
Segundo a Reuters, o banco central de Uganda está considerando a emissão de criptomoedas. A informação foi dada por Andrew Kawere, diretor de pagamentos nacionais da instituição financeira.
Porém, é importante frisar que o termo mais correto seria moeda digital, assim como acontece com o Real Digital brasileiro. Acontece que um cripto propriamente é descentralizada, ou seja, não há um governo ou Banco Central por trás.
No continente Africano, não é o primeiro país a se abrir às moedas digitais. No mês passado, por exemplo, a República Centro-Africana adotou o Bitcoin (BTC) como moeda oficial – assim como fez El Salvador, o primeiro país a adotar a cripto como moeda legal.
Porém, existe uma preocupação do impacto da emissão da uma cripto para a população. Quer saber mais? Então continue lendo o artigo!
Quando será criada a criptomoeda da Uganda?
De acordo com Kawere, o banco central ainda está estudando a emissão da criptomoeda da Uganda. Por enquanto, não há uma previsão ou prazo para a conclusão desses estudos.
Além disso, a pesquisa está em uma fase preliminar. Ou seja, eles ainda avaliam se uma moeda digital deve ser considerada e quais objetivos de política ela abordaria.
Portanto, a ideia da Uganda emitir sua própria criptomoeda ainda é apenas isso: uma ideia. Enquanto isso, a Uganda não proibiu o uso de outros ativos, que informalmente estão em uso no país.
Porém, o banco central pede aos serviços de pagamentos licenciados cautela, enquanto os órgãos estudam a tecnologia e desenvolvem uma regulamentação.
De acordo com a plataforma de dados blockchain Chainalysis, os ugandenses receberam cerca de US$4,8 bilhões em criptomoedas entre março de 2019 e março de 2022. É uma postura bem diferente da adotada pela Nigéria, por exemplo.
Ao contrário da Uganda, o país proibiu os bancos locais de trabalharem com esses ativos. Isso aconteceu no ano passado, antes do banco central lançar sua própria moeda digital, a eNaira.
Ou seja, mesmo entre países do continente Africano, vemos países lidando de diferentes maneiras com o mercado cripto. E um dos motivos é que essa abertura, pode ter um lado positivo, mas também um negativo.

Criptomoedas na Uganda: quais os impactos para o país?
Essa abertura às moedas digitais tem efeitos importantes. No caso da criptomoeda da Uganda, as preocupações giram em torno das barreiras tanto tecnológicas quanto sociais.
Segundo o diretor do banco central, a proteção ao consumidor é uma grande questão, já que o país tem baixos níveis de alfabetização financeira digital.
“A população precisa de um pouco de proteção contra algumas dessas inovações financeiras bastante avançadas”, disse Kawere.
Além disso, o acesso à infraestrutura necessária, como smartphones, computadores e internet, também é pouco. Uma cripto própria pode levar aqueles que não têm acesso a esses recursos à exclusão financeira.
A volatilidade, característica de criptomoedas em geral, é outro ponto contra. Afinal, isso prejudica sua capacidade de funcionar como uma reserva de valor.
E a criptomoeda do Brasil?
Assim como a Uganda, o Brasil também poderá ter sua própria criptomoeda? O Banco Central já está preparando o novo Real Digital, mas não se trata realmente de uma cripto.
Acontece que uma cripto tem como uma de suas principais características ser descentralizada. Já a moeda digital emitida pelo Banco Central é regulada pela autoridade monetária do país.
De acordo com o BC, o Real Digital será uma “extensão” da moeda física, que ficará guardada nos bancos e instituições de pagamento.
Além do Brasil, países como Estados Unidos, China, Coreia do Sul e Suécia também estudam criar suas moedas digitais emitidas por bancos centrais. E a regulamentação dos investimentos em criptomoedas também é pauta em vários países.
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