Você já ouviu falar na Evergrande, uma das principais empresas do setor imobiliário chinês? Se é um investidor e está atento às movimentações do mercado, com certeza escutou esse nome nos últimos dias.
Anúncios
Acontece que uma crise na companhia tem afetado bolsas do mundo inteiro. Mas será que isso também respinga nos investimentos brasileiros?
A resposta é: sim! A crise na gigante chinesa pode impactar (e está impactando) o mercado financeiro do Brasil.
Anúncios
Portanto, se você tem dinheiro aplicado em renda variável, precisa entender o que está acontecendo.
Continue lendo este artigo para compreender a situação e como ela impacta na sua carteira!
O que é Evergrande?
Evergrande é um conglomerado e incorporador imobiliário chinês, considerada a segunda maior companhia de construção civil do país.
Anúncios
Mas é também o conglomerado mais endividado do mundo: com credores, fornecedores, investidores do exterior e até compradores que não receberam seus imóveis.
Segundo o jornal Gazeta do Povo, a empresa tem cerca de 1,5 milhão de apartamentos nessa condição.
A companhia foi criada em 1996 e, nos últimos anos, cresceu junto com o boom do setor imobiliário da China. Este chega a responder por até 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Nesse tempo, a Evergrande recebeu inúmeros empréstimos de bancos e investidores.
O que está acontecendo na empresa chinesa?
Como já explicado, a gigante chinesa atua no mercado imobiliário. Mas o aumento da regulação sobre a construção civil e a desaceleração na demanda por apartamentos no país colocou a empresa em uma situação difícil.
Então no último sábado, 18 de setembro, a Evergrande divulgou um comunicado informando que não conseguirá arcar com o pagamento de juros de dívidas. Confira um trecho:
“Os investidores interessados em resgatar produtos de gestão de fortunas com ativos físicos devem entrar em contato com seus consultores de investimento ou visitar escritórios locais”.
Ou seja, o conglomerado declarou um possível calote. A reação do mercado foi quase imediata e bolsas do mundo inteiro (afetadas pela crise na gigante chinesa) começaram a despencar.
Por que o colapso da Evergrande assusta os mercados?
A Evergrande atualmente possui a maior dívida de ativos do mundo. São US$300 bilhões (aproximadamente 1,6 trilhão de reais), que vencem na próxima quinta-feira, 23 de setembro.
Se o calote da gigante chinesa acontecer, a resposta do mercado vai ser uma debandada de investidores.
As primeiras consequências foram a queda no preço das ações e a negociação de títulos da empresa suspensa.
Agora, investidores do mundo todo estão alertas para o possível calote. Alguns, inclusive, temem que isso desencadeie uma crise tão grave quanto a de 2008, provocada pela falência do banco norte-americano Lehman Brothers.
Segundo a Agência Brasil, as ações da empresa, que é responsável por cerca de 3,8 milhões de empregos em vários países, caíram 10,24% após o anúncio de que os juros da dívida não seriam pagos aos credores.
Elas fecharam o dia em US$2,28. Ou seja, uma queda acumulada de 84,7% desde o início do ano.
Em Wall Street, as principais empresas de tecnologia também registraram queda nas ações: Apple, Google (Alphabet), Tesla, Amazon.
Tudo isso porque o calote da Evergrande criou temores de uma crise imobiliária chinesa que pode trazer consequências de larga escala para a economia global, parecida com a crise em 2008.
Esse temor de uma crise generalizada também fez o dólar apresentar alta de 0,78%. No dia do comunicado, ele fechou cotado a R$5,32, o maior valor desde 23 de agosto.
Especialistas explicam que enquanto o governo chinês não resgatar a empresa, a queda da Evergrande vai continuar afetando os mercados. A maioria entende que o governo deve assumir e pagar a dívida do conglomerado.
Se essa intervenção se der logo, não haverá um segundo efeito no nível de 2008.
Como a crise na Evergrande afeta os investimentos no Brasil?
Como mencionado, a crise na empresa chinesa fez com que as bolsas do mundo todo despencassem.
Mas e no Brasil? O que pode acontecer na Bolsa brasileira caso o calote aconteça?
Aqui, o impacto não vai ser muito diferente. O risco fez o Ibovespa despencar para o menor nível dos últimos 10 meses.
Ele fechou o dia em 108.843 pontos. Ou seja, uma queda de 2,33%.
Um ponto de atenção para que investidores brasileiros entendam a situação é que o Brasil é uma economia bastante atrelada à da China.
As taxas de crescimento dos países foram bastante sincronizadas nas últimas décadas.
Sendo assim, os mercados domésticos sentem os reflexos adversos da Evergrande.
Mas é importante destacar que o governo chinês tende a evitar que a crise se espalhe de forma relevante. Portanto, não há motivo para pânico.
O que os investidores brasileiros devem fazer agora?
Quem investe na Bolsa de Valores deve sempre ficar atento às oscilações do mercado para investir melhor. E desta vez não é diferente.
O momento é de observar o que vai acontecer a seguir.
Alguns especialistas avaliam que um eventual impacto negativo sobre o mercado imobiliário chinês como um todo (para além da Evergrande) pode impactar o preço dos minérios brasileiros.
Esses minérios são uma das commodities mais exportadas para a China. Logo, havendo o calote, isso vai acabar refletindo negativamente no preço das ações da Vale e da Petrobras.
Mas a principal postura a ser adotada agora é a cautela, avaliar como a China vai se comportar.
Por isso é importante saber analisar o mercado para investir na bolsa, não adianta agir precipitadamente.
O que tem sido recomendado por alguns especialistas, no momento, é que os investidores não abram mão de seus ativos agora.
Muitas vezes, quem se desfaz de posições em momentos de estresse, se arrepende depois. Aqueles que vão comprando aos poucos, são os que ganham.
Quem tem exposição na Evergrande (via bancos americanos ou asiáticos), poderá sofrer caso a empresa decrete falência. Mas o mercado como um todo ainda espera uma ação do governo chinês.
+ Saiba como investir em ações internacionais e como funciona
O conteúdo foi útil? Então compartilhe com seus amigos que também investem na bolsa!