus, preferindo migrar para investimentos mais seguros, como os Estados Unidos.
O país recentemente aumentou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual e indicou que deve manter um ritmo elevado de ajustes para combater a inflação.
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Euro em queda: o que isso significa para o Brasil?
O euro em queda pode ajudar empresas brasileiras. Afinal, o dólar fica valorizado. Isso porque a alta da moeda tende a beneficiar as empresas exportadoras brasileiras, que vendem seus produtos em moeda estrangeira e possuem receita denominada em dólar.
Entretanto, empresas que necessitam de insumos provenientes do estrangeiro também são prejudicadas, uma vez que elas devem optar por passar os maiores custos de produção para o consumidor (o que pode diminuir as vendas) ou diminuir sua margem.
O que afeta a população em geral. Isso porque uma parte relevante dos produtos ou é importada ou têm alguma relação com produtos importados. O que pode refletir em inflação na economia brasileira.
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Libra também sofreu queda em seu valor
Engana-se quem pensa que é somente o euro que tem sofrido quedas neste ano, a libra esterlina também teve a cotação reduzida agora em 2022. Em entrevista ao setor de Economia do site UOL, analistas da OFX falaram sobre o momento desta moeda.
“Tem sido um ano ruim para a libra, que está caindo em relação ao euro, enquanto o Banco da Inglaterra elevou suas taxas em todas as reuniões”. Vale ressaltar que essa queda vem acontecendo desde o final de 2021.
Apesar disso, a inflação da Inglaterra já está perto dos 10% e é considerada uma das mais altas do G7. Isso se dá por conta da guerra na Ucrânia, da pandemia e também do Brexit.
Para quem não sabe, a US$1,1764 por libra teve o nível mais baixo desde o início de 2020 e até mesmo os primeiros meses da pandemia. Até então, a libra esterlina não tinha chegado abaixo de US$1,18 desde 1985.
Vale a pena comprar euro agora?
Analistas apontam que a tendência é que o dólar continue a se fortalecer ante a seus pares. Fato que deve se manter mesmo que o BCE adote uma postura mais rígida em relação aos juros, o que seria insuficiente para fazer frente ao aperto monetário que já foi iniciado pelo Fed.
Ou seja, o euro em queda deve se manter. Ou seja, os interessados em comprar a moeda podem esperar mais um pouco. Afinal, há expectativa de uma desvalorização maior da moeda europeia.
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*Colaboração: Juliana Favorito