Investir no exterior pode ser uma alternativa interessante para você, sabia? Ao contrário do que muitos pensam, não é algo difícil e exclusivo para quem tem muito dinheiro. Pode ser uma alternativa interessante para se resguardar e diversificar seus investimentos.
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De forma geral, existem duas maneiras de fazer um investimento em um país estrangeiro. O interessado pode abrir uma conta em uma instituição financeira na nação de seu interesse e começar a comprar ativos nessa localidade por meio dos recursos depositados na conta.
Só tenha cuidado com as armadilhas, principalmente do ponto de vista tributário. Brasileiros com mais de 100 mil dólares em aplicações fora do país precisam necessariamente comunicar isso ao Banco Central.
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Por essa razão, a ajuda de um especialista credenciado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) se torna essencial.
Quais são os riscos?
Nenhuma forma de investir no exterior está isenta de prejuízos. Procure saber sempre as condições políticas e econômicas do país escolhido. A incerteza na política internacional ou problema interno no país onde o dinheiro está alocado pode gerar prejuízos para você.
Portanto, é importante também ficar atento e perceber que nem sempre investir fora do país pode ser o mais adequado para o seu perfil.
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Tenha em mente que sua estratégia financeira deve ser avaliada a longo prazo. A opção pelo ativo deve considerar o perfil do investidor — conservador, moderado ou agressivo — e o prazo de resgate.
A vantagem é a possibilidade de diversificar ainda mais sua carteira e, consequentemente, correr menos riscos. Aliado a isso, ampliar seus investimentos em moedas fortes (dólar ou euro, por exemplo).
Além disso, pode ser outra maneira de proteger seu patrimônio diante de oscilações bruscas no quadro econômico nacional que levem à desvalorização do real.
Formas de investir no exterior
Existem oito formas básicas para um brasileiro fazer um investimento no exterior, sendo que, na maioria das vezes, é possível traçar uma estratégia de longo prazo.
1 – Abrindo uma conta
É fundamental que você escolha de qual instituição financeira ou corretora quer se tornar cliente. O próximo passo é verificar quais instituições estão alinhadas ao seu perfil e objetivos como investidor.
Leve em consideração:
- Custos referentes à manutenção da conta bancária;
- Disponibilidade do cartão de débito ou crédito;
- Investimentos disponíveis;
- Mercados onde é possível realizar investimentos.
É essencial saber que existe uma grande diferença entre o banco convencional e o Private Bank. O primeiro é voltado para o dia a dia e, de início, exige um pequeno investimento. Já o segundo é direcionado para a administração de recursos, aplicações e conta com um atendimento personalizado, porém requer mais recursos devido aos custos elevados.
E como são feitos os depósitos? Os depósitos podem ser feitos via cartão de crédito internacional, opção mais válida para valores pequenos (em função do IOF de 6,38%).
É bem simples e funciona como uma compra online. No entanto, se houver uma quantia maior é indicada a transferência internacional, seja através do seu banco ou de uma casa de câmbio.
Você pode enviar valores para o investimento no exterior de qualquer banco. Todos costumam oferecer este serviço, porém, pode ser um pouco burocrático.
Neste sentido, uma casa de câmbio oferece uma maior agilidade. Os saques também são feitos pelo cartão de crédito, até mesmo o valor depositado. E, por transferência, as remessas superiores.
É ilegal?
Segundo o site da Receita Federal:
“As pessoas físicas e jurídicas podem comprar e vender moedas estrangeiras ou realizar transferências internacionais em reais sem limitação de valor na forma estabelecida pelo Banco Central do Brasil, observada a legalidade da transação inclusive tributária”.
A constituição de uma empresa “offshore”, dentro dos ditames da lei, não representa nenhuma ilegalidade.
+ Investir no exterior vale a pena? Entenda os riscos e como fazer
2 – Corretoras
Essa é uma das maneiras mais clássicas de investir no exterior. Porém, esse tipo de investimento é um tanto burocrático em virtude da legislação brasileira.
Como dito, investidores que possuem mais de 100 mil dólares investidos fora do país devem fazer uma comunicação anual ao Banco Central.
Alguns países, como os Estados Unidos, por exemplo, possuem um acordo tributário com o nosso país. Com isso, o imposto de renda pago fora do Brasil pode ser ressarcido na declaração anual de ajuste. Desse modo, você evita efetuar o pagamento duplicado de impostos.
3- Imóveis
É a forma preferida de investir no exterior de muitos brasileiros. Ela é uma transação com riscos bastante baixos e previsíveis. Além disso, a compra de imóvel não representa só o investimento estável de um montante, mas também a possibilidade de uma renda fixa e mensal derivada da locação.
Porém, procure saber antes as exigências legais de cada país onde pretende realizar o investimento. Por exemplo, os impostos, a legislação, os modelos de compra, entre outras.
Muitas vezes, como é o caso dos Estados Unidos, será mais vantajoso do ponto de vista tributário abrir uma empresa no país com a função única de ser a dona do imóvel.
De qualquer maneira, é aconselhável realizar este tipo de aquisição com a ajuda de profissionais que o orientem quanto às questões burocráticas envolvidas nesse processo.
Fundos de investimento
Cada vez mais brasileiros têm procurado investimentos no exterior. Só no primeiro trimestre de 2021, as aplicações em fundos de investimentos de outros países cresceram 40,2%, segundo dados Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
4 – Exchanged Traded Funds (ETFs)
Eles se destacam pela diversificação e baixo custo. Na prática, são fundos que representam índices e são negociados em bolsa. Permitem acessar mercados amplos, sem a necessidade e o custo de comprar cada ativo individualmente.
Nos EUA, eles são muito comuns e populares, negociados desde 1993. Os norte-americanos podem investir em diversas empresas com um único investimento diversificado, tal como temos aqui no Brasil os fundos de índices.
Os EFTs é um fundo de investimentos que acompanha um índice de ação ou de títulos, negociado na bolsa de valores, como se fosse uma ação.
Para investir em um EFT é preciso ter conta aberta em uma corretora, mas os investimentos são pelo home broker. O investidor ganha a partir da valorização da cota comprada. Além disso, após um período o investidor pode vender o EFT por um preço maior e ter ganho de capital.
O investimento em EFTs ganham mais destaque com a alta da inflação em países, como Estados Unidos e membros da União Europeia.
Em setembro de 2022, o EFT com maior captação líquida foi o UTEC11, que reúne mais de 300 empresas de tecnologia listadas nos EUA. O UTEC11 segue entre as cinco maiores captações desde maio.
No último mês, o ETF fechou com captação líquida de R$13,2 milhões. O número representa 61% a mais do que em agosto. Também se destacaram os EFTs: WRDL11, USTK11, PEVC11 e EMEG11.
O WRDL11 acompanha um índice que reúne mais de 9 mil empresas internacionais. Já o USTK11 replica no Brasil o ETF Vanguard Information Technology.
O PEVC11 replica o índice BlueStar Top 10 US Listed Alternative Asset Managers Index e acompanha as 10 maiores gestoras de ativos alternativos da bolsa dos Estados Unidos. Por fim, o EMEG11 acompanha o desempenho das principais empresas dos mercados emergentes.
5 – Exchanged Traded Commodities (ETCs)
São bem parecidos com os ETFs, pois também são fundos. Entretanto, a principal distinção está no tipo de produto que o constitui. Um ETC é formado basicamente por commodities, ou seja, metais preciosos, fontes de energia e produtos agrícolas e agropecuários.
Sua vantagem está em proporcionar a facilidade em entrar em mercados menos acessíveis, como é o caso do setor petrolífero, por exemplo.
6 – Contracts For Difference (CFDs)
É um produto que permite aproveitar os movimentos no preço das divisas e índices estrangeiros sem comprar ou vender.
Isso significa que se comprar um Contrato por Diferença (CFD) da empresa, você não compra o número correspondente de ações. Mas tem a oportunidade de ganhar com a diferença entre o preço de compra e venda.
7 – Brazilian Depositary Receipts (BDRs)
São recibos de ações de empresas estrangeiras negociados no Brasil. O acesso a recibos de grandes empresas está reservado aos investidores qualificados, mas o pequeno investidor pode adquirir BDRs patrocinados, por meio da sua corretora.
É preciso tomar cuidado com a flutuação cambial. Isso porque, embora as operações sejam feitas em reais, as cotações são feitas em dólar. Além disso, é preciso estar ainda mais atento ao que acontece no mercado exterior, para não ser surpreendido por quedas bruscas de valores.
8 – Certificado de Operações Estruturadas (COE)
Por fim, aplicar através de um COE pode ser uma excelente forma de diversificação. Este é um tipo de investimento que combina elementos de Renda Fixa e Renda Variável, montado no mercado de derivativos e com retornos atrelados a ativos e índices.
Tais quais o câmbio, inflação, ações e ativos internacionais. É estruturado com base em cenários de ganhos e perdas, selecionados de acordo com o perfil de cada investidor.
Cada vez mais brasileiros têm procurado investir no exterior
Os brasileiros nunca investiram tanto no exterior. O desejo de proteger o patrimônio de uma inflação que já supera os 10% ao ano tem alimentado a busca por aplicações fora do país.
Com a maior demanda, gestoras apostam no lançamento de fundos internacionais voltados para o público geral, não mais apenas para investidores qualificados.
Cada vez mais brasileiros têm procurado investimentos no exterior. Só no primeiro trimestre de 2021, as aplicações em fundos de investimentos de outros países cresceram 40,2%, segundo dados Anbima.
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Colaboração: Letícia de Jesus
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