O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (2) a primeira redução da taxa básica de juros (Selic) em três anos, de 0,50 ponto percentual (p.p.), levando o índice a 13,25% ao ano.
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Em comunicado emitido após a decisão, o colegiado indicou que a melhoria no cenário inflacionário do país permitiu ao Banco Central (BC) iniciar um ciclo “gradual” de diminuição dos juros no Brasil.
A instituição ainda indicou que novas reduções da mesma relevância poderão ocorrer nas próximas reuniões, caso o panorama esperado – com a continuação do processo de queda da inflação e estabilidade das expectativas em relação às suas metas – se concretize.
Com este assunto em alta no momento, muitas pessoas se manifestaram nas redes sociais com dúvidas de qual seria o impacto dessa redução na economia e principalmente como isso pode afetar o seu bolso no dia a dia.
Antes de mais nada, é fundamental entendermos o que é, de fato, a Taxa Selic. Você sabe o que é e como ela pode influenciar na sua vida? Se você não é investidor e acha que essa taxa não vai alterar em nada a sua rotina de gastos, saiba que você está muito enganado.
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Mas para você entender a importância da Taxa Selic, é necessário saber o que ela é e como funciona. E se você não sabe nenhum desses dois pontos, calma que vamos te explicar tudo. Para depois você entender como essa taxa pode influenciar a sua vida.
Selic é a abreviação do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, sendo assim é o sistema que margeia a compra e a venda de títulos do Tesouro Nacional. Além disso, é a taxa básica de juros da economia do país.
A Taxa Selic é usada no mercado bancário tanto nacional quanto internacional. E também para financiamento de operações com duração de um dia e tem, ainda, como garantia os títulos públicos federais.
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Sendo assim, a taxa é um modelo para o custo do crédito no país. Além de ser uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central para monitorar a inflação e controlar a emissão, compra e venda de títulos.
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Por que ficar de olho na Taxa Selic?
Agora que você já sabe o que é e como funciona a Taxa Selic, está na hora de entender a importância dela para a economia brasileira. Além de como ela pode influenciar no seu dia a dia.
1) A Taxa Selic influencia outras taxas de juros
A taxa básica de juros serve como referência para os juros que são cobrados pelas instituições financeiras. Sendo assim, se a Taxa Selic sobe, a tendência é que as outras taxas também subam. Se ela cai, as outras também caem.
E toda essa influência se dá pelo fato de que o mercado bancário brasileiro é concentrado em poucos bancos que dominam praticamente todo o mercado.
Com isso, as empresas têm um maior poder para determinar o preço das taxas de juros.
E as taxas mais relacionadas com a Selic no país são o empréstimo para pessoas físicas, o capital de giro e cartão de crédito.
E as que são menos relacionadas são as de longo prazo, como por exemplo o financiamento imobiliário.
2) Inflação
É importante entender a relação entre a taxa Selic e a inflação. Isso porque ambas estão ligadas à economia do país e ao consumo. Afinal, uma das funções da taxa básica de juros é ajudar a manter a inflação equilibrada.
A taxa Selic normalmente faz isso ao controlar os juros fornecidos ao mercado. Assim, sempre que ela oscila, os empréstimos bancários ficam mais caros ou mais baratos.
Nesse sentido, o consumo poderá ser estimulado ou desestimulado com base no custo de crédito.
A inflação não pode ser estabelecida por um órgão, sendo resultado de uma variação contínua e generalizada dos preços de produtos e serviços. Com preços mais caros, o mercado fica desaquecido e o consumo reduz — acontecendo o oposto quando os preços diminuem.
3) Disponibilidade de crédito
Que a Selic influencia nas taxas você já sabe. Mas sabia que ela também tem impacto nas instituições financeiras na hora de conceder crédito?
Isso acontece porque quando a Taxa Selic sobe muito, os bancos passam a ter um custo mais alto para captar recursos.
Sendo assim, as instituições financeiras serão mais seletivas na hora de conceder o crédito.
Além disso, quando a taxa está baixa, os bancos terão que emprestar um maior volume de recursos a um número maior de clientes. Isso é necessário para manter a rentabilidade da instituição.
4) Produtos importados
A Taxa Selic ainda tem reflexo nos preços, que pode ser sentido pelos consumidores, que no caso é o câmbio. Isso acontece porque a taxa básica de juros é utilizada por indexar os títulos públicos.
Dessa forma, as alterações na Selic também influenciam diretamente na quantidade de investimento estrangeiro no Brasil.
Sendo assim, quanto maior a taxa de juros, maior será o interesse dos estrangeiros em investir no país, aumentando a oferta de dólar.
E como consequência disso, quanto mais dólar disponível, mais barata fica a moeda, fazendo com que os produtos importados fiquem mais baratos.
Porém, quanto menor a taxa de juros, menor será o interesse dos estrangeiros em investir no Brasil.
E com a diminuição do dólar no país a consequência é a elevação da taxa de câmbio. Sendo assim, os preços dos produtos importados tendem a subir, aumentando também a inflação.
5) Investimentos
Alguns investimentos em renda fixa estão diretamente ligados à Taxa Selic, como por exemplo os papéis do Tesouro Direto.
Vale ressaltar que a taxa é usada na correção do valor da restituição do Imposto de Renda e que alguns títulos públicos são indexados pela Selic.
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Além disso, ela também influencia nos CDIs e CDBs. Outro motivo para ficar de olho é que quem está endividado com o cheque especial ou compra a prazo, a taxa estar mais baixa é uma vantagem.
Enquanto para quem tem aplicação, é prejuízo, já que significa menos rendimentos nos próximos meses.
6) Empréstimos contratados
Se você contratou um empréstimo e/ou financiamento, as mudanças da Selic não irão te afetar em relação às taxas de juros cobradas.
Se você já fez um empréstimo há algum tempo e está pagando as prestações, a Selic com taxas baixas pode ser vantagem para você.
Isso porque é possível reduzir os juros que estão sendo cobrados pelo banco. Para isso, você pode tentar uma renegociação ou até mesmo procurar realizar uma portabilidade para outra financeira.
Vale ressaltar que isso vale para financiamentos de imóveis, automóveis e crédito pessoal.
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