O craque do Brasileirão 2022 Gustavo Scarpa foi alvo de um golpe envolvendo criptomoedas que chocou o mercado. O jogador perdeu mais de R$6 milhões.
Anúncios
Tudo começou com um negócio fadado ao fracasso envolvendo outro companheiro do antigo time do Palmeiras, Willian Bigode, atualmente no Fluminense.
A aplicação em que Scarpa investiu R$6 milhões foi uma indicação de Bigode, que também alega ter perdido R$17,5 milhões, embora sua própria empresa esteja envolvida na operação.
Anúncios
Como Scarpa perdeu mais de R$6 milhões com criptomoedas?
O jogador Scarpa diz que investiu R$6,3 milhões na compra de criptomoedas indicadas por William Bigode, com a promessa de lucro de até 5% ao mês. Ou seja, cerca de 80% ao ano, patamar de rentabilidade que não existe no mercado financeiro tradicional.
O portal G1, o sócio da Nord Research Renato Breia explicou que, a título de comparação, uma carteira conservadora rendendo 1,18% ao mês poderia render quase R$1 milhão (R$992 mil) ao ano se Scarpa tivesse aplicado desta forma.
Mas quando Scarpa tentou reaver seu dinheiro, já era tarde demais. A aplicação havia sido feita em junho de 2020 e a tentativa de resgate aconteceu em agosto do ano passado, quando William confessou ao amigo que também teria perdido dinheiro
Anúncios
“É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder”, desabafou Scarpa em mensagens divulgadas por reportagem do Fantástico.
Em novembro do ano passado, Scarpa registrou um Boletim de Ocorrência com acusação de estelionato.
+ Lei das criptomoedas em vigor! Veja o que diz a regulamentação
Empresas envolvidas na aplicação não tinham autorização
Scarpa começou a investir nas tais criptomoedas em junho de 2020, por meio da empresa Xland, que tinha parceria com a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, que tem Willian Bigode como um dos sócios.
De acordo com o Fantástico, há mais de dois anos o Ministério Público do Acre abriu uma ação civil pública contra a Xland e a empresa ainda responde em três processos na Justiça do estado por calote.
A instituição financeira foi acusada de deixar de pagar mais de R$2 milhões a seus investidores, isso antes do caso de Scarpa vir à tona.
Tanto Willian Bigode quanto sua sócia na WLJC, Camila, alegaram à polícia que também foram vítimas de golpe. E a Xland também diz que foi uma vítima, pois as perdas teriam sido provocadas pelo colapso da FTX, maior corretora de criptomoedas do mundo, no ano passado.
Porém, fato é que nem WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, nem a Xland estão registradas nos órgãos regulatórios do mercado financeiro brasileir: Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e Capitais (Anbima) e Banco Central.
Como evitar golpes como esse?
Embora investir em criptomoedas seja seguro quando feito da forma correta, existem inúmeros golpes relacionados à moedas digitais no mercado. Criminosos e pessoas má intencionadas se aproveitam da pouca legislação e da desinformação das pessoas.
Para evitar cair em golpes de criptomoedas como aconteceu com Scarpa, duas premissas são fundamentais: não acreditar em retornos extraordinários e não confiar em empresas que não possuem autorização do BC para funcionarem.
Toda corretora ou instituição financeira precisa de autorização para atuar no Brasil e isso garante mais segurança aos investidores. No próprio site do Banco Central é possível consultar se uma determinada empresa tem autorização ou não.
Em relação aos retornos, especialmente quando se trata de renda fixa, é fundamental conhecer o mercado. Um investidor que está por dentro da situação do mercado dificilmente se deixará enganar por taxas de rentabilidade acima do normal.
Quer ter mais informações sobre como evitar golpes e situações como essa? Então leia também: 7 golpes com criptomoedas mais praticados!