O Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou na noite desta quarta-feira, 27, que elevou a taxa Selic para 7,75% ao ano. Este é o sexto aumento consecutivo da taxa somente em 2021.
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Com isso, a Selic, que era de 6,25% passa para 7,75% ao ano. A alta é de 1,5 ponto percentual a mais do que os aumentos anteriores, que eram sempre de um ponto percentual.
O mercado já esperava essa alta um pouco maior para o mês de outubro pelo cenário. A nova estimativa já havia sido divulgada pelo mercado financeiro, de acordo com uma pesquisa realizada pelo próprio Banco Central (BC).
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Mas, vale ressaltar que essa estimativa só começou a ser falada após o Ministro da Economia, Paulo Guedes, falar sobre a possibilidade de flexibilizar o teto de gastos do governo.
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É importante destacar que com esse novo aumento, a taxa Selic chega ao seu maior patamar desde 2017. Foi nessa época que a taxa foi reduzida de 8,25% para 7,75% ao ano.
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Alta da Selic em 1,25 era unânime entre especialistas
Uma semana antes da nova elevação, o mercado financeiro e grande parte dos especialistas apostavam que o aumento da taxa Selic seria de 1,25 ponto percentual, de acordo com o próprio Banco Central.
Se essa estimativa fosse confirmada, a taxa seria elevada para 7,5% ao ano.
Entretanto, com as notícias da possibilidade de flexibilizar o teto de gastos do governo e a divulgação da prévia da inflação do mês de outubro, que indicava uma aceleração na alta dos preços, os especialistas começaram a revisar essa projeção.
A própria Copom já havia confirmado que a nova projeção seria de 7,75%.
Vale lembrar ainda que na última reunião, em setembro, o Conselho de Política Monetária do Banco Central havia afirmado que pretendia manter o ritmo de elevação de um ponto percentual por reunião. Porém, não foi o que aconteceu.
O tamanho da elevação da Selic em uma única reunião é o maior em quase 20 anos.
Copom promete novo aumento na mesma proporção
Além disso, o BC informou que a próxima reunião do Copom, para decidir a taxa Selic, contará com um novo aumento e que as projeções deverão ser as mesmas.
Isso mesmo, em seu comunicado o Copom informa que prevê outro ajuste da mesma magnitude.
“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, disse o comitê em seu comunicado.
O que foi levado em consideração para o aumento da Selic?
O comitê levou vários pontos em discussão para decidir por este aumento. Isso aconteceu mesmo com um desempenho mais positivo das contas públicas. O comitê avaliou que foi preciso levar em consideração os riscos e expectativas de inflação, de acordo com o cenário básico.
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O aumento da Selic se deu por unanimidade na 242º reunião do comitê, que teve as seguintes observações feitas:
- No cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável e a reação dos bancos centrais frente à maior persistência da inflação deve levar a um cenário mais desafiador para economias emergentes;
- Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores divulgados desde a última reunião mostram uma evolução ligeiramente abaixo da esperada;
- A inflação ao consumidor continua elevada. A alta dos preços veio acima do esperado, liderada pelos componentes mais voláteis, mas observam-se também pressões adicionais nos itens associados à inflação subjacente;
- As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação;
- As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 9,0%, 4,4% e 3,3%, respectivamente; e
- No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de USD/BRL 5,60*, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 9,5% para 2021, 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,75% a.a. neste ano e para 9,75% a.a. durante 2022, terminando o ano em 9,50%, e reduz-se para 7,00% a.a. em 2023. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 17,1% para 2021, 5,2% para 2022 e 5,1% para 2023. Adota-se a hipótese de bandeiras tarifárias “escassez hídrica” em dezembro de 2021 e “vermelha patamar 2” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023. O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.
Em última reunião, Selic pode chegar a 9,25%
Se você achou 7,75% alto, então se prepare porque a taxa Selic pode terminar o ano com um percentual ainda maior.
Como a Copom prometeu que a próxima elevação será da mesma magnitude, podendo ser novamente de 1,25 percentual, a taxa pode fechar o ano com 9,25%.
Este será o último aumento da Selic em 2021, já que resta apenas uma reunião apara acontecer este ano. Ela está marcada para 7 e 8 de dezembro.
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