O cenário político tem gerado cada vez mais incertezas na economia e consequentemente onde investir. Além disso, a tendência de alta do dólar pressiona a inflação, que já está alta em razão da crise hídrica e da retomada global.
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Por sua vez, o Banco Central já sinalizou maior preocupação com a piora nas contas públicas. Recentemente, a autoridade financeira já elevou a Selic em 1,0 ponto percentual, para 5,25% ao ano.
Após a decisão do Copom, as apostas de especialistas para a Selic no fim do ano passaram para 7,5% e 8%, com a possibilidade de os juros básicos subirem para 8,5% ao ano em 2022.
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Algumas previsões para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já ultrapassam 7% para este ano, bem acima do teto da meta, de 5,25%. E, para 2022, também tendem a se aproximar do teto da meta no ano que vem, de 5%.
Onde investir com esse cenário?
O coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, ressalta que mesmo os investimentos pós-fixados tendem a se beneficiar com a alta da taxa Selic.
Contudo, segundo ele, a renda variável ainda é mais recomendável na hora da escolha de onde investir em agosto. “Aqueles que querem ter uma rentabilidade de ganhos acima da inflação é o ideal”, explica Teixeira.
+ Renda fixa volta a ser atrativa com a Selic a 5,25%?
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No entanto, o especialista lembra que uma carteira de investimentos equilibrada não se resume à rentabilidade. De acordo com ele, é necessário levar em consideração a liquidez do investimento, ou seja, aplicações nas quais são fáceis e rápidas para solicitar o resgate do dinheiro.
“Ainda que a inflação esteja mais alta que a taxa de juros, a renda fixa ajuda a proteger uma parte do patrimônio. Se não colocasse em aplicação alguma, a perda para a inflação seria ainda maior”, afirma o professor da FGV.
Commodities em alta na Bolsa
Entre as ações mais interessantes para a decisão de onde investir na bolsa estão as de empresas de commodities, revela Ricardo Teixeira. o especialista lembra que esse setor envolve empresas como as do agronegócio, do setor de energia e do setor mineral.
“Empresas ligadas às commodities como o minério de ferro, petróleo, agronegócio e proteína animal são boas apostas. Entre os destaques estão a Vale, CSN, Gerdau, Usiminas, Petrobras, SLC, JBS, Marfrig, entre outras”, cita Ricardo Teixeira.
O especialista diz ainda que com a possibilidade de controle da pandemia de Covid-19 e do movimento de reabertura, empresas dos setores de varejo físico, shoppings, locadoras de veículos, bancos também se tornam opções interessantes para se investir.
Por fim, o analista de investimentos também explica que mesmo com a alta dos juros, o retorno da bolsa tende a ser mais expressivo. Ele avalia que os juros devem subir, diante da inflação crescente, e que se espera uma Selic, para o final do ano, próxima a 7% ou 8% ao ano.
Vale lembrar que até o fim do mês de junho o Ibovespa registrou altas históricas em seis pregões consecutivos, quando o índice chegou a ultrapassar 130 mil pontos. Contudo, a performance não foi repetida ao longo de junho ou julho.
Mesmo com julho tendo marcado o menor volume financeiro negociado de 2021, as perspectivas de analistas para agosto são otimistas.
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