
Você já ouviu falar nos agentes autônomos de investimentos (AAI)? Recentemente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a flexibilização das normas para a organização desses profissionais do mercado financeiro.
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Agora eles podem organizar-se em sociedades empresariais com sócios não registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Porém, é uma carreira sobre a qual ainda não se fala muito aqui no Brasil, embora seja muito atrativa: flexível, pode ser exercida de qualquer lugar e gerar ganhos significativos.
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Mas, afinal, o que são esses agentes? Continue lendo para descobrir!
O que faz um agente autônomo de investimento?
Os agentes autônomos de investimentos são pessoas que agem em nome de instituições financeiras, como corretoras e bancos, atuando na distribuição e na mediação de:
- títulos
- valores mobiliários
- quotas de fundos de investimento e derivativos
Esses profissionais podem exercer a função como pessoas físicas ou jurídicas.
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Em outras palavras, pode-se dizer que são pessoas que ajudam os investidores a tomarem melhores decisões sobre suas aplicações. São pessoas que conhecem as regras do mercado financeiro e tiram dúvidas e aconselham quem vai aplicar.
Embora muitos não conheçam, a profissão tem potencial de crescimento, uma vez que tem se mostrado fundamental no desenvolvimento do mercado de capitais do país.
Para se ter uma ideia, enquanto existem apenas aproximadamente 3 mil no Brasil, nos Estados Unidos há mais de 1,3 milhões ganhando a vida assim. Lá, são chamados de “financial advisor” (consultor financeiro).

Quanto ganha um agente autônomo de investimento?
Nos EUA, os financial advisors ganham uma média de US$90,2 mil (dólares) por ano. Mas os mais bem remunerados chegam a faturar US$1 milhão.
No Brasil, não existe uma pesquisa oficial que aponte a média de ganhos. Isso porque os rendimentos podem variar bastante, dependendo de alguns fatores.
Os principais influenciadores dos ganhos são:
- patrimônio investido dos clientes do AAI
- o ROA – Return Over Asset ou Receita sob Patrimônio –, que se refere ao percentual do patrimônio do cliente sobre o qual o agente gera receita.
De acordo com a ModalMais, os ganhos do agente de investimento ficam em torno de 0,3% a.a. a 0,8% a.a sobre o patrimônio investido dos clientes.
Exemplo: se um AAI capta R$50 milhões dos seus clientes e possui um retorno de 0,5% a.a, ele terá um ganho mensal de, aproximadamente, R$20 mil.
Mas, como mencionado, isso varia bastante. Em casos isolados o retorno pode chegar a mais de 2% a.a.
+ Carreira no mercado financeiro: saiba quais são os requisitos
Como ingressar nessa profissão?
O agente autônomo de investimento atua em nome de uma corretora. Por isso, ele precisa ter registro na CVM, que é o que atesta que ele está capacitado para exercer essa função.
Porém, só é possível obter esse registro após ser aprovado na prova da Ancord – Associação Nacional de Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias.
O exame certifica que o profissional tem o conhecimento técnico necessário.
Para realizá-lo, é necessário fazer inscrição no site da Ancord e pagar uma taxa que, atualmente, custa R$460. No endereço eletrônico também constam todas as orientações e o edital da prova.
O que mudou com a nova norma do CMN?
Até fevereiro, os agentes autônomos de investimentos eram obrigados a se organizar em sociedades simples, caso atuassem como pessoas jurídicas.
Nesse tipo de sociedade, a participação é restrita aos próprios agentes. Ou seja, se um deles viesse a falecer, um herdeiro que não é agente de investimento não poderia assumir a parte na empresa.
Com a flexibilização concedida pela CNM, agora os agentes podem organizar-se em sociedades empresariais com sócios não registrados. Desse modo, podem expandir o número de sócios e acabar com esses problemas de sucessão, em caso de herança;
Além disso, segundo o Ministério da Economia, a medida deve contribuir para que eles captem recursos no mercado e iguala a situação desses agentes a outros participantes do mercado que não enfrentavam as mesmas restrições.
A flexibilização das normas foi discutida em audiência pública na Comissão de Valores Mobiliários, com a aprovação dos representantes dos agentes de investimento.
O Ministério da Economia destacou que já existem grandes escritórios de agentes pessoas jurídicas com estrutura profissional e empresarial. E alguns deles chegam a transacionar valores superiores a algumas corretoras e distribuidoras.
Mas a medida ainda depende da alteração de uma outra resolução do CMN que regulamenta a atividade dos agentes. A nova resolução será editada ainda este ano.
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