A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) fez com que a economia do estado do Rio de Janeiro perdesse o fôlego que ganhou em 2019. Ano em que a região apresentou um crescimento de 1,5%.
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Para este ano, as expectativas eram mais positivas, de um crescimento maior do que no ano passado, em linha com as projeções para a economia brasileira em 2020, de algo próximo a 2%.
É o que aponta o estudo do economista e pesquisador do FGV IBRE, Marcel Balassiano.
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Porém, com a crise de saúde que tem impactos na economia, as projeções econômicas desabaram, no mundo, no Brasil e também no Rio de Janeiro. Agora, a dúvida é de quanto será a recessão.
De acordo com o governo, pelo menos R$4 bilhões são provenientes de perdas em receitas de royalties e participações especiais de petróleo. Já R$11,7 bilhões de arrecadação em ICMS, com a desaceleração da atividade econômica.
Efeitos da Covid-19 na economia do Rio de Janeiro
O estudo do economista Marcel Balassiano aponta que o primeiro trimestre foi afetado somente no final com a crise do coronavírus. Afinal, somente na segunda quinzena de março houve um agravamento da crise no Brasil.
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Com isso, o Indicador de Atividade Econômica (IBCR-RJ), divulgado pelo Banco Central, recuou, em termos reais, 1,7%, em comparação com o quarto trimestre de 2019. Contudo, a produção industrial ainda conseguiu um crescimento positivo, de 1,4%, na mesma base de comparação.
Já o setor de serviços, que corresponde a 80% da economia fluminense, recuou 2,8%. As vendas no varejo recuaram 0,7% no primeiro trimestre de 2020 em comparação ao final do ano passado.
“O Estado do Rio de Janeiro estava num processo de recuperação, lenta e gradual, mas de fortalecimento, da atividade econômica. Porém, com esta crise, a economia ainda vai piorar antes de melhorar. Voltar aos níveis anteriores da crise da recessão brasileira de 2014/16 ainda vai demorar algum tempo, infelizmente”, afirma Marcel Balassiano.
O que esperar até o final de 2020?
O economista Marcel Balassiano diz que o estado do Rio de Janeiro estava em um processo lento e gradual de recuperação, mas de fortalecimento da atividade econômica.
De acordo com o especialista, com a crise da Covid-19, a economia vai piorar ainda mais e só depois ganhar fôlego.
“Vamos voltar aos níveis anteriores da crise da recessão brasileira de 2014/16. Ainda vai demorar algum tempo, infelizmente, para nos recuperarmos”, ressalta o economista do FGV IBRE.
Segundo ele, as perdas acumuladas em março de 2020, já com os primeiros efeitos da Covid-19, em comparação com os respectivos picos pré-crise, mostram que a perda acumulada de atividade econômica estava diminuindo.
No caso da indústria, que cresceu no primeiro trimestre deste ano, a perda acumulada diminuiu de -6,4% (em dezembro de 2019) para -4,8%, em relação à março de 2014. Mas, nos setores de serviços e comércio, os gaps aumentaram mais ainda.
O setor de serviços, principal locomotiva da economia fluminense, está quase 30% abaixo do pico de junho de 2014. E as vendas no varejo estão 14,6% abaixo do pico prévio de outubro de 2014.
Rio é a cidade com maior índice de informalidade
Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) mostram que a cidade do Rio de Janeiro tem o maior índice de informalidade do Brasil.
De acordo como Marcelo Neri, responsável pelo levantamento e diretor da FGV Social, a falta de trabalho em função das medidas de isolamento para combater a Covid-19 é uma das causas.
Aliado a isso, Neri inclui como causa a dificuldade para conseguir o auxílio financeiro do governo, são fatores decisivos que aumentam.
Segundo o estudo da FGV, o índice de informalidade no Rio é próximo de capitais como Aracaju, em Sergipe, e Belém, no Paraná. No entanto, distante da capital paulista.
“Existem três Rios. Tem o estado, tem o município e tem a Região Metropolitana. Todos eles, com as suas respectivas categorias, tem níveis quase nordestinos e nortistas de informalidade, sendo que aumentou muito nos últimos anos. Aumentou quase 7 pontos de porcentagem, o que é muito, é um crescimento três vezes maior que a média nacional”, explica o economista da FGV, Marcelo Néri.
Ainda segundo a pesquisa, o Rio é a cidade com a maior periferia do Brasil e a metrópole com a maior concentração de idosos nessa região.