Aumento no preço do gás de cozinha e na gasolina, falta de chuva em alguns estados, falta de trabalhadores, escassez de navios… As pressões sobre os preços que aumentam no mundo podem estar aumentando mais rápido do que o previsto. E a lista de vilões da inflação só aumenta.
Garantir o consumo de alguns alimentos, inclusive, ficou mais difícil ao longo dos anos. Em 2020, por exemplo, fatores como aumento da demanda interna e avanço das exportações contribuíram para que produtos como o arroz e óleo de soja chegassem a ser limitados nos supermercados.
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O que é a inflação e quais seus impactos?
Antes de falarmos sobre os vilões da inflação, é necessário entender o que significa a inflação, certo? De acordo com o Banco Central, a inflação é o aumento dos preços de bens ou serviços.
Mas, além disso, a inflação tem mais relação com a quantidade de dinheiro que está circulando em uma economia.
No Brasil, oficialmente, o governo federal tem como base o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Mensalmente, o IBGE faz uma pesquisa que leva em consideração os preços de mais de 400 itens com base na última análise.
São levadas em conta 10 regiões metropolitanas do país e o custo de vida médio das famílias que recebem de um a 40 salários mínimos por mês. Por aí, define-se um aumento no custo dos produtos que irá impactar na inflação.
Outro índice importante nesse cálculo é o do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que leva em consideração o custo médio das pessoas que recebem de um a cinco salários mínimos.
Os 3 principais vilões da inflação
1. Combustíveis
No final de agosto, o litro da gasolina chegou R$7 em quatro estados brasileiros. Neste mesmo mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que determina a inflação oficial do país, como já mencionamos acima, ficou em 0,87%, conforme dados IBGE. Esse foi o maior percentual registrado em um mês de agosto desde o ano de 2000.
Os demais combustíveis também subiram: etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%).
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Vale lembrar, inclusive, que o preço da gasolina depende de vários fatores:
- tributos estaduais (ICMS) e federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide);
- custos e despesas operacionais de cada empresa;
- dos biocombustíveis (como etanol) adicionados à gasolina;
- das margens de distribuição e de revenda;
- e dos preços nas refinarias.
2. Alimentos
Os alimentos estão na lista dos vilões da inflação. Isso porque os preços globais dos alimentos avançaram 20% em agosto se comparado ao mesmo período do ano interior, de acordo com índice da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Analistas atribuem a inflação dos preços dos alimentos às pressões relacionadas à pandemia, por exemplo. Além disso, o impacto do clima e a escassez de chuvas pode ser sentido no bolso, com a aceleração da inflação e do preço dos alimentos.
Alguns alimentos, por exemplo, já foram prejudicados pela falta de água em algumas regiões do Brasil. Veja alguns deles:
- Leite: a seca reduziu a qualidade das pastagens, prejudicando a alimentação das vacas leiteiras. Com isso, a produção de leite pode diminuir;
- Feijão: a falta de chuvas atrapalhou o desenvolvimento das plantas, resultando em uma colheita menor. Alguns produtores também desistiram, por exemplo, de plantar porque não terão água suficiente para irrigar.
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3. Energia
A energia é outro fator que ajuda a elevar a perspectiva de inflação no Brasil. Assim como os alimentos e a gasolina, a disparada no valor da energia elétrica é um agravante extra pois é um gasto essencial e com maior peso na composição do IPCA entre os mais de 400 itens e subitens monitorados pelo IBGE.
Por isso, muitos brasileiros estão sentindo no bolso essa alta no valor da conta de luz.
Além disso, o cenário de preços nas alturas tanto da energia quanto dos alimentos, além do desemprego elevado, tem reduzido a qualidade de alimentação das famílias mais pobres.
Para aqueles que vivem com renda de um salário mínimo, por exemplo, o preço da cesta básica de alimentos passou a consumir 65,32% dos ganhos mensais, de acordo com o Dieese.
A inflação para famílias de baixa renda, inclusive, é maior do que para as famílias mais ricas, segundo o estudo divulgado pelo Ipea.
E você, como tem “driblado” a inflação para fazer compras, por exemplo, no supermercado? Compartilhe conosco, e com os demais leitores, a sua opinião sobre o assunto! Caso queira continuar aprendendo mais, leia agora mesmo: “veja como a alta da inflação influencia no dia a dia“