
Quem tem investimentos aplicados vai precisar se atentar à inflação nos EUA. Mas o que a economia de outro país tem haver com as suas aplicações? Isso é o que vamos te explicar agora com este artigo.
Para quem não sabe, o índice ficou em 9,1% no acumulado de 12 meses encerrado em junho de 2022, o maior nível desde 1981. Isso pode e deve deixar muitos investidores com o alerta ligado.
Se você não está entendendo nada, a primeira coisa que o FinanceOne tem para te dizer é calma. E a segunda é que vamos te explicar tudo ao longo deste artigo! E por esse mesmo motivo vamos começar do início.
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Com o objetivo de estimular a economia dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), que é o Banco Central dos EUA, simplesmente reduziu a taxa básica de juros do país para quase zero. Além disso, o Fed também implantou um programa de recompra de títulos públicos.
A intenção é justamente aumentar a liquidez no sistema financeiro dos norte-americanos. Mas o que isso significa na prática? Que o governo está colocando mais dinheiro para rodar na rua.
E é claro, que com a taxa de juros tão baixa, e o dinheiro circulando mais, a tendência é que a busca pelos serviços e produtos aumentem. A consequência disso é que a inflação nos EUA aumenta.
Entenda a inflação nos EUA
Há alguns meses a preocupação com a inflação nos EUA já existia, mesmo antes do Senado aprovar o estímulo fiscal de US$1,9 trilhão do presidente Joe Biden, em março.
É importante ressaltar que esse pacote de medidas do presidente tem como principal objetivo acelerar a recuperação dos Estados Unidos, após a crise enfrentada por conta da pandemia da Covid-19.
Já em março, existia um medo de que a inflação aumentasse. Agora com a taxa de juros reduzida a zero, as probabilidades de que isso aconteça são ainda maiores.

E a redução da taxa de juros acaba influenciando no aumento do rendimento dos títulos públicos, que são chamados de “treasures”, considerados os ativos de menor risco no mundo.
Uma consequência disso, é que os investidores acabam tirando o dinheiro de aplicações de mercados emergentes, como o Brasil. Com isso, o dinheiro passa a ser enviado para os treasures dos EUA.
Nem precisamos lembrar que os investidores estrangeiros são os responsáveis por mais da metade do volume financeiro na Bolsa de Valores do Brasil. Para você ter uma ideia, em abril deste ano, eles negociaram R$912 bilhões, o que representa cerca de 52% do total.
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Entretanto, em maio, começou um movimento de saques na B3 por parte dos estrangeiros. Muitos deles, para aplicar nos Estados Unidos, ou seja, uma fuga de investidores.
O que deve acarretar uma maior desvalorização do Real frente o Dólar. Este cenário reflete no bolso do consumidor, considerando que o mercado importador encontra o aumento no preço das matérias-primas e repassa o acréscimo para o valor final dos produtos.
Inflação nos EUA poderá trazer muitos estímulos e efeitos à Economia
Para muitos, a atual situação norte-americana é vista como uma aposta arriscada e tem levantado muitas dúvidas. Além disso, ela ainda poderá trazer muitos efeitos e estímulos à Economia dos demais países.
Recentemente, o jornal The Economist publicou sobre o assunto, antes mesmo que o pacote fiscal fosse aprovado nos Estados Unidos.
“Em 7 de fevereiro, Janet Yellen, a secretária do Tesouro, tentou tranquilizar os críticos do estímulo de Biden dizendo que os Estados Unidos têm as ferramentas para lidar com a inflação. Mas as taxas mais altas não são sem consequências, e se o Fed se vir jogando água fria em uma economia superaquecida os riscos de outra recessão aumentarão”, disse o The Economist.
Indicadores aumentam ainda mais a preocupação dos investidores
Se a situação era de alerta, ficou ainda mais alarmante à medida que foram sendo divulgados os indicadores mais recentes.
Por exemplo, em junho, o CPI (sigla que no Português significa o Índice de Preços ao Consumidor), trouxe uma alta de 1,3%. Na comparação com junho de 2021, a alta foi de 9,1%.
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Já o núcleo de inflação, que exclui alimentos e energia (cujos preços são mais voláteis), subiu 0,7% na comparação mensal e 5,9% na anual.
As informações foram divulgadas pelo jornal Estadão e confirmadas pelo FinanceOne.
Este conteúdo lhe foi útil? Então continue lendo sobre o assunto e veja como a alta da inflação pode influenciar no seu dia a dia.
*Colaboração: Rafael Massadar