No mercado financeiro, é comum ouvir falar sobre a Selic. Na semana passada, pela quinta vez consecutiva, o Copom manteve essa taxa de juros a 13,75% ao ano. Mas você sabe o que significa essa taxa e por que se preocupar com ela?
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Por definição, Selic significa Sistema Especial de Liquidação de Custódia. O que nada mais é do que uma taxa básica da economia brasileira.
É a partir dela que derivam as outras taxas da economia, como da inflação, empréstimos, financiamentos e aplicações.
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A Selic é usada pelo governo como um mecanismo para frear ou acelerar a economia, de forma a controlar os índices de inflação.
Quando a inflação está alta, o governo federal aumenta a Selic. E vice-versa.
Com o objetivo de conter a inflação, uma das formas usadas é elevar a taxa básica de juros (a própria Selic).
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Assim, o custo do dinheiro fica mais alto e a população contém os gastos, de maneira a reduzir a demanda.
Isso é capaz de provocar a retração na economia e redução nos preços dos serviços e produtos. Tudo isso faz a inflação reduzir.
Para os investidores, também é fundamental entender como a Selic se comporta frente a uma economia instável.
É rentável, por exemplo, aplicar em títulos vinculados à taxa Selic? Ao longo deste artigo, responderemos a essa e outras perguntas sobre o assunto.
O que é a taxa Selic?
Criado em 1986, essa taxa é um sistema do Banco Central que captura as operações relacionadas aos títulos escriturais do Tesouro Nacional.
Em outras palavras, é um sistema informatizado que registra os dados de custódia e liquidação dos títulos públicos federais. Como por exemplo, os emitidos pelo Tesouro Nacional.
A Selic é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias para decidir os rumos da taxa básica de juros do período seguinte.
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Essa taxa é parâmetro para que os bancos indiquem a taxa de juros dos empréstimos diários que realizam uns aos outros.
A depender das decisões do Copom, os diferentes modelos de investimentos podem se tornar mais ou menos atrativos. Uma vez que a Selic determina as outras taxas de juros praticadas no Brasil.
Qual a importância da Selic no dia a dia?
A taxa Selic é uma forma do governo controlar a inflação. É importante se preocupar com ela pois se está em alta, há menos dinheiro em circulação no mercado.
Da mesma maneira que há menor procura por serviços e bens de consumo. Uma vez que se a demanda é menor, os preços também tendem a cair.
É pela Selic que os bancos calculam o quanto de juros cobrarão pelos empréstimos, cheque especial e juros do cartão de crédito.
Quanto menor a taxa, mais barato o usuário poderá pegar um empréstimo ou comprar a prazo.
A alta na taxa é desfavorável ao consumo. Isso porque os juros dos empréstimos e financiamentos, além dos cartões de crédito, ficam elevados.
Por outro lado, se a Selic está em queda, o consumo leva vantagem. Os empréstimos e financiamentos ficam com menores juros.
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Vale destacar que a Selic não é aplicada diretamente nos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.
Os bancos captam recursos por essa taxa. No entanto, ao emprestarem capital aos clientes, os juros aplicados acabam sendo maiores.
O motivo é que outras variáveis são embutidas na cobrança final, como por exemplo, os custos operacionais e o risco de não obter o valor emprestado de volta.
Como a Selic afeta os investimentos?
Os investimentos em títulos do Tesouro Direto são diretamente afetados pela taxa Selic. Eles são muitos utilizados por quem quer sair da poupança.
E, com isso, aplicar o dinheiro em uma fonte que tenha maior rentabilidade. Atualmente, os ativos disponibilizados são:
- Indexados à Selic;
- Indexados à Inflação;
- Pré-fixados.
Quando ocorre a compra de um título público no Tesouro Selic, por exemplo, o investidor está emprestando dinheiro ao governo.
Em troca, o governo paga juros ao aplicador. Esse valor, por sua vez, é determinado pela taxa Selic.
Considerando que a taxa pode variar, a rentabilidade dos títulos também é flexível. Seja para melhor ou pior.
A lógica é simples: quanto maior a Selic, os rendimentos em renda fixa também tendem a ser maiores. Até mesmo a poupança melhora.
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Confira os casos um a um a seguir.
Tesouro Selic
Esse é um modelo de investimento pós-fixado. Isto é, o aplicador só saberá o valor que receberá ao final do prazo contratado. Seu rendimento é diário.
A variação, porém, está atrelada à Selic.
Se comprar um título com vencimento em 2024, a rentabilidade será proporcional aos juros no período que o dinheiro esteve aplicado.
Se o indivíduo resolver retirar o dinheiro em seis meses, o título renderá o equivalente à taxa Selic nesse período. Caso a Selic aumente, os rendimentos também sobem. A recíproca também é verdadeira.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também é uma alternativa de investimento pós-fixado.
A diferença é que os títulos são indexados ao IPCA e voltam ao investidor com a quantia corrigida pela inflação do período mais uma taxa pré-determinada.
Os títulos nesse caso estão sujeitos a flutuações entre a data de compra e de vencimento.
Ou seja, podem passar até mesmo por períodos de rentabilidade negativa. Caso o aplicador queira retirar o título antes do prazo final.
O recomendado, por tanto, é que o investidor leve o título até a data combinada. Com isso, terá como rentabilidade o IPCA mais a taxa definida na compra.
Investimentos pré-fixados
Há também as aplicações pré-fixadas. Isto é, o investidor sabe qual será rentabilidade no vencimento pois está determinada no ato do contrato.
É uma ótima alternativa para quem deseja saber quanto ganhará ao final da aplicação.
A depender das oscilações da taxa Selic, entretanto, a rentabilidade poderá ser maior ou menor.
Investir em títulos pré-fixados pode ser uma boa opção quando os juros estão em alta, com a perspectiva de queda na Selic.
CDI
O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é um título privado e interbancário.
O que indica que é usado somente entre as instituições bancárias em empréstimos de curto prazo.
O valor do CDI é definido com base nos juros praticados. A taxa Selic é o CDI são próximos.
A lógica é a seguinte: nas situações em que a Selic cai, o CDI também diminui. O que faz com que os rendimentos das aplicações sofram uma queda.
Esse indicador ainda é utilizado na taxa de rentabilidade de aplicações de renda fixa como:
- LCI – Letras de Crédito Imobiliário;
- LCA – Letras de Crédito do Agronegócio;
- LC – Letras de Câmbio;
- CDB – Certificado de Depósito Bancário;
- CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários;
- CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio;
- Debêntures.
Mas afinal, o que faz a Selic subir e cair?
Uma dúvida que muitos brasileiros possuem é o que faz a Selic variar para cima ou para baixo. Existem diversos fatores que podem fazer com que isso aconteça e é por conta disso que o Banco Central precisa estabelecer uma meta.
Quando o BC anuncia qual será a taxa estabelecida pelo Copom, somente o anúncio não garante que os juros permaneçam no nível esperado. Por isso, a instituição financeira precisa atuar para que a decisão do valor de juros possa ser cumprida.
Para que isso aconteça, o BC começa a comprar e vender títulos públicos federais diariamente. A instituição trabalha aumentando e diminuindo a oferta de cada um dos títulos para que seja possível manter os juros próximos do valor que foi decidido pelo Copom.
Por exemplo, digamos que o Copom decidiu que precisa elevar o valor da taxa Selic. Para que seja cumprida a nova meta, o BC vai começar a vender mais títulos públicos para as instituições financeiras.
Mas é claro que essas instituições não vão querer comprar se não for algo atrativo, certo? É exatamente isso que o BC faz, colocando esses títulos a preços mais baixos para que eles fiquem mais atraentes, além de oferecer uma remuneração maior.
É isso que faz com que o novo valor da taxa repercuta nas próprias instituições financeiras. Mas como isso é possível? A resposta é simples, só será interessante para os bancos realizar as operações de crédito se as taxas forem maiores.
Agora se o Banco Central quer manter a taxa Selic baixa, a instituição faz justamente o contrário. Ela não vende, mas sim procurar comprar os títulos públicos.
Para não ter erro, antes de aplicar qualquer quantia, analise seu perfil de investidor e conheça melhor sobre o mercado financeiro com os artigos do FinanceOne.