Comprar o primeiro imóvel ficou um pouco mais fácil. Apesar da crise econômica, o mercado imobiliário residencial ampliou suas vendas no primeiro trimestre deste ano.
Dados da pesquisa realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em 23 capitais e regiões metropolitanas do país mostram um crescimento de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda segundo o estudo, as vendas totalizaram 24.712 unidades no período.
Dados da pesquisa do CBIC:
– As vendas totalizaram 24.712 unidades no primeiro trimestre de 2018.
– Em 13 regiões foram registradas altas nas vendas, enquanto 10 regiões tiveram queda.
– Os lançamentos atingiram 10.574 unidades no primeiro trimestre, uma queda de 30,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
– O preço médio do estoque no fim do período ficou em R$ 6.042 por metro quadrado.
O Índice FipeZap ajuda a explicar um pouco esse crescimento nas vendas do primeiro imóvel. O valor de venda de imóveis anunciados em 20 grandes cidades do Brasil registrou queda de -0,01% em maio, na média.
É o 15º mês consecutivo em que o valor de venda cai no país, segundo o estudo.
Onde a queda foi maior?
No acumulado dos últimos 12 meses (junho de 2017 a maio de 2018), o Índice FipeZap apresenta ainda retração de 0,56%.
Como base de comparação, a inflação no período foi de 2,75%, o que aponta para uma queda real de 3,22% no preço dos imóveis no último ano. Os valores são baseados no preço médio do metro quadrado.
– Rio de Janeiro (RJ) – (-4,71%)
– Brasília (DF) – (-3,86%)
– Niterói – (-1,98%)
– Santos – (-1,49%)
– Salvador – (-1,09%)
– Fortaleza – (-1,05%)
– Santo André – (-0,77%)
– Contagem – (-0,60%)
– São Bernardo do Campo – (-0,17%)
Onde os preços aumentaram?
– Vitória – (+2,25%)
– Recife – (+1,85%)
– São caetano do Sul – (+1,82%)
– Curitiba – (+1,81%)
– São Paulo – (+1,66%)
– Vila Velha – (+1,51%)
– Belo Horizonte – (+0,89%)
– Goiânia – (+0,73%)
– Porto Alegre – (+0,52%)
– Campinas – (+0,24%)
Dicas para comprar seu primeiro imóvel
1 – Faça primeiro um planejamento financeiro
Os números estão favoráveis para a compra do primeiro imóvel. No entanto, a aquisição requer muito planejamento e organização para a concretização do sonho.
Faça uma planilha para organizar seus gastos. Além disso, avalie a possibilidade de usar a sua poupança ou outras aplicações. Afinal, quanto maior o valor da entrada na compra, menores serão as parcelas.
2 – Faça a escolha certa para você
A localização do imóvel pode ser essencial para você economizar, por exemplo, com o transporte. A possibilidade de morar perto do metrô ou de um ponto de ônibus é boa para economizar no combustível.
Possuir um imóvel perto de supermercados, escolas, padarias, farmácias, postos de saúde, restaurantes e lanchonetes também é uma ótima opção. Para quem não abre mão de uma vida saudável, academias de ginástica, clubes e ciclovias são imprescindíveis.
Lembre-se que a segurança também é importante. Infelizmente, vivemos em um país em que os índices de violência são altos.
3 – Procure a melhor forma de pagamento
Avalie cuidadosamente a melhor forma de pagar pelo seu primeiro imóvel. É importante saber quais são as formas de compra possíveis, de acordo com o seu orçamento mensal.
O ideal é comprar o imóvel à vista. No entanto, não é a realidade de muitos. Por isso, conseguir o valor máximo é importante para diminuir o valor das parcelas.
Aproveitar a quantia disponível no FGTS para a compra do primeiro apartamento é sem dúvida um bom negócio.
A notícia boa é que recentemente a Caixa Econômica Federal aumentou o valor do empréstimo para os funcionários que comprarem imóveis usados.
O banco elevou, de 70% para 80%, o limite de financiamento, igualando o teto com o usado na aquisição de unidades novas. Os demais clientes continuarão a financiar até 70% do valor de imóveis usados e 80% no caso de imóveis novos.
Por isso, pesquisar é necessário. O financiamento deve ser feito em uma instituição financeira de confiança. A taxa de juros varia pouco de uma para a outra. Mas lembre-se: o valor pago mensalmente não pode ultrapassar 30% do total da renda familiar líquida.
4- Cuidado com os gastos extras
Fique atento. Você vai gastar um pouco mais do que esperava. Existem algumas taxas que você terá que pagar para finalizar o sonho do primeiro imóvel. São elas:
– ITBI: é o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. Essa cobrança é feita pela prefeitura, sendo que o valor varia conforme a cidade em que o imóvel está localizado.
– Escritura: documento que expressa a vontade de comprador e vendedor de negociarem um imóvel. No caso de compras feitas à vista, a elaboração da escritura deve ser feita imediatamente. Já em imóveis comprados por meio de financiamento, o próprio contrato com o banco faz esse papel.
Dessa forma, a escritura cumpre dupla função de formalização de todas as obrigações do negócio, para ambas as partes, além de efetivar a vontade de realização da compra e venda pelos envolvidos.
– Registro: consolida efetivamente a transferência do bem para o novo titular. A partir dele, o comprador passa a ser o proprietário e responsável por arcar com algumas despesas do imóvel, como o pagamento do IPTU e da taxa de condomínio.
Você também precisa ficar atento quanto às despesas eventuais com reformas ou reparos, principalmente para o caso de comprar um imóvel usado. Alterações na parte elétrica e hidráulica, por exemplo na cozinha ou banheiro, podem gerar custos elevados.
5 – Atenção antes de finalizar a compra
Caso o imóvel seja novo, ainda na planta, pesquise sobre a construtora. Visite apartamentos construídos por ela, converse com outros compradores e solicite a visita a um dos apartamentos modelo ou “decorado”.
Conte também com a ajuda de um advogado para avaliar toda a documentação e verificar se tudo condiz com as informações passadas pelo corretor. Pode custar caro, mas evita gastos e surpresas ruins no futuro.