
Você está pagando mais caro pelos seus empréstimos. O Banco Central divulgou que a taxa média de juros em concessões de crédito entre bancos e pessoas físicas aumentou de 43,5% para 44,2% entre janeiro e fevereiro de 2021.
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A alta foi de 7,7 pontos percentuais (pp) considerando os últimos 12 meses, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas pelo BC no final de março.
Já nas contratações para empresas, a taxa média do crédito ficou em 24,2% ao ano, o que representa uma queda em relação ao mês anterior, mas alta de 2,7 pp em 12 meses.
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Nas contratações com as famílias, a taxa média de juros alcançou 58,3% ao ano, alta de 1,7 pp no mês e de 10,2 pp em 12 meses.
Por que os juros médios aumentaram?
Os juros médios dos bancos aumentam por causa da taxa básica de juros da economia, a Selic, que está em seu nível mais alto desde janeiro de 2017.
Na última semana, pela quinta vez consecutiva, a taxa Selic foi mantida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
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Em março do ano passado, o Banco Central iniciou um ciclo de aumento dos juros para lidar com o aumento dos preços dos alimentos, energia e combustíveis. Em outras palavras, os juros subiram numa tentativa de conter a inflação.
Afinal, a elevação da taxa básica deixa os juros mais altos, aumentam o custo do crédito e incentivam a poupança, reduzindo a demanda aquecida.
A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para atingir a meta de inflação. Em fevereiro, principalmente devido aos ajustes feitos pelas instituições de ensino no início do ano, o IPCA, que é considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,84%.
Como explica o BC, o aumento da Selic tem sido refletido nas taxas finais de diferentes tipos de crédito. Por isso os juros subiram nessas operações.
E se você está se perguntando sobre o futuro: o Copom não descarta novos aumentos da Selic se a inflação não recuar, mesmo diante de pressões, inclusive do presidente Lula. Acontece que a definição dos juros depende da inflação.

Cartão de crédito e rotativo também ficaram mais caros
Os juros do cartão de crédito também subiram. As taxas tiveram alta de 6,5 pontos percentuais no mês, alcançando 101,4% ao ano. No crédito rotativo, cartão parcelado, cheque especial, consignado permaneceu e crédito pessoal também houve aumentos:
Tipo de crédito | Taxa de juros (ao ano) |
Cartão de crédito | 101,4% |
Crédito rotativo | 417,4% |
Cartão parcelado | 189,6% |
Cheque especial | 137,4% |
Crédito consignado | 26,7% |
Crédito pessoal não consignado | 86,7% |
Enquanto os juros sobem, a inadimplência tem se mantido estável nos últimos tempos. Inadimplentes são as pessoas cujos pagamentos de dívida estão atrasados há mais de 90 dias.
De acordo com o BC, a taxa de inadimplência teve pequenas variações, atingindo 3,3% em fevereiro. Para as operações de crédito livre destinadas às pessoas físicas, essa taxa é de 6,1%, enquanto para as pessoas jurídicas é de 2,4%.
Em relação ao endividamento das famílias, que é a proporção entre o valor das dívidas e a renda total acumulada em 12 meses, houve uma queda de 0,2% em janeiro e de 1% no período de 12 meses, chegando a 48,8%.
Contudo, se retirarmos o financiamento imobiliário, que representa uma grande parcela da renda, essa taxa cai para 31% no primeiro mês do ano.
E você? Como tem lidado com os juros altos? As contas estão em dia ou não? Estes conteúdos podem ajudar: